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Crítica | Thunderbolts*: a Marvel respira fora da fórmula e acerta

Contra as previsões mais céticas, Thunderbolts* mostra que a Marvel ainda tem fôlego criativo

Victor Marvyo - Revisado por Daniele Brandão
04/05/2025 21h31 - Atualizado há 1 mês
5 Min
Crítica | Thunderbolts*: a Marvel respira fora da fórmula e acerta
Ingressos para Thunderbolts*, novo filme da Marvel, já estão à venda (Foto: Divulgação/Marvel Studios)
A Marvel Studios volta aos cinemas com Thunderbolts* , um projeto que promete desde o anúncio: reunir personagens à margem do heroísmo, todos com ados ​​sombrios, em uma missão que mistura redenção, caos e moralidade cinzenta. A aposta parecia arriscada, e é justamente aí que o filme dá mais certo. 

Robert Reynolds, conhecido por Sentinela, é interpretado por Lewis Pullman
Robert Reynolds, conhecido por Sentinela, é interpretado por Lewis Pullman
(Foto: Divulgação/Marvel Studios)

 
A trama gira em torno de um grupo formado por anti-heróis, ex-vilões e agentes operando nas sombras. Personagens que, até então, ocupavam papéis secundários no UCM, como Yelena Belova, Bucky Barnes e John Walker, agora ganham o protagonismo. Sob o comando da manipuladora Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus) — que desde o início revela muito mais do que aparenta —, o grupo é lançado em uma missão que coloca em xeque seus limites emocionais.

No centro de tudo está o Sentinela (Sentry), vivido por Lewis Pullman. Nos quadrinhos, Robert Reynolds é conhecido como um dos personagens mais poderosos e instáveis ​​da Marvel — uma espécie de “Superman com depressão crônica”. O filme traduz bem essa dualidade: Bob é apresentado como um homem tomado por vazio, em constante conflito com sua mente e com o alter ego destrutivo que habita dentro de si, o Vácuo. Sua presença traz uma densidade inesperada à trama, que opta pelo drama psicológico em vez do espetáculo puro. E Pullman entrega presença em tudo: contido, olhar perturbado e uma fragilidade comovente.

A direção, assinada por Jake Schreier, entrega um bom equilíbrio entre ação e construção de personagem, com destaque para as interações entre Yelena e Bob, ambos lidando com suas próprias culpas e feridas. A fotografia aposta em tons mais escuros, mas nunca é escura demais a ponto de perder a identidade visual, e também em cenas mais intimistas, o que ajuda a criar a atmosfera de desconfiança e conflito interno que permeia o grupo.

O roteiro, assinado por Joanna Calo, sabe explorar as feridas dos personagens com sutileza, mesclando tensão, cinismo e momentos de ternura. O longo evita a fórmula desgastada de redenção forçada e piadas a cada cinco minutos.

Florence Pugh interpreta Yelena Belova em Thunderbolts*
Florence Pugh interpreta Yelena Belova em Thunderbolts*
(Foto: Divulgação/Marvel Studios)


Yelena Belova, protagonizada por Florence Pugh, domina a tela com uma performance equilibrada entre força, humor ácido e sensibilidade. A cena em que ela diz “Você não está sozinho” a Bob traz uma frase simples, mas que sintetiza a proposta central da trama: o acolhimento entre aqueles considerados monstruosos.

Sua relação com o Guardião Vermelho (David Harbour) também rende momentos emocionantes, e a sequência de acrobacias na cena final é digna da Viúva Negra — eletrizante e precisa.

Sebastian Stan é Bucky Barnes em Thunderbolts*
Sebastian Stan é Bucky Barnes em Thunderbolts*
(Foto: Divulgação/Marvel Studios)


Bucky Barnes (Sebastian Stan) tem menos tempo de tela do que o esperado, mas quando aparece, brilha. Sua entrada triunfal é digna dos melhores momentos do Soldado Invernal, e seu arco, ainda que contido, reforça o desenvolvimento e a evolução do personagem com seu ado sombrio e a tentativa de se reinventar.

O filme funciona porque não tenta repetir uma equipe de “Vingadores”. Ele sabe que os personagens são deslocados e ambíguos — e usa isso ao seu favor. Não há glória fácil, nem redenção forçada. A química entre os membros do grupo é crua, às vezes dolorosa, mas carrega uma verdade que faltava nas produções recentes do estúdio.

Cena do filme Thunderbolts*
Cena do filme Thunderbolts*
(Foto: Divulgação/Marvel Studios)


A equipe é montada com inteligência. As interações entre os personagens rendem bons momentos, e a química entre eles é mais crua, mesmo com rompimentos cômicos. Não se trata de um “novo Vingadores”, mas de algo que respeita seus próprios tempos, sem pressa de mostrar explosões, mas também sem cair no marasmo. É uma mudança sutil, porém importante, na tão criticada “fórmula Marvel”.

A longa se desenrola com um ritmo diferente, mais contido, mais tenso, mas sem ser arrastada. Pelo contrário, uma paleta de cor vibrante entre tons de cinza e amarelo, combinada com uma edição dinâmica e fluida, torna a experiência visualmente envolvente. O uso de efeitos práticos e locações diversas contribui para o impacto da ação. E, apesar de não ter classificação indicativa +16, o filme encontra maneiras inteligentes de lidar com a violência e o trauma sem se render ao fan service.

Julia Louis-Dreyfus é Valentina em Thunderbolts*
Julia Louis-Dreyfus é Valentina em Thunderbolts*
(Foto: Divulgação/Marvel Studios)


A crítica política também dá as caras. O filme flerta com a ideia de manipulação do poder através da figura de Valentina, que oferece aos personagens o que todos mais desejam: controle, glamour e relevância, em meio a ausência de heróis nesse universo. A frase “Justiça sem poder é só opinião”, dita por ela, ressoa forte no contexto, trazendo à tona discussões sobre moralidade, autoridade e coerção.

Ainda assim, alguns erros são cometidos. O ritmo em alguns momentos sofre com excesso de exposição e decisões narrativas que poderiam ser mais enxutas. Há também uma tentativa tímida de intervalo cômico que, em certos pontos, quebra o tom do filme — mas não o suficiente para comprometer o conjunto da obra.

Cena do filme Thunderbolts*
Cena do filme Thunderbolts*
(Foto: Divulgação/Marvel Studios)


Contra as variações mais céticas, Thunderbolts* mostra que a Marvel ainda tem fôlego criativo. Pode não ser perfeito, no sentido de que vai mudar a trajetória de como consumimos as produções da Marvel, mas é uma das produções mais ousadas do estúdio nos últimos anos, e mostra que ainda existe espaço para boas surpresas no UCM — desde que se esteja disposto a sair da zona de conforto.

E sim, o asterisco (*) no título tem um significado! Um lembrete visual de que nada ali é absoluto, que tudo, inclusive os heróis, está sujeito a revisão, nuance e quebra de expectativa.

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