Independente da população estar mudando ou não seus hábitos alimentares, as mídias sociais confirmam que o interesse nesse assunto está crescendo. No Instagram, por exemplo, profissionais de nutrição e influenciadores começaram a publicar informações sobre hábitos saudáveis e têm movido seus seguidores a adotar novas medidas para uma vida melhor. 3v3x11
A nutricionista Mariana de Almeida, citada na parte um desta série, confirma que “esse tipo de conteúdo está se espalhando devido ao aumento do interesse da população em alimentos que podem proteger o organismo contra doenças. Também, por causa da pandemia, muitas pessoas engordaram e querem seguir orientações para emagrecer.”
Ademais, cursos e desafios saudáveis estão surgindo nas redes, salientando ainda mais a importância de se alimentar bem nesses dias. Como exemplo, a chefe de cozinha, Danielle Faria Lima, e a nutricionista, Taynara Araújo, lançaram em suas redes projetos como “Semana Saudável” e “Programa 31 dias de Pureza”, respectivamente, em que dão estratégias para ter hábitos alimentares melhores e até mesmo fazer a manutenção da saúde do organismo.
Certamente o papel que os nutricionistas estão tomando para si é correto, já que “a função dos profissionais de saúde, principalmente do nutricionista, com relação à propagação de orientações alimentares saudáveis é gerar uma melhor aceitação de alimentos com alto valor biológico, isto é, que protegem o corpo, incluindo os alimentos que melhoram a imunidade (defesa) do organismo contra patógenos”, afirma Mariana de Almeida.
O engajamento que as marcas de alimentos têm recebido nas redes sociais também é um fator que faz crescer esse interesse por comida saudável, e tudo isso é feito através dos chamados influenciadores digitais.
Segundo uma pesquisa da empresa de análise Qualibest, realizada com 4.283 pessoas, 73% dos que seguem influenciadores nas mídias já adquiriram algum produto por indicação deles. Além disso, 55% dos entrevistados afirmam que, antes de efetivarem uma compra, costumam verificar a opinião de criadores digitais. Isto só demonstra o efeito de influência que as mídias causam no consumidor.
Ao se tratar de alimentação saudável, a ferramenta de publicidade nas redes é de bom uso para as marcas de produtos orgânicos e saudáveis. Cada vez mais empresas recorrem a influenciadores para divulgarem suas mercadorias, o que faz os alimentos ricos em vitaminas para o corpo entrarem em evidência.
Um estudo da agência Euromonitor Internacional, analisou que o mercado de alimentos e bebidas saudáveis cresceu 98% no Brasil entre 2009 e 2014. De acordo com a agência, em 2021 esse nicho deve crescer, em média, 4,41% ao ano.
Ao acompanhar esse crescimento, a estratégia de utilizar influenciadores para divulgar seus produtos é cada vez mais forte para o mercado saudável. A marca Mundo Verde, por exemplo, reforçou sua parceria com criadores digitais, como a atriz Fernanda Souza e o jogador de vôlei Bruno Rezende.
Da mesma forma, a empresa de alimentos saudáveis congelados ou frescos Liv Up realiza diversas parcerias com influenciadores do Instagram, como Luísa Ferreira, conhecida pelo canal do YouTube “Chata de Galocha”, e Juliana Goes. Inclusive, em seu site há uma página que possibilita pessoas se inscreverem no seu programa de parceiros.
O que ajuda as pessoas de hoje a fazer manutenção em seus hábitos são, sobretudo, essas informações nas redes sociais. Como citaram Vanda Oliveira e Erinalva Domingues, as influenciadoras e nutricionistas que acompanham em suas mídias com suas palestras, lives e fotos, as ajudam na reeducação alimentar e descoberta de novos pratos e alimentos. Em seus cardápios diários, as duas entrevistadas levaram ideias das influenciadoras Kamylla Garbuio e Danielle Faria Lima, que acompanham pelo Instagram.
O isolamento social trouxe muitos desafios para as famílias. Entre eles, a alimentação das crianças, que, com a pandemia, sem aulas e outras ocupações, permanecem em casa e tendem a comer mais e nem sempre de forma saudável. Com isso, os pais devem fortalecer a cautela com os filhos, pois o apetite infantil muda facilmente diante do momento que estamos vivenciando.
Conforme a nutricionista Claudia Scandelai, torna-se relevante a criança se alimentar de forma saudável para que possa fortalecer a imunidade e ajudar na prevenção de doenças. “Basta aumentar o consumo de água, frutas cítricas como laranja, limão, goiaba, manga, além de sementes. É importante lembrar que para bebês, o aleitamento materno continua sendo o melhor alimento do mundo (nele contém todos os nutrientes para crescer saudável”, ressalta.
Haila Mariane Lima é secretária e mãe de Sara, 14, Geovana, 13, e Dheymerson, 09, e alega que tem horários fixos para as refeições. “O almoço sempre sirvo por volta das 12h40 e o jantar no máximo até 20h.” Além disso, ela relata como está a rotina alimentar dos filhos. “No café da manhã às vezes eles comem biscoito, pão e leite, mas na verdade nesse horário não estou em casa, estou no trabalho. Já no almoço, sou eu quem prepara. Sempre gosto de tudo fresco, como arroz, feijão, carne e verdura, ou legumes. Também procuro revezar, troco a carne por ovos cozidos, fígado frito acebolado. Aqui eles comem de tudo”, diz Haila.
Dheymerson jantando de forma saudável - Foto: Arquivo Pessoal
Referência
A alimentação infantil é o espelho das condutas dos pais. Desse modo, os costumes das crianças são influenciados pelos adultos, desde a maneira como os filhos comem até a formação do paladar. A artesã Daiane Ogera é mãe de Paulo Gabriel, 18, Gabriella, 16, e Paulo Miguel, 1, e destaca sobre a importância de ensinar o filhos sobre os alimentos. “Eu dizia o nome de tudo que os mais velhos comiam desde crianças e faço o mesmo com o Miguel agora. Acredito que assim ele aprende a falar o que está comendo.”
Segundo a nutricionista Claudia Scandelai, o vínculo com o alimento será maior, quanto melhor for a demonstração e o exemplo de consumo pelos pais. “Os pais devem incentivar as crianças a consumirem a própria fruta ou sucos naturais, além de alimentos e comida de verdade. Coma saudável para que o seu filho seja saudável”, frisa a nutricionista.
Na casa de Haila, as práticas saudáveis são aplicadas. “Procuro não trocar refeições como almoço e jantar por outros alimentos. Acredito que fazer essa mudança prejudica a saúde deles, pois as bobagens não sustentam ninguém”, salienta.
A nutricionista Claudia Scandelai concorda com a atitude de Haila, pois uma vida saudável é embasada em hábitos construídos no decorrer dos anos e, quanto mais cedo aprendermos o que nos traz benefícios, mais fácil conseguimos compreender como autênticos e comuns, a importância de se alimentar bem. “Prefira alimentos naturais como frutas, legumes e comida de verdade (arroz, feijão, carne, ovos e verduras). Além disso, é necessário sempre olhar os rótulos dos produtos e optar por bolos e bolachas caseiras.”
Miguel comendo cada garfada dada pela família - Foto: Arquivo Pessoal
Entre uma garfada e outra
Para as crianças é indispensável que as refeições sejam realizadas à mesa e que o momento esteja concentrado na alimentação sem outras distrações. De acordo com Haila Mariane Lima, a vantagem de fazer uma refeição em família é fortalecer o elo com cada um e poder ar um momento agradável.” Na correria do dia a dia nem sempre é possível, aí sempre entre uma garfada e outra, rola uma conversa”, risos.
Já para a artesã Daiane Ogera, o horário do almoço serve como desabafo, pois cada um relata sobre os próprios acontecimentos. “Se minha filha chegou da escola, conversamos como foi, meu marido conta algo do serviço e eu algo que vem no momento”, declara Daiane.
Claudia Scandelai é mãe de Isadora, 3, e menciona como são as refeições na casa dela. “São sem distrações em TV ou celulares, pois é uma hora sagrada onde você interage com os filhos e com a comida.”
Haila Mariane Lima enfrenta algumas dificuldades alimentícias com o filho mais novo, Dheymerson. Ela alega que o menino come na ‘marra’ algumas comidas. “Ele não é fã de abobrinha, feijão e carne, mas pego no pé dele, pois as irmãs comem de tudo, adoram minha comida”, afirma. A secretária ainda diz que sempre procura colorir o prato deles, visto que crianças gostam de cores. “Proporciona momentos felizes.”
A nutricionista Claudia Scandelai dá orientações de como solucionar contratempos como no caso de Dheymerson e de outras crianças que estejam ando pela mesma situação. “Procure fazer piqueniques no fundo de casa com pipocas, sucos de frutas ou a própria fruta, bolos feitos em casa, (fazendo com a própria criança), tomar bastante água e não deixar usar muito o celular. Brincar e gastar energia é sempre o melhor remédio.”
“À medida que a quarentena foi virando uma realidade, tomei conta de que já não havia mais uma rotina. Perdi meus horários de estudos, de trabalho e até de comer! Já não tinha mais aquela coisa de tomar café da manhã, almoçar, fazer um lanche a tarde e jantar. Estou comendo o tempo todo. Tomo o café da manhã, bem farto, logo em seguida já estou procurando um iogurte ou biscoito para abrir o apetite antes do almoço. No almoço encho meu prato. Isso quando não como duas vezes. Pouco tempo depois, já estou tomando um café e comendo algum doce. Apenas esperando o momento de comer mais alguma coisa e, enfim, poder jantar. Tem dias que a janta nem é minha última refeição. Dependendo do nível da minha ansiedade, posso fazer um lanche antes de dormir também. Eu perdi o controle. Engordei 3kg nas últimas semanas.”
Esse é o relato da Ana Luiza, 20 anos, que tinha uma vida fitness antes da quarentena começar. Ela regulava sua alimentação e malhava com frequência. Sua vida, assim como a de toda a população global, foi totalmente afetada pelo novo Coronavírus, também conhecido como COVID-19.
A doença foi descoberta na cidade de Wuhan, China e está atingindo as pessoas em escala global, afetando as esferas sociais, econômicas, políticas, educativas e até gastronômicas. E para entender melhor esse último caso, será feito um especial com 3 matérias, que abordará alguns contextos em que se relacionam a quarentena e a culinária.
A Ligação do Emocional com a Alimentação
A quarentena, medida de prevenção ao contágio da COVID-19, além de proteção, também trouxe muitos problemas emocionais para os indivíduos. Um estudo realizado por cientistas do King’s College de Londres, sobre o impacto da quarentena no emocional das pessoas, apontou que elas estão demonstrando muitos sinais de raiva, estresse pós-traumático e confusão, consequência do medo da contaminação,da perda de dinheiro, da frustração, do tédio e da solidão.
Esses sintomas psíquicos podem influenciar diretamente no que você ingere. A alimentação emocional existe quando a pessoa come, mesmo sem fome, em resposta a algum sentimento. De acordo com a doutora e pesquisadora Deanna Minich, seus desejos alimentares podem dizer muito sobre suas emoções. Por exemplo, se você deseja alimentos mais doces, pode ser sinal de uma busca por alegria ou energia perdida. Já aquelas pessoas que buscam alimentos mais salgados, são em sua maioria mais ansiosas e agitadas. E a procura por carboidratos, remete ao desejo de proteção e carinho.
Segundo a empresa Horus - que contabiliza dados de cerca de 300 mil consumidores no Rio de Janeiro e São Paulo - a compra de Nutella cresceu 312% no período em que o isolamento social se fixava no Brasil. Nesse mesmo tempo, a compra de salgadinhos e mistura para bolo tiveram um aumento de 14,4% e 19,5%, respectivamente, e as compras de sorvete e de leite condensado tiveram uma média de 55% de aumento nas compras. Além disso, de acordo com os dados do Google, as pesquisas relacionadas a receitas de comfort food, que são aquelas majoritariamente ligadas à carboidratos, quase duplicaram.
Crédito: Gazeta do Povo
Ou seja, a busca por doces, salgados e carboidratos durante a pandemia, estão tendo um aumento significativo. Considerando a pesquisa da Deanna Minich, isso pode estar ligado com a busca por alegria ou energia perdida, considerando o período de quarentena, em que mudamos nossa rotina e perdemos a maior parte das nossas atividades prazerosas. As pessoas também se encontram muito ansiosas e em busca de alguma proteção durante essa pandemia.
Apesar de ser comum essa alteração de hábito alimentar durante esse período de mudanças intensas, é necessário manter-se atento. A nutricionista esportiva e clínica funcional Larissa Rodrigues, que atua em Belo Horizonte, Minas Gerais, afirmou que durante esse período ela observou maiores incidências de Transtornos Alimentares. “Os Transtornos Alimentares são perturbações no comportamento alimentar, podendo levar ao emagrecimento extremo, à obesidade, ao excesso de músculos e outros problemas de auto-imagem corporal”, ela explicou.
Os Transtornos Alimentares de maiores incidências são:
Anorexia e Bulimia Nervosa - Esses dois transtornos tem como principais características a intensa preocupação com o peso, medo excessivo de engordar, percepção distorcida do próprio corpo e uma auto-avaliação baseada na sua forma física e peso.
Crédito: Instituto Inclusão Brasil
Compulsão Alimentar - Pessoas com essa doença, sentem necessidade de comer, mesmo não estando com fome, e continuam comendo mesmo quando saciadas. É normal nesse caso, ingerir grandes quantidades de alimento em pouco tempo.
Vigorexia - As pessoas com esse transtorno, também conhecido como dismorfia muscular, apresentam uma grande obsessão com os músculos, possuindo uma visão distorcida do próprio corpo, se sentindo pequeno, fraco e com poucos músculos. Muitos acabam apostando em drogas, como esteroide, para o aumento muscular. E isso, aliado a exercícios excessivos, pode levar a pessoa à morte.
Crédito: Içara News
Larissa também aponta que devemos ficar alertas quando há uma mudança extrema na quantidade ingerida (para mais ou para menos) e, consequentemente, com um aumento ou redução de peso em um curto espaço de tempo. Este fenômeno pode ser um indicativo de algum Transtorno Alimentar.
Uma alimentação à base de frutas, legumes, verduras, grãos, sementes, cereais, leguminosas, proteínas e gorduras saudáveis, é uma ótima aposta para manter o sistema imunológico em bom funcionamento e também para cuidar da saúde física e mental.
Em relação ao sistema imunológico, Larissa dá uma dica: “”é interessante consumir alimentos ricos em vitaminas C, zinco, selênio e ficar de olho na vitamina D3, que é ativada pelo sol."
Se você se sente como a Ana Luiza, citada no início da reportagem, como se tivesse perdido o controle da quantidade de alimentos ingeridos e de quantas vezes você os ingere, aqui vão algumas dicas para você:
Crie uma rotina
A falta de rotina e hábitos diários, podem fazer uma pessoa ficar extremamente ansiosa e ociosa. A rotina durante a pandemia, ajuda a ter foco, reduz a ansiedade e faz a pessoa se sentir mais produtiva.
Sua rotina pode ser voltada para estudos, trabalho, atividades físicas, tempo para si, tempo para os familiares e amigos. É preciso também definir e cumprir seus horários para as refeições.
Introduza frutas e cereais na sua alimentação
As frutas podem ser uma ótima saída para aquela vontade de comer, mesmo sem fome. Além de saudáveis, elas trazem a sensação de saciedade. Se você não tem muito costume de comer frutas, uma boa ideia é começar com sucos, ou com “patês”, podendo misturar as frutas e as amassando, adicionando uma quantidade bem pequena de açúcar, e fazendo delas uma ótima sobremesa.
Já os cereais são ricos em Vitamina B, o que influencia diretamente o sistema nervoso. Então o seu consumo ajuda a reduzir o estresse e ansiedade, que acabam sendo fatores para a compulsão alimentar.
Faça atividades físicas
A atividade física é ótima em diversos aspectos. Ela fortalece seu sistema imunológico, previne o surgimento de doenças crônicas, controla o nível de colesterol e melhora seu condicionamento físico, tanto muscular quanto cardiorespiratório. Os exercícios também ajudam na redução do estresse, ansiedade e insônia.
O importante é não ficar parado e dedicar pelo menos 20 minutos do seu dia para as atividades físicas. E na web você encontra várias dicas de exercícios fáceis de serem praticados dentro de casa.
Procure ajuda psicológica
A mudança brusca de rotina imposta pela quarentena e todo o medo e preocupação gerados pela COVID-19, já são por si só, são motivos suficientes para prejudicar a saúde emocional. A psicóloga Luciana Penido, profissional na área da psicologia há quase 20 anos em Belo Horizonte, destacou que muitos de seus pacientes, que haviam parado com a terapia antes da quarentena, voltaram em estados ainda mais críticos, e surgiram novos clientes com muitas angústias e problemas, decorrentes da pandemia. Ou seja, o período está propício para o adoecimento mental e é muito importante procurar ajuda profissional.
O Transtorno Alimentar também é motivo de procura de ajuda profissional psicológica, já que como foi dito na matéria, esse transtorno está ligado com os sentimentos do indivíduo.
Procure ajuda nutricional
Para manter uma dieta balanceada, nutritiva e que solucione os Transtornos Alimentares, é de extrema importância procurar ajuda médica também. O nutricionista irá avaliar você e criar uma dieta personalizada, focada no que você mais precisa. E principalmente durante a pandemia, é essencial cuidar da sua saúde e se alimentar de forma correta, a fim de fortalecer seu sistema imunológico.
Seguindo essas dicas e conhecendo a fundo os verdadeiros motivos relacionados com a sua vontade de comer, você pode controlar sua alimentação.
]]>Um avantajado chapéu de feltro marrom ou cinza. A camisa era feita de um tecido bem robusto, na mesma cor do chapéu. Uma capa, ou manta, ficava sobre os ombros e protegia do frio. As botas eram de couro e iam até a altura da coxa. Acompanhados de cavalos ou mulas, transportavam as cargas mais pesadas, em caminhos complicados para se locomover a pé. As mercadorias importadas e alimentos, eram carregados no lombo dos animais, como rebanhos de gados e de outros produtos, além de especiarias e temperos. Tudo tinha o intuito de ser comercializado nas regiões sul, sudoeste e centro-oeste brasileiras.
As viagens eram longas, duravam cerca de semanas ou até meses, tornando a jornada árdua, e ao mesmo tempo, alterável. Dizem os moradores mais antigos de Santa Fé no estado do Paraná, que os tropeiros percorriam os arredores da cidade, quando pararam para descansar e sentiram fome. Conhecidos pela praticidade alimentícia, mas com sustança, observaram que na região havia uma rica plantação de milho. Então, colheram e começaram cortar, deixando também rodelas no sabuco. A sopa foi feita no trempe, em um caldeirão de ferro. Acrescentaram também frango e linguiça como acompanhamento.
Com o ar dos anos, a sopa de milho roubou a cena em Santa Fé. As pessoas se reúnem para degustar o prato. Seja em família ou com os amigos, tem para todos os gostos. Há aqueles que acrescentam na receita outros ingredientes, como cenoura, carne seca, frango desfiado e charque. Quem visita Santa Fé, não pode deixar de saborear a sopa de milho. Ela é rica em nutrientes, leve e apropriada para os dias frios.
Confira a receita:
* 12 espigas de milho
* 2 gomos de linguiça calabresa
* 6 coxas de frango
* Tempero a gosto
Modo de fazer:
Refogue o frango e reserve. Frite as linguiças. Corte quatro espigas de milho em pedaços e pique o restante. Refogue as espigas com metade do milho picado. Bata no liquidificador o restante do milho e adicione ao refogado. Deixe ferver. Quando abrir fervura, coloque o frango e a calabresa. Ferva por mais algum tempo. Coloque o tempero a gosto. Quando estiver bem grossa, desligue o fogo e sirva.
Ontem (14), estreou a 7° temporada do Masterchef Amadores, completamente adaptada por conta da pandemia de COVID-19. O novo formato traz 8 participantes por episódio disputando o troféu de Masterchef Brasil, tendo um vencedor por semana. O primeiro ganhador do troféu foi Hailton Martins, morador da Zona Norte de São Paulo, que tinha como premissa mostrar que cozinheiros de periferia também podem vencer o masterchef. Apesar da vitória de Hailton, o novo formato não agradou os internautas.
Nas redes sociais, os fãs do programa demonstraram a grande insatisfação com o novo formato. Os telespectadores informaram muitas vezes que não viram o “padrão Masterchef” e que isso é um descaso com os demais vencedores, que tiveram de vencer diversas provas para levarem o grande troféu de Masterchef Brasil, além de dizer que o novo formato não permite a aproximação com o participante, que é comum em competições.
(comentários retirados da página do Masterchef no facebook)
Alguns internautas se manifestaram dizendo que o programa pecou na escolha dos participantes e escolha de provas, outros gostaram do programa e se manifestaram através dos comentários dizendo que “estamos em um novo momento. Todos se adaptando”. Além de dizer que não é injusto a vitória com os demais vencedores.
(comentários retirados da página do Masterchef no facebook)
Apesar das críticas e elogios ao programa, ele estreou com 4.4 de audiência na Band, ficando atrás apenas do jornal Brasil Urgente e Jornal da Band, que se levarmos em conta o horário da programação(22:25), estreou muito bem.
]]>Por conta da pandemia de COVID-19, todos tiveram que se adaptar a uma nova rotina, incluindo os restaurantes, que tiveram que seguir protocolos de prevenção contra o vírus. A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) lançou cartilhas para auxiliar os donos dos estabelecimentos a se prevenirem da contaminação.
(Imagens: Abrasel/reprodução)
A cartilha “Dicas práticas para evitar a transmissão do coronavírus” disponível no site da Abrasel, alerta uso de álcool 70 para clientes na entrada do estabelecimento, aumento de higienização local(banheiro, mesas, cadeiras), atenção com a saúde dos colaboradores, higienização das mãos antes de embalar talheres, aumento da saúde com os colaboradores e outras dicas importantes que devem ser seguidas. Além dessa cartilha, a Abrasel também disponibilizou um guia completo de como lidar com o problema, onde prevê 1 metro de distância entre cadeiras, manter ambiente bem ventilado, cuidado com falsas informações entre outras dicas.
O restaurante Pizzalinha, um dos melhores de Salvador-BA pelo Trip Adivisor, especialista em massas vegetarianas, localizado no bairro da Barra, tem seguindo todos os protocolos implementados pela Abrasel. Em entrevista, o sócio Adison Junior, nos contou sobre como tem sido a rotina:
“A adaptação está sendo mais cuidadosa, a Pizzalinha da Barra fica localizada em um lugar onde a maioria dos integrantes é da terceira idade. Então, todos os dias quando os motoboys chegam e saem, higienizam as bags(mochila de entregador) com álcool em gel, levam vasilhas de álcool para higienizar a máquina do cartão e as mãos do cliente, ou se o cliente preferir, fazemos a transferência bancária, para realmente evitar qualquer tipo de transmissão.”
(Um dos restaurante da rede: reprodução/instagram)
Perguntei se as mudanças prejudicaram o restaurante de alguma forma, o sócio relatou que apenas atrasou a inauguração e obras do novo restaurante, tiveram que funcionar apenas como delivery. E que, no sentido de higiene, eles seguem as normas postas pela Abrasel, todo cuidado com os alimentos, então só tiveram que adaptar o uso do álcool em gel, o que gerou um custo a mais, que não chegou a ser impactante e gerou uma coisa positiva que mesmo após a agem do vírus, deixarão no restaurante. Adison também disse que utilizou as cartilhas da Abrasel e as tem na entrada do restaurante.
(Fotos: Adison Junior)
João Vítor Soares - O que você está achando sobre as mudanças implementadas? Vê como algo necessário?
“Sim. Por se tratar de alimentos, a gente está tomando todos os cuidados necessários, utilizando algumas cartilhas por conta da manipulação de alimentos, tomando todos os cuidados de segurança e higiene, então só veio a agregar. Nós teremos como padrão no restaurante, implementaremos mesmo com o fim da COVID-19” diz Adison.
(Foto:Adison Junior)
O Brasil já ultraa mais de 60 mil mortos pela COVID-19, em dados divulgados pelo Ministério da Saúde, apesar de pesquisas, como da Oxford, apontando uma possível vacina contra o vírus, é um processo longo e demorado que até a chegada, teremos que nos familiarizar com o álcool em gel e a máscara, seja em casa ou nos estabelecimentos que frequentamos.
]]>O Baião de Dois é uma receita cearense, que teria surgido no período da seca
nordestina. Como havia a escassez de comida causada pelos problemas climáticos,
as pessoas começaram a juntar os alimentos na produção de um único prato
saudável. A origem do nome da refeição está associada a uma dança típica do
Nordeste, derivada de uma forma de lundum, denominado baiano.
Considerado uma das combinações de sucesso do Ceará, o prato recebeu até uma
música feita pelo compositor Humberto Teixeira, e interpretada por Luiz Gonzaga,
também conhecido como Rei do Baião.
‘‘ Vô juntá feijão de corda
Numa a de arroz
Abdom vai já pra sala
Que hoje têm baião de dois”
Em Fortaleza, o baião de dois pode ser encontrado em diversos restaurantes
regionais, como o Rei do Baião, localizado na avenida Heráclito Graça. Com mais de
seis anos de criação, o local gastronômico é reconhecido pela população do
município, especialmente, por essa iguaria cearense.
O resultado positivo estaria relacionado ao modo de preparação da mistura dos
ingredientes. Para o chef de cozinha, Netan Ribeiro Tavares, é importante preparar
as refeições com amor, e agradar o paladar dos clientes. “A culinária cearense agrada
muito os turistas, trabalhamos com paçoca, ada, entre outras comidas regionais,
mas nossa expectativa é fazer um bom baião”, afirma Ribeiro.
Modo de preparo
A receita preparada pelo restaurante é composta pelos ingredientes tradicionais. O
Chef Netan Ribeiro conta que, o feijão é colocado de molho para tirar o ardor, e todo
caldo do baião é temperado com verduras, pimenta, cebola, manteiga, pimentão
cheiro verde e temperos industriais. Depois com o arroz pré-cozido é acrescentado o
feijão; ao final, é inserida a nata e o queijo.
Hoje, é possível encontrar diversas formas de fazer o baião de dois, pois o prato é
composto de outros ingredientes em várias regiões do país. Esse é consumido com
diferentes tipos de carne e peixe, de acordo com o gosto do cliente.
]]>Amamos comer, aquele cheirinho de comida no ar é quase palatável. Quando vemos o prato pronto, uma obra... da qual muitas vezes não imaginamos as etapas que antecede aquilo tudo. Nos deliciamos… "ah, como queria fazer igual. Qual o segredo?" pensamos.
Pois bem, se você está lendo este texto provavelmente quer colocar a mão na massa e começar a se aventurar no universo culinário. Mas antes de começar, é preciso estar atento a algumas coisinhas super importantes que fazem toda diferença, tanto no processo como no resultado final.
Listamos os 5 erros mais comuns que principiantes na cozinha cometem. Para reconhecer onde está errando e saber como corrigí-los o subchefe do Hotel Ramada de Recife - PE, Bruno Duarte esclarece essas dúvidas:
1 - Cuidado com a posição dos dedos na hora de cortar
Parece besteira, mas o cuidado na hora de cortar os alimentos pode evitar acidentes sérios, como cortes nos dedos por exemplo. Dessa forma, você terá mais controle e segurança enquanto segura o alimento e efetua o corte.
Segure o alimento com os dedos levemente flexionados, de modo que a lâmina da faca não corte mas encoste nas falanges mediais. Assim, você conseguirá ministrar aonde deseja efetuar o corte sem perigo de se cortar.2 - Deixar queimar folhas na geladeira
As folhagens que compramos na feira murcham com muita facilidade, em temperatura ambiente e na geladeira. Um bom jeito de evitar desperdícios é congelar os temperinhos num recipiente ou saquinho de porção. Não perde nada em sabor e você sempre vai ter temperinhos frescos para deixar a comida mais saborosa. Dura até 2 meses no congelador, sem risco de contaminação.
3 - Não seguir as medidas exata da receita
Nos empolgamos muito na cozinha, e isso faz parte... a realidade é que existe muita criatividade, e pouca técnica!
Meu relato pessoal: incontáveis vezes pratos não deram certo por eu gostar muito de um determinado ingrediente e acabava colocando demais achando que não ia interferir no conjunto da obra "só mais um tiquinho" pensava. Pois bem, esse 'tiquinho' pode solar/embatumar um bolo fácilmente.
Este é um ensinamento da minha vó, melhor cozinheira da vida. "Na primeira vez que estiver fazendo uma receita siga ela direitinho, o a o. Dando certo, da segunda vez já pode mudar alguma coisa que ache necessário, mas com cautela, principalmente se for doce.˜
4 - Colocar o azeite pra aquecer junto com a a
O azeite serve também para aromatizar o prato, se colocarmos ele pra aquecer junto com a a, tudo evapora e nada fica na comida, vai tudo pro ar. O correto é aquecer a a e só colocar o azeite na hora em que for refogar com a frigideira/a quente.
5 - Errar no sal
"Não sei o quanto de sal colocar", escuto tanto isso. Diz o subchef do hotel Ramada, Bruno Duarte e comenta que pra não correr risco é bom salgar apenas na finalização do prato "a preparação vai reduzindo e absorvendo os temperos, salgar no final é garantia de que a quantidade de sal vai ta no ponto, sem alteração."
Todos os estados brasileiros possuem riquezas gastronômicas que receberam influências indígenas, africanas e europeias, e até hoje são preservados como símbolo de identidade cultural. Nas regiões Nordeste e Sudeste existem um prato tipicamente brasileiro e que muitos já ouviram falar, especialmente nos estados da Bahia e do Espírito Santo, é a “moqueca”. Apesar do nome ser o mesmo, há diferenças no modo de preparo e nos ingredientes utilizados em cada receita. Os capixabas e baianos partem em defesa de seus pratos e há até uma disputa de qual é a melhor moqueca.
Moqueca Baiana, Reprodução da Internet
Os capixabas afirmam que foi em suas as de barro que a moqueca ganhou vida. Já os baianos dizem que a sua receita é original, devido o uso de leite de coco e azeite de dendê. Listar as diferenças entre elas é simples, mas nomear qual é a melhor é uma tarefa dada aos consumidores desse prato. A moqueca capixaba leva tomate, cebola, coentro, urucum (conhecido como colorau, uma especiaria utilizada como corante natural), sal, azeite de oliva e o peixe. Os peixes mais utilizados são badejo, garoupa e robalo devido a sua maciez e por ter uma carne mais clara, absorção de temperos e por manter a firmeza da carne e não desmanchar no momento do cozimento. Cada elemento utilizado tem uma função na preparação e que juntos traz identidade ao prato. Antes de tudo a a de barro das eiras de Goiabeiras, símbolo capixaba, é aquecida por 25 minutos. Logo depois são adicionados os ingredientes. O pescado é cozido junto com a cebola, o alho e o sal para aguçar o sabor. O molho é a base de tomate, a própria água do fruto é aproveitada para o molho e junto com o urucum dá uma coloração avermelhada ao prato. O azeite de oliva e o coentro dão uma suavidade e age na apuração do sabor da moqueca.
Moqueca Capixaba - Foto: Daniel Castro
Na versão baiana entra leite de coco e azeite de dendê, ingredientes típicos nos pratos da Bahia devido à colonização dos africanos no estado. O azeite de dendê é usado para temperar o pescado e junto com o coentro, a salsa, o pimentão, a cebola, o alho apura e dá sabor ao prato. A cremosidade da moqueca baiana fica a cargo do leite de coco, que acrescentado ao molho traz um sabor a mais ao prato. Assim como em toda culinária baiana não poderia faltar à pimenta para dar acidez e picância ao alimento.
Um elemento fundamental nas duas receitas é a a de barro para sua preparação, que conserva o calor e mantém a moqueca quente por mais tempo. No Espírito Santo isso é levado tão a sério que em 2002 o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu a a de barro das eiras Goiabeiras como patrimônio cultural do estado. A técnica é a mesma usada pelos indígenas, com base de argila, modelada a mão, pintada com a casca de mangue vermelha e depois queimadas a céu aberto. Uma curiosidade é que o barro utilizado na fabricação da a reduz a acidez do tomate e do pimentão.
Para Daniel Castro, capixaba e chefe de cozinha, a escolha da a de barro e não outra é devido aos seus benefícios a saúde e manutenção da tradição. “Tradicionalmente, hoje, a moqueca é preparada na a de barro das eiras de Goiabeiras, por vários motivos: pela tradição, pela estética do prato e pelos benefícios a saúde, que vem do manguezal o corante que tinge as as na hora do cozimento”, explica Castro.
A moqueca baiana é conhecida por ser mais pesada e picante, características predominantes da culinária baiana, por isso, os nutricionistas e cozinheiros sugerem que seja consumida no almoço devido às calorias existentes e a demora em fazer digestão. Já a capixaba é mais leve e suave e indicam a comer a qualquer hora do dia.
Apesar das diferenças os consumidores da moqueca falam que o prato caracteriza bem a região, seja no Espírito Santo ou na Bahia. E que a degustação é importante e traz vários significados na hora de consumir, como a história, o sabor, o aroma, a lembrança e até o processo de preparação. Além do mais ela pode ser acompanhada por pirão de peixe, arroz branco, moqueca de banana e farofa de mandioca, sem contar que os baianos a consomem com vatapá.
Para Hilton Cardoso, baiano e estudante de Física, a moqueca traz uma sensação de tranquilidade e sabor da culinária baiana, além de ser um prato muito colorido. “É uma comida apimentada que você tem uma sensação muito boa, de traz um alívio, se pudesse comer eu comia sempre. Ela é muita colorida por conter o coentro, o tomate, o pimentão vermelho, verde e amarelo”, relata.
Karen Benício, capixaba e estudante de Jornalismo, afirma que experimentou as duas moquecas tanto a capixaba quanto a baiana, mas que foram experiências diferentes. “Eu amo apreciar esse prato, ele tem um sabor único que me faz refletir todo o processo de preparação até chegar à mesa. Já tive a oportunidade de experimentar a moqueca baiana e não tive as mesmas sensações. Além de ter ingredientes e sabor diferentes, creio que ela não tenha o mesmo significado na Bahia como tem para nós capixabas”, argumenta.
A moqueca não tem uma época específica para ser consumida, mas na Semana Santa é a data com maior procura do pescado nessas regiões devido o significado da tradição religiosa cristã do não consumo de carne em memória ao sacrifício de Cristo. Apesar da sua preparação, o chefe de cozinha Daniel cita que o importante para ter um bom prato é o peixe fresco. “O mais importante da moqueca é o peixe fresco, pescado vistoso com a guelra vermelha e olho brilhando para que a moqueca garanta tanto a qualidade quanto a tradição do prato”, indica Castro.
Apesar das discussões do pertencimento desse prato, vale ressaltar a sua importância cultural para identidade do povo baiano e capixaba, que a moqueca não carrega apenas uma comida típica, mas sim uma técnica, história, tradição, sabor, aroma e uma diversidade cultural. A gastronomia caracteriza o valor e a identidade de um povo. Além de sua contribuição para economia do país e da região.
A origem
A palavra moqueca vem da expressão indígena “moquém” que significa grelha de vara para assar o peixe e preferencialmente embrulhada em folhas de bananeiras, como era utilizada pelos índios. Antigamente os índios preparavam em as de barro e urucum, mas com os ar dos anos a receita foi ganhando novos ingredientes pela influência dos espanhóis, portugueses e africanos.
A primeira referência da moqueca é encontrada na carta do português Luís Grã em 1554 que se refere aos índios quando começaram a consumir carne e assar nas labaredas, ou seja, no moquém, feito de grelha de varas, ou apenas de apenas de folhas de árvores e cobertas de cinzas. No decorrer do tempo os portugueses trouxeram para a moqueca capixaba o azeite, o tomate e a cebola. Já os africanos incrementaram na receita baiana o azeite de dendê e o leite de coco.
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