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Bad Bunny, ou Benito Antonio Martínez Ocasio, é um cantor porto-riquenho, nascido em 1994 que começou sua carreira compartilhando músicas no SoundCloud. Começou a ganhar atenção com seus lançamentos independentes e, em 2016, o produtor musical DJ Luian o descobriu e o contratou para a gravadora Hear This Music.
Seus primeiros discos, ainda que em espanhol tinham uma pegada mais Trap e hip hop, seu primeiro lançamento “X100PRE”, conta com colaborações de Diplo em "200 Mph” e Drake em “MIA”, Benito também já tocava em assuntos mais sérios como em "Estamos Bien, um hino para seu amado país Porto Rico depois que foi devastado pelo furacão Maria. O álbum foi muito bem recebido, alcançou a posição nº 11 na Billboard 200.
Em 2020, lançou “YHLQMDLG”, uma abreviação para “Yo Hago Lo Que Me da La Gana“, em português “Eu faço o que quero”. Ocasio traz nomes da música porto-riquenha, como Daddy Yankee, Ñengo Flow e Arcangel, em “YHLQMDLG” ele ainda traz histórias de amor mas também sua exaltação a Porto Rico, como em “P FN R”. O álbum fez história, alcançando a segunda posição na parada Billboard 200 em 2020, alcançando a maior colocação na parada de álbuns totalmente em espanhol.
Em seus próximos trabalhos como LAS QUE NO IBA SALIR um compilado de músicas que não chegaram a entrar em seus outros trabalhos e EL ÚLTIMO TOUR DEL MUNDO, Ocasio trabalha com cantores porto riquenhos e latinos, sempre em espanhol, o segundo estreando em primeiro lugar na parada Billboard 200, marcando o primeiro álbum totalmente em espanhol a chegar ao topo nos 64 anos de história da parada de todos os gêneros, superando seus antecessores. E em que Benito explora diversos ritmos musicais incluindo o rock latino.
Com Un verano Sin Ti, em 2023, El Conejo traz uma sonoridade mais tropical, em um mundo pós pandemia, Bad Bunny conseguiu trazer sombra e água fresca para a casa de todos e foi o que catapultou sua figura para uma esfera global, ao mesmo tempo em que destacava a vida e a cultura porto-riquenhas.
Mas mesmo com tudo isso e todo o sucesso nos Estados Unidos e em países hispánicos, Ocasio não conseguia adentrar o mercado brasileiro, inclusive eu, uma fã de desde seus primeiros álbuns era chamada de “a única fã de Bad Bunny no Brasil”, e o que dificultava? Benito se recusava a fazer feats com artistas brasileiros só para tentar entrar no mercado, se recusava a fazer uma arte inteiramente comercial. Além da dificuldade do Brasileiro em escutar música em espanhol e se conectar com essa cultura mais próxima, com exceções como Rosalia - que nasceu na Espanha - são poucos os artistas latinos que organicamente fazem sucesso aqui, um país com tanta influencia dos EUA acaba recebendo mais facilmente músicas em inglês, visto que a maioria dos filmes e séries que vem para o pais são nessa língua. Mas o tempo foi justo e em 2025 com “Debí Tirar Más Fotos”, e de uma forma orgânica todos pararam para ouvir o que o cantor tinha a dizer, com um álbum riquíssimo em história e elevando a cultura porto riquenha ao máximo, Benito canta sobre o apagamento cultural de Porto Rico e toda opressão que o país sofreu dos Estados Unidos, com em NuevaYol e Lo que le pasó Hawaii, com ritmos e parcerias latinas.
O Brasil finalmente começou a abraçar mais cantantes hispanicos e ritmos mais tropicais que combinam com o clima do país e se conectam também em história.
]]>Recentemente, Homem com H, cinebiografia de Ney Matogrosso, trouxe o gênero de volta ao centro das conversas culturais. Mais do que um simples recorte da carreira artística, o longa mergulha nas contradições, ousadias e silêncios de uma das figuras mais enigmáticas e icônicas da música brasileira. Mas o que torna uma cinebiografia realmente boa? E por que nos sentimos tão atraídos por essas histórias que prometem revelar o “verdadeiro” rosto por trás dos ídolos?
Jesuíta Barbosa é Ney Matogrosso em "Homem com H". (Reprodução: YouTube/ParisFilmes)
A psicologia do fascínio
Do ponto de vista psicológico, a curiosidade por grandes figuras públicas tem raízes profundas. Segundo estudiosos da psicanálise e da psicologia social, nossos ídolos se tornam verdadeiros arquétipos. São representações daquilo que desejamos, aspiramos ser — modelos de um ideal.
De certa forma, ao assistir a uma cinebiografia, buscamos entender o que existe por trás desse sucesso, qual seria a “receita do bolo”. Mas, além disso, buscamos identificação. Queremos saber como é ser essa “pessoa ideal”, quais são as dificuldades que enfrenta e como as supera.
Por meio da projeção, enxergamos no outro aquilo que gostaríamos de encontrar em nós mesmos — ou, ao contrário, aquilo que nos desafia e intriga. Saber como essas pessoas viveram, amaram, sofreram ou triunfaram nos ajuda a entender nossas próprias jornadas. A cinebiografia, nesse sentido, é uma ponte emocional entre o mito e o humano. E quanto mais íntima e imperfeita for essa ponte, mais poderosa ela se torna.
Claro, também existe nossa predisposição à fofoca. Brincadeiras à parte, há um impulso quase voyeurístico de espiar os bastidores da fama. Queremos saber como é a “vida real” por trás do palco, das câmeras, do glamour. Esse desejo por revelações é tão universal que molda o sucesso não apenas de cinebiografias, mas também de documentários, autobiografias e séries baseadas em fatos reais.
Cinebiografia ainda é cinema!
Contar uma história — especialmente num longa-metragem — exige que ela seja interessante de alguma forma. Neste artigo falamos de personalidades icônicas, quase mitos do mundo moderno. Mas uma boa cinebiografia pode ser fascinante mesmo quando retrata alguém comum, que a despercebido no cotidiano, mas tem uma boa história a ser contada.
Mas e quando o personagem é um mito? Dá pra errar? Como é possível pegar a vida de Freddie Mercury e fazer um filme ruim? Pois é — uma boa cinebiografia não é apenas uma cronologia de fatos. Ela precisa criar tensão, provocar emoções e, sobretudo, fazer escolhas narrativas ousadas. Mostrar o sucesso é fácil. O desafio está em retratar o caos, os dilemas morais, as contradições — sem cair no sensacionalismo ou na hagiografia (quando o filme tenta transformar o personagem em um santo).
Esse foi justamente o ponto de conflito que inviabilizou a versão de Sacha Baron Cohen (sim, o do Borat) para a cinebiografia de Freddie Mercury. Enquanto o ator queria retratar um Freddie intenso, provocador e polêmico — como ele realmente era — os integrantes do Queen preferiam uma abordagem mais “comportada”, centrada na trajetória da banda. Resultado: Cohen deixou o projeto após anos de imes, declarando que “ninguém vai querer ver um filme em que o protagonista morre no meio e a história continua com a banda”.
E, bem, Bohemian Rhapsody, apesar dos prêmios da Academia, nunca foi unanimidade — especialmente entre os fãs mais fervorosos do Queen.
Segundo as primeiras críticas, entre as cinebiografias nacionais, Homem com H acerta ao não tentar decifrar Ney Matogrosso, mas sim apresentá-lo em toda a sua complexidade. Ao contrário de Cazuza – O Tempo Não Para, que opta por um recorte mais sentimental e menos crítico, o filme sobre Ney mergulha com liberdade nas contradições políticas, sexuais e artísticas do cantor.
Depois dessa breve reflexão, podemos concluir que as cinebiografias continuam — e continuarão — a nos encantar porque, no fundo, o ser humano gosta de ver o humano. O que nos cativa é a nossa própria humanidade, seja a de uma pessoa simples ou a de um mito dos tempos modernos. Queremos enxergar humanidade no ídolo — e, quem sabe, enxergar um pouco de ídolo em nós mesmos.
]]>No final de 2023, em uma coletiva de imprensa, o Sepultura, notadamente a maior banda de metal da história do Brasil, anunciou sua turnê de despedida, intitulada Celebrating Life Through Death, marcando o fim de uma carreira de 40 anos. A turnê, iniciada em março de 2024 em Belo Horizonte, cidade natal da banda, ará por mais de 40 países e ainda está em curso, com um fim previsto para 2026.
E, se o Sepultura é tido como a maior banda de metal da história do país, também é unanimidade entre os fãs do gênero que o outro grande pilar é o Angra. Só que, enquanto a banda de Andreas Kisser excursionava sua derradeira tour, em setembro de 2024 foi a vez do Angra anunciar não seu fim, mas uma pausa por tempo indeterminado.
O trono ficou vazio?
Na verdade, esse seria um título um pouco sensacionalista. Mas, apesar de ser um fato que as maiores e mais reconhecidas bandas do metal brasileiro daqui a pouco tempo estarão longe dos palcos, esse artigo é só uma desculpa para indicar grandes, incríveis e até históricas bandas brasileiras que todo metaleiro, se já não conhece, deveria conhecer.
Antes de começar, fica aqui a menção honrosa para as lendas do Ratos de Porão. Apesar de não ser considerados uma banda de metal, o grupo liderado por João Gordo sempre teve o seu pé no metal, sendo considerados uma banda de crossover. Mas, dito isso e partindo para o metal, vamos começar com uma banda de veteranos do metal que se não são considerados tão grandes quanto as bandas já citadas, é só por conta de sua postura fiel ao underground e ao som mais extremo.
Krisiun
Sempre fiéis ao som extremo, o Krisiun é a banda de metal nacional mais consistente da história. (Reprodução: YouTube/Century Media Records)
Formado em 1990 em Ijuí (RS), o Krisiun é um dos maiores expoentes do death metal mundial. O trio é composto pelos irmãos Alex Camargo (baixo/vocal), Moyses Kolesne (guitarra) e Max Kolesne (bateria). Reconhecido por sua sonoridade brutal e técnica apurada, o grupo lançou 12 álbuns de estúdio e coleciona turnês globais e participações em festivais como Wacken Open Air e Rock in Rio. O Krisiun consolidou-se como referência no metal extremo, mantendo-se fiel às suas raízes underground.
Crypta
A Crypta não é mais o futuro, é o presente do metal nacional. (Reprodução: YouTube/Napalm Records)Formada por Fernanda Lira (baixo/vocal), Luana Dametto (bateria) e Tainá Bergamaschi (guitarra), a Crypta é uma banda brasileira de death metal que rapidamente ganhou destaque internacional. Seu álbum de estreia, Echoes of the Soul (2021), foi aclamado por sua intensidade e técnica e o segundo disco, Shades of Sorrow (2023), consolidou seu sucesso, alcançando posições nas paradas da Billboard. Apesar de relativamente nova (2019), a Crypta já se apresentou em festivais como Wacken Open Air e Rock in Rio, firmando-se como referência no metal extremo, presente e futuro do metal nacional.
Black Pantera
Sem tempo pra dar volta, o Black Pantera é direto. (Reprodução: YouTube/Black Pantera)
Os mineiros de Uberaba do Black Pantera são um trio de crossover thrash composto por Charles Gama (guitarra/vocal), Chaene da Gama (baixo/vocal) e Rodrigo “Pancho” Augusto (bateria). Com letras que abordam racismo, política e desigualdade social, a banda lançou quatro álbuns de estúdio, incluindo Perpétuo (2024), que incorpora elementos afro-latinos e percussões tribais. Com apresentações ao vivo enérgicas, o grupo já se apresentou em festivais como Rock in Rio, Lollapalooza, Afropunk e Festival, consolidando-se como uma das vozes mais relevantes do metal brasileiro contemporâneo.
Surra
Poucas bandas tem um nome que se encaixa tão bem no som como o Surra. (Reprodução: YouTube/Surra Thrashpunk)
Formado em 2012 em Santos (SP), o Surra é um power trio de thrashpunk composto por Leeo Mesquita (vocal/guitarra), Guilherme Elias (baixo/vocal) e Victor Miranda (bateria). Conhecido por suas letras combativas e performances intensas, o grupo aborda temas como desigualdade social e violência policial. Seu álbum Ninho de Rato (2021) recebeu o Prêmio Dynamite de Música Independente. Com turnês pelo Brasil, Chile e Europa, o Surra já se apresentou em festivais como Rock in Rio e dividiu palco com nomes como Sepultura e Ratos de Porão.
Violator
A turne na China foi um dos momentos mais icônicos da carreira do Violator. (Reprodução: YouTube/HEART METAL (METALHEART)
Brasiliense, o Violator foi formado em 2002 e é um dos principais nomes do thrash metal brasileiro. O grupo é composto por Pedro "Poney" Arcanjo (baixo/vocal), Pedro "Capaça" Augusto (guitarra), Márcio "Cambito" Cambito (guitarra) e David Araya (bateria). Seu álbum de estreia, Chemical Assault (2006), é considerado um marco do gênero no país. Com turnês por América do Sul, Europa e Ásia, a banda se destaca por sua energia ao vivo e por não ter medo de se posicionar politicamente.
]]>Desde os primórdios da civilização, a música transcendeu o mero entretenimento, ecoando como um poderoso catalisador de anseios por transformação social. Dos cantos de trabalho que ritmavam a labuta coletiva aos hinos religiosos que uniam comunidades em torno de crenças, a melodia e a letra sempre carregaram consigo as esperanças, as dores e as reivindicações de diferentes grupos. No Brasil e no mundo, exemplos históricos como os cantos de resistência indígena e as canções da luta abolicionista nos Estados Unidos demonstram a força da música em expressar a busca por liberdade e justiça.
Ao longo da história, a música se tornou um canal essencial para que grupos marginalizados pudessem expressar suas vivências e denunciar opressões. Em sociedades onde vozes são silenciadas, a música emerge como um grito potente, capaz de romper barreiras e dar visibilidade a questões negligenciadas pela grande mídia. Movimentos como o pelos direitos civis nos EUA, com canções emblemáticas como We Shall Overcome, ilustram como a música pode mobilizar e fortalecer a luta por igualdade.
Atualmente, a música em diversos gêneros serve como forte ferramenta de protesto. No rap, artistas como Emicida e Racionais MC's abordam questões raciais e violência policial, enquanto Fabio Brazza discute política e temas sociais. O feminismo se expressa em Karol Conká e MC Carol, e a comunidade LGBTQIA+ em Liniker, Pabllo Vittar e Glória Groove. Artistas indígenas como Djuena Tikuna e Brô MC's levantam suas pautas, enquanto MC Sid foca nas periferias. No rap nacional, Sabotage foi uma voz influente da realidade marginalizada. No funk, originário do Rio de Janeiro e com forte engajamento social, artistas como MC Carol e MC Sid discutem temas relevantes, com influência do rap consciente. MC Hariel, importante nome do funk paulista, aborda a realidade das comunidades, mostrando a versatilidade do gênero. A música popular, conecta-se com várias lutas sociais, usando plataformas digitais para amplificar suas mensagens e marcar presença nos debates e protestos atuais.A edição de 2025 do Lollapalooza Brasil foi marcada por uma renovação no perfil do público e na atmosfera do festival. Com Olivia Rodrigo e Shawn Mendes liderando a programação, o evento reafirma sua vocação para reunir gerações em torno da música, mas aposta claramente em uma conexão mais forte com a audiência jovem, especialmente a Geração Z.
Desde seu lançamento em 2018, Olivia Rodrigo se consolidou como uma das vozes mais relevantes de sua geração. Com apenas 22 anos, a cantora e compositora americana tem um repertório que mescla vulnerabilidade, força e uma estética pop-rock nostálgica, que remete aos anos 2000, mas com letras que dialogam com as angústias contemporâneas dos jovens. Sucessos como drivers license, good 4 u e vampire conquistaram milhões de fãs ao redor do mundo,seu show no Lollapalooza BR foi um dos momentos mais catárticos do evento.
Shawn Mendes, por sua vez, já é um nome consolidado na indústria musical. Com uma trajetória que começou nas redes sociais e evoluiu para estádios lotados e hits globais, o cantor canadense é ídolo de uma geração que o acompanhou crescer. Hits como Stitches, Treat You Better e There's Nothing Holdin’ Me Back embalam romances adolescentes e playlists desde 2015. No Brasil, onde mantém uma base de fãs fervorosa, sua presença no Lollapalooza era aguardada com ansiedade.
Essa mudança de eixo no line-up do festival, tradicionalmente mais voltado ao rock alternativo, indie e eletrônica, é reflexo direto do dinamismo do mercado musical e da força da internet. As redes sociais, especialmente TikTok e Instagram, têm desempenhado um papel central na definição de tendências e na ascensão de novos artistas. Olivia Rodrigo, por exemplo, teve seu primeiro álbum amplamente divulgado por meio dessas plataformas, o que garantiu uma conexão instantânea com o público jovem.
No cenário do Lolla BR 2025, essa juventude deve se fazer presente de forma ainda mais marcante. A estética dos fãs, as coreografias coletivas, os looks inspirados nos videoclipes dos ídolos e o engajamento digital antes, durante e depois dos shows transformarão o festival em uma verdadeira celebração geracional. Muitos desses jovens estarão em sua primeira grande experiência de festival e tudo indica que será inesquecível.
Além de Olivia e Shawn, o festival contará com outros nomes que dialogam com diferentes públicos, como Alanis Morissette,Tate Mcrae, Benson Boone e JustinTimberlake . Essa diversidade garante que o Lollapalooza mantenha sua característica de festival plural, capaz de reunir pais e filhos, grupos de amigos de todas as idades e diferentes estilos em um mesmo espaço.
Mas não há dúvidas: o protagonismo dessa edição está nas mãos da nova geração. O Lollapalooza 2025 é mais do que um festival de música, é um espelho das transformações culturais em curso. Olivia Rodrigo e Shawn Mendes não apenas encabeçam o line-up, mas também representam uma mudança de paradigma: artistas jovens, conscientes de seu papel e com discursos que ressoam profundamente entre os fãs.
A edição de 2025 do Lollapalooza Brasil foi marcada por uma renovação no perfil do público e na atmosfera do festival. Com Olivia Rodrigo e Shawn Mendes liderando a programação, o evento reafirmou sua vocação para reunir gerações em torno da música, mas apostou claramente em uma conexão mais forte com a audiência jovem, especialmente a Geração Z.
]]>Habemus Papam!
Aliás, pelo menos enquanto esse texto está sendo escrito ainda não sabemos quem é o sucessor oficial do Papa, mas um outro pontífice acaba de chegar.
Papa V Perpetua em ensaio para a Rolling Stone. (Reprodução: YouTube/Rolling Stone UK)
A banda sueca Ghost finalmente lançou o seu sexto álbum de estúdio, o aguardado Skeletá e, liderando a banda está o recém chegado Papa V Perpetua o quinto em sucessão. Se você não está entendendo nada, nós já temos um artigo aqui falando sobre como funciona essa sucessão dos vocalistas do Ghost mas, resumindo, a cada álbum um novo Papa surge e toma conta dos vocais da banda e agora é a vez de Perpetua assumir esse posto.
Claro, tudo isso não a de uma teatralidade criada pela mente de Tobias Forge, o homem por trás do Ghost. Idealizador, líder e vocalista da banda, o multi instrumentista muda de persona a cada álbum, refletindo o seu momento e costurando toda uma mitologia que encanta milhões de fãs devotos pelo mundo. Algo que grandes artistas já fizeram, como o lendário David Bowie, por exemplo. Mas, sem mais delongas, vamos falar do Skeletá!
Uma jornada perpétua em direção a nós mesmos
Skeletá é o sexto álbum da banda e, apesar de ainda trazer em sua identidade um hard rock/heavy metal clássico recheado de temas obscuros/satânicos, dessa vez Tobias decidiu olhar mais para dentro de si e nos convida a fazermos o mesmo, com letras intimistas e reflexivas sobre o ser humano.
Sonoramente, Skeletá é uma evolução natural do caminho que a banda já vinha trilhando. Muito calcada no AOR e num som mais oitentista como o trabalho anterior, o Impera, ele também traz um pouco mais da crueza dos seus primeiros álbuns. Faixas como “Umbra” e “De Profundis Borealis” mostram essa mescla com perfeição, com momentos que aos ouvidos mais atentos remetem ao primeiro álbum Opus Eponymous, e outros que poderiam muito bem estar numa música do Def Leppard ou Motley Crue.
E é nessa mistura que o Ghost prova seu valor para sua legião cada vez maior de fãs ao mesmo o que deixam qualquer pessoa de mente mais fechada completamente contrariada. No mundo criado por Tobias Forge, seja sonoramente ou mesmo em seus shows, não existe espaço para preconceitos ou pensamentos retrógrados. O Ghost é diverso, é para todos. E felizmente é possível ver isso cada vez mais no público dos seus shows. Tal qual uma igreja (deveria ser), o Ghost acolhe.
Despido até o esqueleto
Agora que introduzimos o álbum, é hora de seguir viagem através das músicas e, ao longo delas, falar um pouco mais do contexto da sua composição e contexto. Para começar, o álbum abre com a esperançosa “Peacefield”. Terceiro single lançado antes do álbum, essa música é uma perfeita abertura para o álbum (e para os shows). Seu tom mais otimista é proposital e, segundo Forge, uma vez que o álbum vai seguir por caminhos tortuosos, ele começa pegando na sua mão e mostrando que, apesar de tudo, devemos ter a certeza que no final as coisas podem dar certo.
Ainda segundo Tobias, esse álbum é, tematicamente, o oposto do Impera. Enquanto o álbum anterior refletia sobre a sociedade, o surgimento e queda de impérios, Skeletá é sobre o ser humano, despido até o esqueleto, nossos medos, angústias, sofrimentos, dúvidas e, por fim, nossa esperança, afinal estamos aqui, estamos vivos.
Além de abertura do álbum, "Peacefield" também tem sido a abertura dos shows da Skeletour. (Reprodução: YouTube/Ghost)
Na sequência temos “Lachryma”. O segundo single lançado é uma das músicas mais pesadas do álbum e vem carregada com uma temática vampiresca e um refrão poderoso - evocando uma quebra com aquilo que nos faz mal, um canto para quem está cansado de sofrer em vão.
O clipe de "Lachryma" foi o primeiro vislumbre de Perpetua em ação. (Reprodução: YouTube/Ghost)
Já em “Satanized”, estamos falando de amor. Sim, por trás da característica temática religiosa que permeia a música (e seu clipe), estamos lidando com uma pessoa que percebe que está apaixonada e Tobias reflete como isso pode se assemelhar a uma possessão demoníaca - principalmente aos olhos fundamentalistas de certos religiosos.
Possuido ou apaixonado? (Reprodução: YouTube/Ghost)
A primeira balada do álbum, “Guiding Lights” segue refletindo sobre as relações humanas e como muitas vezes ao evitarmos tomar o caminho certo por medo, no fim, perdemos tudo. Em seguida, com uma referência ao autor Oscar Wilde no título, temos “De Profundis Borealis”, falando sobre nossa capacidade de amar nos piores momentos, e como isso pode nos tirar do abismo.
Em provavelmente uma das letras mais profundas e pessoais escritas por Tobias, “Cenotaph” fala conosco sobre luto, sobre a perda de alguém e sobre como podemos manter essas pessoas vivas conosco. Cenotáfio é um monumento erguido em memória a alguém, mas sem que tenha seus restos mortais, é como um memorial. Aqui a letra torna-se muito íntima para Forge, pois pode ser interpretada como um tributo ao seu irmão mais velho, falecido na mesma época que o Ghost dava seus primeiros os.
Após conhecer a história de Tobias e seu irmão é impossível não se emocionar com "Cenotaph". (Reprodução: YouTube/Ghost)Uma música que poderia muito bem estar no catálogo do Kiss, “Missilia Amori”, ou foguetes do amor, traduzindo do latim, fala sobre a complexidade de uma relação amorosa, que muitas vezes pode ser uma verdadeira guerra. Mas cá entre nós, sabendo como Forge gosta de fazer certas piadas de duplo sentido, esses “foguetes de amor” do refrão…
Enfim, melhor irmos para “Marks of the Evil One”. Aqui estamos falando do Ghost clássico, entoando versos sobre os quatro cavaleiros do apocalipse e as marcas do mal se espalhando pelo mundo. Seguindo o tema do álbum, aqui o foco é a corrupção do ser e uma visão pessimista sobre a inevitabilidade disso.
Na reta final, em diversas entrevistas, Tobias disse que o álbum precisava de um clímax e, como estamos falando do ser humano em seu âmago, nada mais indicado do que uma musica sobre sexo. Assim nasce “Umbra”, sombria e sexy, ela narra o antes, o durante e o clímax em uma linguagem característica do Ghost, na letra e no instrumental. Atenção no (flerte) duelo entre o teclado e a guitarra na hora do solo!
Depois dessa viagem, desse clímax, o que falta? “Excelsis”, nas palavras do próprio Tobias, é o rolar dos créditos finais do filme. Aqui refletimos sobre tudo, sobre a vida, sobre o que somos, sobre o que sentimos e que se, no final, sabemos que um dia teremos que ir, por que não aproveitar e viver a complexidade de nós enquanto humanos enquanto estamos aqui?
]]>Um dos festivais mais icônicos do heavy metal e do hard rock, o Monsters of Rock está de volta ao Brasil neste mês de abril para celebrar seus 30 anos de história! O evento acontecerá no Allianz Parque, em São Paulo, reunindo algumas das maiores lendas da música pesada em um dia épico para os fãs do gênero.
Mais do que um festival, esta edição será uma verdadeira homenagem à trajetória do evento e ao legado do heavy metal. Para os fãs, será a oportunidade de testemunhar grandes ícones do rock e metal em apresentações eletrizantes, repletas de nostalgia e energia.
A estrada até aqui
Criado em 1980, pelo produtor Paul Loasby, o Monsters of Rock estreou no Brasil em 27 de agosto de 1994, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, com um lineup simplesmente lendário: Kiss, Slayer, Black Sabbath e Suicidal Tendencies. Desde sua primeira edição, o festival já se consolidava como um marco para os fãs brasileiros de som pesado.
Em 1995, novamente no Pacaembu, o evento trouxe outro time de peso: Ozzy Osbourne, Faith No More, Megadeth e Alice Cooper. No ano seguinte, em 1996, foi a vez de Iron Maiden, Motörhead, Skid Row e Biohazard subirem ao palco.
Após uma pausa em 1997, o festival retornou em 1998, desta vez no Autódromo de Interlagos, com atrações como Slayer, Megadeth e Savatage. Depois disso, o evento entrou em um longo hiato, voltando em 2013 e 2015, mantendo a tradição de trazer grandes nomes, como Slipknot, Korn, Aerosmith, Ozzy Osbourne e Kiss.
As edições históricas do Monsters of Rock ajudaram a consolidar o Brasil como um dos principais destinos das grandes turnês de rock e metal, proporcionando momentos inesquecíveis e moldando a cena musical pesada no país. Agora, essa trajetória gloriosa será celebrada mais uma vez, no Allianz Parque.
E para você se preparar para a edição de 2025, preparamos um guia completo das bandas, seguindo a ordem de apresentação divulgada recentemente pela produção do evento!
Stratovarius
Black Diamond, o maior clássico do Stratovarius. (Reprodução: YouTube/StratovariusChannel)
Banda finlandesa de power metal melódico, conhecida por sua sonoridade épica e virtuosa. Com hits como "Black Diamond" e "Hunting High and Low", o grupo é um dos pilares do gênero.
Opeth
Mestres do metal progressivo e atmosférico, o Opeth mistura melodia e brutalidade. (Reprodução: YouTube/Reigning Phoenix Music)
Os suecos, mestres do metal progressivo, combinam elementos do death metal com agens atmosféricas e instrumentais complexos. Liderados por Mikael Åkerfeldt, eles transitam entre o brutal e o melancólico com maestria.
Queensrÿche
Um dos álbuns conceituais mais famosos da história, "Operation: Mindcrime" é considerado um clássico do gênero. (Reprodução: YouTube/Queensrÿche)Representantes do metal progressivo americano, a banda se destacou nos anos 80 com álbuns como "Operation: Mindcrime" e "Empire". O hit "Silent Lucidity" se tornou um clássico atemporal e mostra a versatilidade da banda.
Savatage
Um dos retornos mais esperados é o dos monstros do Savatage. (Reprodução: YouTube/Savatage)
Com um estilo único que mescla power, thrash e metal progressivo, a banda americana é responsável por álbuns lendários como "Hall of the Mountain King" e "Gutter Ballet". O retorno da banda aos palcos é um dos momentos mais esperados do festival.
Europe
Você conhece "The Final Countdown", mas e "Rock the Night"? (Reprodução: YouTube/Europe)
Um dos grandes nomes do hard rock sueco, a banda é mundialmente conhecida pelo hino "The Final Countdown", mas também tem outros sucessos como "Carrie" e "Rock the Night".
Judas Priest
Mais clássico do que Rob Halford na sua Harley? (Reprodução: YouTube/Judas Priest)Considerados os "Deuses do Metal", os britânicos do Judas Priest moldaram o heavy metal moderno com álbuns como "British Steel" e "Screaming for Vengeance". Liderados por Rob Halford, chegam com a turnê Shield of Pain, fazendo um tributo ao clássico álbum "Painkiller" juntamente às mais novas músicas do “Invincible Shield”.
Scorpions
Simplesmente 60 anos de carreira! (Reprodução: YouTube/Scorpions) Os gigantes do hard rock alemão completam o lineup com sua vasta coleção de hits, incluindo "Rock You Like a Hurricane", "Still Loving You" e "Wind of Change". Com seis décadas de estrada, entre idas e vindas, a banda continua cativando multidões ao redor do mundo. ]]>Lançado em 21 de agosto de 2015, Meliora é o terceiro álbum de estúdio da banda sueca Ghost. Considerado um marco na trajetória do grupo, o disco consolidou sua identidade ao mesclar a grandiosidade do heavy metal dos anos 70 com uma estética pop característica dos anos 80. Em 2025, esse álbum icônico celebra uma década de influência e sucesso!
Uma melhor versão do “mais hostil”
Neste artigo, vamos explorar esse já clássico do metal moderno. Mas, para entender melhor seu impacto, precisamos voltar um pouco mais no tempo e analisar o momento em que o Ghost se encontrava. Dois anos antes, a banda havia lançado Infestissumam (2013) — cujo título, em latim, significa "o mais hostil". Agora, com Meliora, o grupo liderado pelo até então anônimo Tobias Forge tinha a oportunidade de evoluir seu som e reafirmar sua identidade.
Papaganda, um dos vários vídeos do Ghost que reforçam a sua mitologia, esse falando sobre o Papa Emeritus II. (Reprodução: YouTube/Noisey)
Com o sucesso de Infestissumam, o Ghost buscava um som mais pesado e progressivo, afastando-se da forte influência do rock psicodélico dos anos 70 que permeava seu álbum anterior. Para isso, contaram com a produção de Klas Åhlund, renomado por seu trabalho no universo pop. A colaboração trouxe um refinamento à sonoridade da banda, equilibrando melodias cativantes, riffs intensos e uma atmosfera sombria.
Concebido dentro de um conceito distópico, Meliora aborda temas como a decadência da humanidade e a ausência de Deus na sociedade moderna. Seu próprio título, que significa "melhoria" ou "busca pelo melhor" em latim, carrega uma ironia: a incessante busca humana pelo progresso material em detrimento da espiritualidade.
A Troca de Papas
Como já se tornara tradição, Meliora marcou mais uma mudança na identidade do frontman do Ghost, com a chegada de Papa Emeritus III. Na prática, a troca era apenas simbólica, já que Tobias Forge continuava sendo o vocalista por trás da persona.
A lendária troca de Papas no Ghost. (Reprodução: YouTube/Ghost México)
No dia 3 de junho de 2015, a banda retornou aos palcos em sua cidade natal, Linköping, na Suécia, para apresentar oficialmente o novo Papa. Em uma encenação teatral, o antigo vocalista deu lugar ao sucessor, que se apresentou com um anúncio em italiano: "Io sono Papa Emeritus, el III." Pouco antes dessa data, o primeiro single Cirice havia sido lançado, revelando a nova sonoridade e estética da banda.
Cirice, o primeiro single do Meliora. (Reprodução: YouTube/Ghost)
O Lançamento e a Conquista do Mundo
Após seu lançamento, Meliora foi amplamente aclamado pela crítica e pelo público, sendo considerado um dos melhores álbuns de 2015 – e, para muitos, o melhor da discografia do Ghost até hoje. O disco destacou-se por faixas marcantes como From the Pinnacle to the Pit, He Is e Mummy Dust, além do single Cirice, que rendeu à banda seu primeiro Grammy, vencendo a categoria de Melhor Performance de Metal em 2016.
Comercialmente, o álbum estreou em primeiro lugar na Suécia e conquistou posições de destaque nas paradas dos Estados Unidos e da Europa. A turnê de divulgação, Black to the Future Tour, consolidou a grandiosidade teatral do Ghost, com Papa Emeritus III e os Nameless Ghouls apresentando novos figurinos e uma produção ainda mais elaborada. Além de expandir o público da banda, Meliora abriu portas para experimentações musicais que seriam exploradas nos álbuns seguintes, Prequelle e Impera, ao mesmo tempo em que manteve seu status de um dos trabalhos mais icônicos da carreira do Ghost.
]]>O primeiro mês do ano já se foi, e o mundo da música pesada está a todo vapor! Depois de um 2024 repleto de lançamentos e retornos incríveis — desde novas bandas até lendas do heavy metal —, 2025 promete ainda mais novidades nos mais diversos estilos do som pesado.
Neste artigo, listamos alguns dos principais lançamentos aguardados para este ano. E, como janeiro acaba de terminar, também faremos algumas menções honrosas, porque 2025 já começou com tudo!
O ano nem começou e já tem ex-Beatle lançando álbum country. (Reprodução: YouTube/Ringo Starr)
Logo no início do mês, no dia 10, o ex-Beatle Ringo Starr lançou Look Up, seu vigésimo álbum de estúdio. No mesmo dia, os escoceses do Franz Ferdinand apresentaram The Human Fear, enquanto o Tremonti — banda de Mark Tremonti, conhecido por seu trabalho no Creed e no Alter Bridge — lançou The End Will Show Us How.
Outros destaques de janeiro incluem o Grave Digger, com Bone Collector; o Pentagram, com Lightning In A Bottle; e o The Hellacopters, com Overdriver. Como sempre diz o ex-VJ da MTV Gastão Moreira: o rock não morreu, apenas voltou para o underground, onde sempre pertenceu.
Sem mais delongas, vamos conferir alguns dos álbuns mais esperados de 2025 que já foram anunciados!
Jinjer – Duél
Green Serpent foi um dos primeiros singles do novo álbum do Jinjer. (Reprodução: YouTube/Napalm Records)
Data de lançamento: 7 de fevereiro de 2025
Descrição: Os ucranianos do Jinjer estão prestes a lançar seu quinto álbum de estúdio, Duél. Conhecidos por sua fusão de metalcore, prog e até elementos de jazz, vamos aguardar o que prepararam junto à incrível voz da vocalista Tatiana Shmailyuk.
Dream Theater – Parasomnia
Night Terror foi o primeiro single e marcou o retorno de Mike Portnoy. (Reprodução: YouTube/Dream Theater)
Data de lançamento: 7 de fevereiro de 2025
Descrição: Os ícones do metal progressivo Dream Theater retornam com Parasomnia, seu 16º álbum de estúdio. Este lançamento marca a volta do baterista original Mike Portnoy e promete a mistura de complexidade técnica e melodias cativantes que todo fã de Dream Theater ama.
Dynazty – Game of Faces
Os suecos do Dynazty estão vindo para o Brasil com um novo lançamento debaixo do braço. (Reprodução: YouTube/Nuclear Blast Records)
Data de lançamento: 14 de fevereiro de 2025
Descrição: Confirmados no Bangers Open Air, a banda sueca Dynazty apresenta Game of Faces e vai chegar com lançamento fresquinho, prometendo riffs poderosos e refrões marcantes.
Lacuna Coil – Sleepless Empire
As lendas do metal gótico, Lacuna Coil. (Reprodução: YouTube/lacunacoil)
Data de lançamento: 14 de fevereiro de 2025
Descrição: Os italianos do Lacuna Coil lançam Sleepless Empire, seu décimo álbum de estúdio. Espera-se uma combinação de metal gótico com elementos eletrônicos, destacando os vocais de Cristina Scabbia e Andrea Ferro.
Architects – The Sky, the Earth & All Between
O metalcore único do Architects. (Reprodução: YouTube/Architects)
Data de lançamento: 28 de fevereiro de 2025
Descrição: Um dos maiores expoentes do metal moderno, o Architects retorna com The Sky, the Earth & All Between. Conhecidos por suas letras introspectivas e som pesado, este álbum deve aprofundar ainda mais sua evolução musical.
Destruction – Birth of Malice
Data de lançamento: 7 de março de 2025
Descrição: Os veteranos do thrash metal alemão Destruction estão de volta com Birth of Malice. Aqui nem precisamos de mais informações: todo fã de thrash metal precisa ouvir isso!
Spiritbox – Tsunami Sea
Data de lançamento: 7 de março de 2025
Descrição: Outra queridinha do metal atual, a banda canadense Spiritbox lança seu segundo álbum, Tsunami Sea. Após o sucesso de seu debut, o grupo busca equilibrar elementos progressivos e pesados, destacando os vocais dinâmicos de Courtney LaPlante.
Arch Enemy – Blood Dynasty
Data de lançamento: 28 de março de 2025
Descrição: Os suecos do Arch Enemy apresentam Blood Dynasty, prometendo seu característico death metal melódico com riffs intensos e os poderosos vocais de Alissa White-Gluz.
King Diamond – The Institute
Data de lançamento: A ser confirmado
Descrição: O icônico vocalista King Diamond prepara o lançamento de The Institute, prometendo sua de heavy metal teatral e narrativas sombrias que cativam fãs há décadas. Além disso, a sua banda clássica, Mercyful Fate também deve lançar um novo disco esse ano.
Anthrax – Título a ser anunciado
Data de lançamento: A ser confirmado
Descrição: A lendária banda de thrash metal Anthrax está trabalhando em um novo álbum, aguardado para 2025. Embora detalhes sejam escassos, os fãs esperam um novo disco ainda esse ano.
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A espera de sete anos finalmente acabou! Na verdade, nem mesmo podemos dizer que era uma espera. Uma vez que, poucos meses após o lançamento do seu então último álbum de estúdio “One More Light”, o Linkin Park perderia precocemente o seu frontman, Chester Bennington.
Avançamos no tempo, durante sete anos de hiato, para o dia 24 de agosto de 2024. Após alguns rumores sobre seu retorno, uma contagem regressiva misteriosa apareceu no site da banda e culminou no dia 05 de setembro em um evento realizado para fãs em Los Angeles, quando a banda finalmente ressurgiu.
O Linkin Park subiu ao palco e finalmente anunciou o seu retorno, com a vocalista Emily Armstrong assumindo o papel de carregar o legado de Chester, além dos retornos de Mike Shinoda, Dave “Phoenix” Farrell e Joe Hahn. Além da adição de Colin Brittain no lugar de Rob Bourdon na bateria e Alex Feder na guitarra, no lugar de Brad Delson, que não deixou a banda mas focará seu trabalho apenas no estúdio.
From Zero
E não era qualquer retorno, nesse evento o Linkin Park anunciou um verdadeiro recomeço - o que fica bem claro no título do novo álbum “From Zero”, que foi anunciado junto com datas em diversas cidades do mundo, incluindo São Paulo. O nome do álbum, inclusive, referencia o primeiro nome da banda, que era Xero (pronuncia-se “Zero”), mais um sinal que esse álbum é mais do que um retorno, é um novo marco zero na banda - com o perdão do trocadilho.
O lançamento
Após o lançamento do primeiro single “The Emptiness Machine”, no dia do evento do retorno, o Linkin Park também lançou mais três músicas e saiu em turnê até o dia do lançamento oficial do álbum, que aconteceu no dia 15 de novembro. Esses três singles foram, respectivamente, “Heavy is the Crown” (em parceria com o jogo online League of Legends), “Over Each Other” e “Two Faced”.
Os quatro singles foram sabiamente escolhidos pela banda, pois mesclaram com maestria todo o sentimento e a atmosfera do antigo Linkin Park, como em “Two Faced”, mas também colocaram em evidência tudo que Emily poderia agregar ao som da banda, como a agressiva “Heavy is the Crown” e a bela “Over Each Other”.
Recorde e turnê mundial
“From Zero” é um verdadeiro resumo de toda a carreira do Linkin Park, representando ado, presente e futuro. Com músicas que remetem à todas as fases e mudanças que a banda já ou, o álbum também sinaliza novos caminhos que a banda pode tomar com seus novos membros e também novos sons.
Em "Over Each Other", a banda mostra a versatilidade de Emily Armstrong, fugindo um pouco das referências ao ado (Reprodução: YouTube/Linkin Park)
O álbum estreou com ótima recepção da crítica e do público, atingindo excelentes números como a nota 73 no Metacritic, um site que reúne diversas críticas e tira uma média (como o Rotten Tomatoes, para cinema). Além disso, a banda atingiu o impressionante recorde na Billboard, onde se tornou a primeira a dominar inteiramente o Top 10 de um estilo, no caso hard rock.
A já histórica apresentação de "Two Faced" em São Paulo. (Reprodução: YouTube/Linkin Park)
Com o massivo apoio dos fãs - e até de alguns que torceram o nariz num primeiro momento -, o Linkin Park colecionou shows épicos pelo mundo nesse fim de 2024. E, além disso, já anunciou uma enorme turnê mundial para 2025, onde retornarão para o Brasil para shows em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre.
A reflexiva e linda "Good Things Go" que fecha o álbum. (Reprodução: YouTube/Linkin Park)
Tracklist
1 - From Zero (intro)
2 - The Emptiness Machine
3 - Cut the Bridge
4 - Heavy is the Crown
5 - Over Each Other
6 - Casualty
7 - Overflow
8 - Two Faced
9 - Stained
10 - IGYEIH
11 - Good Things Go
]]>Como nascem novos estilos musicais? A música, como todo tipo de arte, é mutável. Músicos se influenciam com diferentes referências, sejam elas outros artistas, o contexto histórico da época, entre outros acontecimentos. E é assim que diversos estilos musicais nascem, muitas vezes se retroalimentando de outros estilos do ado ou contemporâneos. Foi assim com o nascimento do grunge nos anos 90, o punk rock no fim dos 70…
Mas no artigo de hoje nós vamos falar de um outro movimento musical, também dos anos 70, que talvez não seja tão famoso quanto os supracitados, mas é de extrema importância quando falamos de música, sobretudo o heavy metal moderno. Vamos falar sobre a invasão britânica do fim dos anos 70, que posteriormente foi chamada de “Nova Onda do Heavy Metal Britânico”.
A morte prematura do heavy metal
A New Wave of British Heavy Metal, popularmente conhecida pela sua abreviação NWOBHM, surgiu no final da década de 1970 e início dos anos 1980 no Reino Unido, em um momento que marcou uma verdadeira revolução no cenário do heavy metal. Apesar de ainda jovem, àquele momento o som pesado que receberia esse nome já enfrentava um momento de estagnação.
Bandas como Black Sabbath, Deep Purple e Led Zeppelin, que na verdade nunca se intitulam como heavy metal, mas traziam elementos mais pesados para a época na sua música, já haviam ado pelos seus auges. E, além disso, essas bandas tinham encontrado no punk rock um rival na disputa pelos corações da juventude, que foram facilmente seduzidos pela energia crua e abordagem direta que o estilo utilizava.
Como modernizar um estilo?
Como mencionado na abertura deste texto, todo movimento artístico é uma expressão do contexto em que surge, funcionando como uma verdadeira fotografia de seu tempo. Naquela época, o Reino Unido vivia uma grave crise econômica, marcada por altas taxas de desemprego e profundo descontentamento social, especialmente entre os jovens da classe trabalhadora. Esse ambiente turbulento não só deu origem ao punk rock, como também serviu de catalisador para a renovação do heavy metal.
Apesar do líder da banda Steve Harris não gostar de itir, a influência do punk rock na criação do Iron Maiden é bem clara. (Reprodução: YouTube/Iron Maiden)O punk rock, visto inicialmente como um "algoz" do heavy metal tradicional, acabou influenciando sua revitalização. Enquanto o metal já possuía uma base sólida, foi essa convivência com a energia crua e a atitude rebelde do punk que lhe deu um novo fôlego. O gênero evoluiu para algo mais rápido, agressivo e dinâmico, combinando a intensidade visceral do punk com a sofisticação e complexidade musical características do metal. Essa fusão deu origem a uma nova era para o gênero, redefinindo suas bases e ampliando seu impacto.
A invasão britânica
Vários clichês do heavy metal têm como uma das principais fontes o Judas Priest. (Reprodução: YouTube/Judas Priest)
Quando houve a reunião das quatro bandas fundadoras do thrash metal, liderados pelo Metallica, eles tocaram a música Am I Evil, de uma das principais bandas do NWOBHM, o Diamong Head. (Reprodução: YouTube/Metallica)
E, além disso, seu impacto foi tão grande que, apesar de seu auge ter sido ali no início dos anos 80, a NWOBHM tornou-se a principal influência de diversos movimentos que viriam a seguir, o mais famoso deles, o thrash metal, capitaneado por bandas como o Metallica, Slayer e Megadeth, que sempre citam essas bandas como suas principais influências e, bem, como sabemos o Metallica e o Slayer são duas das maiores influências de todo o metal moderno que veio a seguir.
Tudo por causa daquela semente britânica.
]]>Imagina se tornar um membro de sua banda preferida? Ou melhor ainda, imagine ser o vocalista dessa banda! Parece coisa de cinema, certo? E é. Lançado em 2001, o filme Rock Star conta a história de Chris Cole, um jovem apaixonado por heavy metal que a de fã a vocalista de sua banda favorita, o Steel Dragon.
Mas o que nem todo mundo sabe, é que essa história fantástica não é só coisa de ficção. Esse filme é baseado na vida de Tim "Ripper" Owens, que era um grande fã da banda Judas Priest e que, de forma improvável, substituiu o vocalista Rob Halford em 1996. Essa história é tão incrível, que chamou a atenção de Hollywood, como o próprio Tim Owens contou certa vez à UCR
“Tudo começou com um artigo no The New York Times, na primeira página da seção de entretenimento. Isso foi no domingo. Na segunda-feira, eu estava no campo de golfe da minha cidade natal e meus pais estavam me ligando, dizendo: 'Há empresas de cinema ligando, interessadas na sua história.' Depois eles ligaram novamente, dizendo: 'Ei, George Clooney e a Warner Bros. acabaram de ligar!'”
O lendário Judas Priest
Uma das maiores lendas vivas do heavy metal mundial, o Judas Priest é uma banda britânica formada em 1969, conhecida por definir o som e a estética do gênero. Liderada pelo icônico vocalista Rob Halford e famosa por músicas como “Breaking the Law” e “Painkiller”, a banda é reverenciada até hoje, como uma das responsáveis por definir o heavy metal como um estilo de vida e uma expressão cultural.
A clássica Painkiller na voz de Tim Ripper Owens. (Reprodução: YouTube/Mr Priest)
Entretanto, em meados de 1992, por conta de conflitos criativos e a vontade de se dedicar a outros projetos, o vocalista e frontman Rob Halford saiu da banda. E foi para conseguir manter de pé esse legado que Tim Owens foi convocado. Owens, era vocalista de uma banda cover do Judas Priest chamada British Steel. Sua vida mudou drasticamente quando foi descoberto por integrantes do próprio Judas Priest e convidado para assumir o posto deixado por Rob Halford. E era essa a história que o filme queria contar.
O veto
Agora voltamos àqueles contatos entre o Judas Priest e Hollywood. A princípio, o envolvimento da banda e de Owens com o filme parecia promissor, mas, à medida que o roteiro se desenvolvia, surgiram tensões sobre a abordagem hollywoodiana que o longa estava tomando.
Para os membros do Judas Priest, a trama mostrava a trajetória de Owens de forma simplista, caricaturando o estilo de vida do heavy metal e distorcendo a autenticidade da experiência da banda. Além disso, o roteiro trazia elementos fictícios exagerados, como um estilo de vida exageradamente regado a festas e escândalos, o que desagradou os músicos, que consideravam o retrato distante da realidade - até mesmo a homossexualidade de Rob Halford era abordada da forma caricata. Essas diferenças criativas levaram ao rompimento entre a banda e a produção, e o Judas Priest se retirou completamente do filme.
Sai o Judas Priest, entra o Steel Dragon
Com a saída do Judas Priest do projeto, os roteiristas reformularam a trama, mantendo a premissa básica — a de um fã que se torna vocalista da sua banda favorita — mas introduzindo uma banda fictícia chamada Steel Dragon. Agora um pouco mais longe do heavy metal do Judas Priest, a banda fictícia era uma típica banda de hard rock, glam metal.
A primeira experiência de Chris Cole (Mark Wahlberg) em estúdio com a banda dos seus sonhos. (Reprodução: YouTube/Nik Leonis)
Para compor essa banda, foram escalados os músicos Zakk Wylde, Jason Bohnam e Jeff Pilson, e os atores Mark Wahlberg (o protagonista Chris Cole) e Dominic West (o segundo guitarrista). Além disso, quando cantava Wahlberg era dublado pelo cantor Miljenko Matijevic e o vocalista anterior da banda fictícia, interpretado por Jason Flemyng era dublado pelo vocalista Jeff Scott Soto quando cantava.
A trilha sonora do filme traz várias músicas compostas especialmente para a fictícia Steel Dragon, misturando artistas e produtores da cena rock para criar uma sonoridade convincente. Embora Rock Star tenha se distanciado dos fatos, algumas semelhanças com a experiência de Owens permanecem - todas de forma mais caricata. Além de algumas referências ao Judas Priest, como trajes de couro e outras vestimentas.
Disponível no Prime Vídeo atualmente, Rock Star é uma sombra do que poderia ter sido uma cinebiografia do Judas Priest. Entretanto, é um filme divertido de se assistir, com diversos exageros e clichês que Hollywood ama, com uma espécie de comédia romântica protagonizada por Mark Wahlberg e Jennifer Aniston. É bobo? Sim, mas é divertido e sonoramente vale a pena ser visto!
]]>Você sabia que, muito antes da série Aneis de Poder, do Amazon Prime Video, e da trilogia O Senhor dos Aneis dirigida por Peter Jackson, o universo de J.R.R. Tolkien já havia sido adaptado para contar eventos que, até hoje, só existem nos livros do lendário autor inglês?
Enquanto Aneis de Poder explora a Segunda Era da Terra-média e os filmes de Jackson retratam a Terceira Era, foi a banda alemã Blind Guardian que, em 1998, trouxe à vida os acontecimentos da Primeira Era através da sua música. Neste artigo, vamos falar sobre o álbum Nightfall in Middle-Earth!
Um álbum conceitual para a todos dominar
Desde sua fundação, a banda de power metal sempre foi conhecida por seu som imponente, que, combinado com temas mitológicos e fantásticos, resultava em verdadeiros hinos épicos. Entre seus temas preferidos, a obra de Tolkien sempre esteve presente como uma das maiores referências e, em busca de expandir seus horizontes criativos, foi lá que eles decidiram trilhar sua nova aventura.
A obra de Tolkien sempre esteve presente nas músicas do Blind Guardian. (Reprodução: YouTube/linkhoochoon3)
Decidiram, então, lançar um álbum conceitual ambicioso, que seria inspirado n’O Silmarillion – a obra que narra a criação da Terra Média e outras histórias mitológicas desse universo. Após um intenso processo de composição e gravação, com foco em arranjos sofisticados e harmonias vocais complexas, que permeiam todo o disco, chegaram ao seu “Um Álbum”. A riqueza narrativa e a musicalidade épica fizeram do álbum um marco na carreira do Blind Guardian, sendo até hoje considerado um de seus pontos mais altos na carreira - para alguns, uma verdadeira obra-prima.
A Primeira Era da Terra Média
Bem, sem mais delongas, vamos ao álbum - e principalmente à sua narrativa. Como dito anteriormente, o álbum Nightfall in Middle-Earth é um álbum conceitual inteiramente baseado em O Silmarillion, obra de J.R.R. Tolkien. Para esse feito, a banda criou um álbum composto de 22 faixas, que se alternam entre músicas e algumas vinhetas, que representam agens e momentos importantes da história contada no álbum.
Especificamente, o álbum adapta Quenta Silmarillion, a parte central do livro, que narra a Primeira Era da Terra Média e os eventos que culminam na Guerra das Silmarils, que são as joias sagradas criadas por Fëanor, um dos mais lendários elfos noldor. As joias contêm a luz das Árvores de Valinor, a terra dos deuses, e são descritas como as mais belas criações de toda a existência.
Uma jornada através das faixas
O álbum abre com "War of Wrath", uma vinheta que traz um diálogo entre Morgoth e Sauron. Essa faixa, na verdade, se a no final da Primeira Era, quando os Valar (os deuses desse universo) derrotam Morgoth na Guerra da Ira e o exilam para fora do mundo. O álbum, no entanto, conta os eventos anteriores a essa derrota.
Voltando no tempo, em um tom urgente de perseguição, "Into the Storm" narra Morgoth fugindo com as Silmarils, com o valar está Ungoliant, a criatura em forma de aranha que o ajudou a destruir as Duas Árvores de Valinor.
Enquanto "Lammoth", narra a agonia de Ungoliant após ser traída, "Nightfall" reflete o lamento dos elfos pela perda das Silmarils, marcando um momento de entrada da Terra Média em tempos de escuridão. Nessa música, podemos ouvir o elfo Fëanor jurar vingança. No interlúdio a seguir, "The Minstrel", um bardo reflete sobre a tragédia, enquanto "The Curse of Fëanor" explora o orgulho e raiva de Fëanor após os acontecimentos.
"Captured" fala da captura de um dos filhos de Feanor por Morgoth, com seu sofrimento continuado em "Blood Tears", quando é resgatado. Ambas as faixas exploram o tamanho do fardo da promessa de Fëanor.
Mirror Mirror é até hoje uma das músicas mais famosas da banda. (Reprodução: YouTube/Nuclear Blast Rercords)
A seguir, "Mirror Mirror" trata da construção da fortaleza de Gondolin por Turgon, um dos líderes dos elfos noldor. Ele constrói essa cidade secreta, esperando que seja um refúgio seguro, mas as sombras da tragédia já se acumulam sobre seu destino. A música reflete tanto a esperança quanto a inevitabilidade da queda da cidade.
A faixa "Face the Truth" reflete sobre as consequências dos eventos. Em "Noldor", é retratada a excomunhão dos elfos noldor de Valinor após a rebelião de Fëanor. E fala sobre o remorso dos elfos que seguiram Fëanor contra a vontade dos Valar
Como o nome diz, "Battle of Sudden Flame" trata da batalha onde Morgoth rompe os cercos dos elfos com fogo e seus exércitos atacam, resultando na destruição de muitos reinos élficos.
A música que representa a batalha do Alto Rei élfico contra Morgoth. (Reprodução: YouTube/WackenTV)
A épica "Time Stands Still" descreve o duelo entre Fingolfin, o Alto Rei dos Noldor, e Morgoth. Após a Batalha da Chama Súbita, Fingolfin, em um ato de desespero e heroísmo, desafia Morgoth em Angband. Ele fere Morgoth, mas acaba sendo morto. A música capta o desespero e a grandeza dessa luta.
Na vinheta a seguir, "The Dark Elf", o elfo sombrio Eöl é introduzido na história. Já em "Thorn", o tema é o luto e a culpa de Maeglin, filho de Eöl, cujas escolhas trágicas levam à queda de Gondolin. Maeglin se torna um traidor, contribuindo para a destruição da cidade ao se aliar a Morgoth.
Em "The Eldar", temos o sofrimento dos elfos após tantas perdas e tragédias. Essa faixa fala sobre o peso da imortalidade e a tristeza eterna dos Eldar, a raça élfica, que vê o mundo à sua volta se desvanecer.
A faixa "Nom the Wise" é um interlúdio em uma homenagem a Finrod Felagund, um dos mais nobres elfos da Primeira Era, que sacrificou sua vida para ajudar Beren em sua busca por uma Silmaril.
A história de Beren e Lúthien é uma das agens mais famosas d'O Silmarillion. (Reprodução: YouTube/Blind Guardian)
Já "When Sorrow Sang" aborda a história de Beren e Lúthien, um dos contos mais icônicos de O Silmarillion. Nele, Beren, um humano, e Lúthien, uma elfa, enfrentam inúmeros desafios para recuperar uma das Silmarils de Morgoth. A canção fala sobre o amor e o sacrifício de Lúthien.
Já na reta final, "Out on the Water" reflete breves momentos de paz. A música "The Steadfast" foca em Húrin, pai de Túrin, que foi capturado por Morgoth e amaldiçoado ao assistir impotente à queda de sua família.
Nas duas últimas faixas, "A Dark age" fala sobre o declínio das forças do bem, em meio ao avanço sombrio de Morgoth e sua influência crescente sobre a Terra Média. Finalizando o álbum, "Final Chapter" traz uma reflexão sobre a queda final de Morgoth na Guerra da Ira, encerrando a Primeira Era, mas também sobre as muitas tragédias que ocorreram ao longo da jornada para chegar a esse momento.
]]>Estamos vivendo o retorno de um dos maiores fenômenos da música deste século. O Linkin Park, há poucas semanas, anunciou o seu retorno, sete anos depois da precoce morte do seu vocalista, Chester Bennington. Agora com uma vocalista, Emily Armstrong, dividindo os vocais da banda com o líder Mike Shinoda, a banda já está para lançar um novo álbum e também já tem data para retornar ao Brasil!
Entretanto, nem tudo são flores. O vocalista Chester Bennington não era só o vocalista da banda, ele era um verdadeiro ícone dessa geração, um fenômeno com habilidades extraordinárias no seu ofício. Ocupar o lugar que já foi seu não é uma tarefa fácil para Emily que, apesar de estar demonstrando muita competência e habilidade no papel de frontwoman, vem enfrentando algumas críticas de uma minoria barulhenta de fãs que afirmam que “o som está muito diferente”, que “que isso não é Linkin Park”, entre outras frases feitas que já foram repetidas exaustivamente por esse tipo de “fã” há muito tempo.
Minutes to Midnight
Vamos aproveitar o gancho dessas críticas que, pasmem, algumas vezes são até mesmo sobre o álbum com Emily que nem saiu (!), para falar sobre a primeira vez que o Linkin Park mostrou que era mais do que uma banda da leva daquele nu metal do início dos anos 2000. Lançado em 14 de maio de 2007, o Minutes to Midnight é o terceiro álbum de estúdio da banda e marcou uma mudança significativa no som da banda, distanciando-se do som característico de seus dois primeiros álbuns (Hybrid Theory e Meteora) para explorar novas direções musicais.
Além do clipe com diversas mensagens para a humanidade, "What I've Done" estourou por também ser trilha sonora do filme Transformers. (Reprodução: YouTube/Linkin Park)
A produção do álbum foi liderada por Rick Rubin e Mike Shinoda, com gravações entre 2006 e 2007 em estúdios como o NRG e The Mansion. O processo de criação foi mais experimental, com a banda descartando muitas faixas e adotando uma abordagem mais orgânica e com forte influência de rock alternativo e eletrônico e até elementos de baladas, refletindo uma maior maturidade artística.
Esse período foi um ponto de virada para o Linkin Park, que queria romper com as expectativas e se desafiar criativamente. Mike Shinoda e Chester Bennington, os vocalistas da banda, falaram publicamente sobre a necessidade de evoluir e não se prender ao som que os tornou famosos no início dos anos 2000.
A recepção à mudança
Apesar de contar com clássicos absolutos da banda, como "What I've Done", "Shadow of the Day" e "Bleed It Out", a recepção a esse álbum foi mista, principalmente por parte de certos fãs que, em 2007, já entoavam as frases supracitadas, que têm sido utilizadas para atacar a nova vocalista da banda. A grande verdade é que o absoluto sucesso dos dois primeiros álbuns colocou a banda no topo, mas ao mesmo tempo trouxe um efeito colateral, que foi a expectativa criada por certos fãs sempre em busca da segurança de ouvir um novo Meteora ou Hybrid Theory.
Baladas como "Leave Out All the Rest" dividiram opiniões na época. (Reprodução: YouTube/Linkin Park)
E aqui podemos aplaudir a decisão da banda de não cair nessa, que é uma verdadeira armadilha para muitos gigantes. Por que tentar inovar se você pode só repetir o mesmo álbum a cada dois anos? Bem, quase nunca isso dá certo, apesar disso ser considerado “jogar no seguro” - e que bom que eles nunca tentaram fazer isso.
Agora, sobre a crítica especializada, separamos alguns dos principais veículos e suas opiniões para ilustrar como o álbum foi um baque:
Segundo a AllMusic, o álbum marca uma grande mudança de estilo para o Linkin Park, afastando-se do nu-metal para explorar sonoridades mais variadas como rock alternativo e post-grunge. A crítica menciona que, embora tenha algumas boas faixas, o álbum falha em alcançar a consistência de seus trabalhos anteriores, como Hybrid Theory e Meteora. A avaliação do álbum teve uma pontuação de 4/5.
Já a Sputnikmusic fez uma crítica mais dura, afirmando que Minutes to Midnight continha muitas baladas e que a tentativa de Linkin Park de evoluir seu som resultou em uma experiência inconsistente. A crítica chamou o álbum de "pesado, mas sem profundidade", e deu uma nota média de 3/5.
Apesar de ser um álbum marcado por baladas, o Minutes to Midnight tem uma das músicas mais pesadas da carreira da banda. (Reprodução: YouTube/Linkin Park)
A BBC Music elogiou o movimento de transição da banda, mas o considerou longe do impacto de Hybrid Theory. "Given Up" foi destacada pelo seu peso, mas o álbum foi criticado pela quantidade de baladas como "Leave Out All the Rest”. A ousadia em faixas como em "Bleed It Out" e "Hands Held High" também foi destacada.
Por fim, a Rolling Stone classificou o álbum com 4/5 estrelas. A revista elogiou a produção de Rick Rubin e a nova abordagem sonora, que refletia a evolução musical da banda, que explorou temas mais maduros. Além disso, Chester Bennington foi elogiado por sua entrega emocional.
"Bleed It Out" é uma das principais músicas da carreira da banda, e tem sido utilizada para fechar os shows. (Reprodução: YouTube/Linkin Park)
Os veículos foram quase unânimes em perceber que a banda estava buscando novos ares e fazendo experiências com a sua sonoridade. E, por mais que as opiniões tenham sido mistas, a banda em momento nenhum teve medo de seguir fazendo o som que acreditava. Prova disso são os álbuns seguintes, A Thousand Suns (2010), Living Things (2012), The Hunting Party (2014) e One More Light (2017), cada um com sua sonoridade, uns mais eletrônicos, outros mais pesados, até o último álbum de Chester, muito introspectivo - e o mais atacado pelos fãs.
"The Emptiness Machine" marcou o retorno do Linkin Park com nova formação. (Reprodução: YouTube/Linkin Park)
Como será o som de From Zero, o álbum que será lançado em novembro, nós ainda não sabemos, apesar de termos algumas dicas nos dois ótimos singles lançados pela banda. Mas algumas certezas podemos ter: quem está reclamando, provavelmente está reclamando desde 2007 e que, se a banda decidiu voltar, é porque realmente acreditam na sua arte e vem aí um álbum do Linkin Park, doa a quem doer.
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O tema deste artigo provavelmente pode soar estranho para algum leitor desavisado. Mas, diferentemente do que muitas pessoas acham e suas aparentes diferenças, o heavy metal e a música clássica têm muito mais em comum do que se imagina. Enquanto a música clássica é associada a orquestras e, muitas vezes, um som mais contemplativo, o heavy metal é um estilo ligado a um som mais cru, pesado, para muitas pessoas, barulho.
Mas é na profundidade, complexidade e, principalmente, estruturas musicais sofisticadas onde frequentemente esses estilos se encontram. Neste artigo, vamos comentar alguns exemplos em que a música clássica e o heavy metal tiveram muito em comum seja em shows ou até mesmo na criação de novos subgêneros musicais.
Estruturas complexas e virtuosismo
O uso de estruturas musicais complexas é um dos principais motivos técnicos que podem ser observados em ambos estilos. Nomes lendários da música, como Ludwig van Beethoven e Richard Wagner eram compositores conhecidos por obras grandiosas e inovadoras.
No caso de Beethoven, sua forma de sinfonia expandia-se tanto em duração quanto em expressão emocional. Já Wagner introduziu o conceito de leitmotifs, que são temas musicais recorrentes associados a personagens ou ideias em suas óperas.
Já no heavy metal, não temos como generalizar, pois esse estilo divide-se em diversos subgêneros. Entretanto, em muitos deles, sobretudo no metal progressivo, diversas bandas, como o Dream Theater e o Tool possuem estruturas musicais intrincadas, com composições que frequentemente apresentam mudanças de tempo, s rítmicas incomuns e variações tonais que lembram a complexidade encontrada na música clássica.
Outra característica em comum entre o heavy metal e a música clássica é o virtuosismo instrumental. Na música clássica, o virtuosismo é um elemento central, com músicos dedicando anos ao aperfeiçoamento de suas técnicas em instrumentos como o piano e o violino. Compositores como Franz Liszt e Niccolò Paganini são exemplos de mestres que elevaram o nível técnico exigido de seus intérpretes, criando obras desafiadoras que requerem habilidades excepcionais.
No heavy metal, isso se repete. Você provavelmente já escutou alguma música com aqueles solos de guitarra cheios de notas, que viram uma verdadeira massa sonora. Guitarristas como Eddie Van Halen e Yngwie Malmsteen são conhecidos por sua habilidade técnica, rapidez e precisão, sendo frequentemente comparados a músicos clássicos em termos de destreza.
O virtuoso Yngwie Malmsteen celebra o virtuoso Paganini. (Reprodução: YouTube/GTR Alive)
A complexidade dos solos de guitarra no heavy metal muitas vezes lembra as agens rápidas e elaboradas que encontramos nas composições de Liszt ou Paganini. Esse, inclusive, apontado por Yngwie Malmsteen, um dos guitarristas mais virtuosos do mundo como uma de suas influências.
Mas e a emoção?
Então, estamos falando de música, certo? De nada adianta fazer x ou y, usar técnica tal ou aquela outra se a música não tocar as pessoas. Mas então, é aqui que falamos dos temas grandiosos e dramáticos que ambos os estilos apresentam em muitas das suas músicas.
Esse som do Rhapsody of Fire ilustra exatamente o que queremos dizer com temas grandiosos. (Reprodução: YouTube/AFM Records)
Na música clássica, compositores como Wagner e Gustav Mahler abordaram questões épicas em suas obras, frequentemente explorando temas de heroísmo, tragédia, destino e mitologia. E, provavelmente bebendo muito nessa fonte, o heavy metal também explora esses temas, com letras que frequentemente giram em torno de batalhas épicas, figuras mitológicas e narrativas sombrias.
O metal sinfônico, um subgênero que mistura elementos da música clássica com o heavy metal, exemplifica essa convergência temática e estilística, com bandas como Nightwish e Epica utilizando coros e orquestrações que evocam a grandiosidade da música clássica.
A clássica versão da banda de metal sinfônico Nightwish para o tema do Fantasma da Ópera. (Reprodução: YouTube/Nightwish)
O que podemos concluir, é que tanto a música clássica, mais que centenária, quanto o heavy metal, nascido nos primeiros acordes do Black Sabbath, buscam uma intensidade emocional de formas muito peculiares. Através da beleza de composições clássicas ou da energia crua e visceral do heavy metal, ambos os gêneros procuram provocar fortes reações emocionais em seus ouvintes.
E, para finalizar essa jornada, Fight Fire With Fire, clássico do Metallica de 1984. A introdução dessa música foi composta por Cliff Burton, baixista clássico da banda que faleceu em 86 e que era muito fã de música clássica. Essa peça inicial é baseada no Minueto em Sol Maior, uma peça barroca de autoria anônima.
Uma peça barroca precendendo o thrash de Fight Fire with Fire. (Reprodução: YouTube/Metallica)
]]>Dizer adeus nunca é algo fácil. E quando esse adeus é a uma parte significativa da sua vida - que podemos dizer até que a mais significativa, que te tornou quem você é. Bem, isso é só o que conseguimos supor que é isso que a pela cabeça de um artista que decide que é o momento de encerrar um ciclo e se aposentar.
Por mais que grande parte da população sonhe com a aposentadoria dos seus trabalhos regulares, em muitas carreiras nós podemos perceber a relutância em parar. Quantos jogadores de futebol não decidiram pendurar as chuteiras só quando o corpo já não aguentava mais? E olha que o Romário atualmente diz que decidiu voltar a jogar, hein!?
O artigo de hoje vai contar um pouco da história de alguns artistas que, assim como o Romário, decidiram parar mas não conseguiram ficar longe dos palcos por muito tempo. Aliás, no mundo do rock e heavy metal, muitas vezes acontecem tipos diferentes de aposentadoria. Os Beatles, a maior banda de rock da história, por exemplo, encerrou suas atividades nos palcos no que muitos diziam ser o auge.
Vou ali e já volto!
Para começar esse artigo, nada melhor do que os recém aposentados do Kiss. A clássica banda encerrou suas atividades oficialmente em 2023, na turnê End of the Road, mas essa não foi a primeira vez que eles disseram adeus. Entre 2000 e 2001 eles literalmente fizeram isso na Farewell Tour. Mas isso não durou muito tempo, como o próprio vocalista da banda, Paul Stanley contou uma vez em entrevista:
O que foi interessante na Farewell Tour... juro por Deus, para mim era o fim. Mas o que aconteceu na turnê de despedida foi que Ace e Peter estavam tão ináveis que simplesmente preferimos acabar com a banda. Depois daquilo, eu aceitei que a banda havia acabado. Aí um cara em um lava-jato chegou para mim e disse: 'Eu vi a Farewell Tour e foi tão boa! E a turnê comemorativa dos 35 anos, começa quando?' Eu fiquei, tipo, "Você não quer que a gente vá embora?' De repente, me ocorreu que a turnê de despedida tivesse sido uma despedida apenas para dois dos caras.
Mas fato é que entre idas e vindas, agora parece que o Kiss realmente aposentou as pinturas e agora viverá apenas nos seus infinitos produtos, avatares (isso é história para outro post) e, claro, nas músicas… ou será que não?
Após o seu último show, o Kiss anunciou a "imortalidade" da banda. (Reprodução: YouTube/Kiss)
O Príncipe das Trevas e suas várias despedidas
Um dos grandes artistas que começou essa onda de “vou ali e já volto” foi ninguém menos do que Ozzy Osbourne. Já em 1992 o Príncipe das Trevas decidiu que não queria mais excursionar, por conta de um diagnóstico de esclerose múltipla. Ali nascia a No More Tours - um trocadilho com o nome do álbum No More Tears.
A possível última vez de Ozzy num palco - esperamos que não! (Reprodução: YouTube/Rock_Music)
A questão aqui é que ele não só voltou como em 2018 lançou a No More Tours II, sim, seu segundo adeus. Entretanto, agora parece que o adeus vai acontecer e não é de uma forma planejada. A própria No More Tours II teve problemas em 2019 e teve que ser adiada por problemas de saúde, e posteriormente por conta da pandemia. Hoje em dia Ozzy vive uma batalha constante contra o Mal de Parkinson e luta para conseguir fazer ao menos um show de despedida - o que infelizmente parece ser improvável no atual cenário.
Como saber a hora certa de parar?
Como falamos no início desse artigo, esse assunto é muito complicado e muito pessoal de cada artista. Todos têm os Rolling Stones como um sonho, mas não é todo mundo que aos 81 anos tem toda a malemolência de Mick Jagger. Os Stones recentemente foram citados por Lars Ulrich, do Metallica, quando perguntado sobre a longevidade da banda.
Acho que mentalmente poderíamos fazer isso por mais 20 anos. É mais sobre os ombros, os pescoços, as gargantas, os dedos e os pulsos - a fisicalidade disso - se conseguimos simplesmente permanecer saudáveis. Isso é meio que um jogo de dados.
A idade pode ser traiçoeira, mas parece que o Metallica ainda tem bons anos pela frente! (Reprodução: YouTube/Metallica)
E a fisicalidade é algo que realmente pesa, ainda mais em bandas de um som mais pesado. Os também fundadores do thrash metal do Slayer decidiram encerrar suas atividades em 2019 após 35 anos de banda e esse era um dos motivos. Bem, era, pois recentemente alguns shows da banda foram anunciados, apesar de Kerry King, o guitarrista, falar que não é algo permanente.
Celebrating Life Through Death
Esse é o nome da atual - e última - turnê dos gigantes brasileiros do Sepultura. Anunciada no final de 2023, a despedida da banda deve seguir até o ano de 2026 segundo o guitarrista Andreas Kisser. O nome da turnê, segundo o próprio, é uma celebração do momento atual da banda e a escolha por uma “morte” digna e planejada. Nunca queremos dizer adeus, mas é a vida, em alguns momentos ele tem que acontecer.
]]>Algumas obras de arte quando chegam, revolucionam todo um cenário. E não é diferente no mundo da música. Os diversos estilos musicais que existem, as várias ramificações deles, muitas vezes parte de apenas um álbum - ou até mesmo apenas uma música. Na verdade, esse pode ser até mesmo pode ser o ponto de partida para uma revolução, que muitas vezes não se limita apenas a uma mudança de estilo, mas também algo que muda permanentemente a própria indústria.
Nesse artigo, vamos assumir a ingrata missão de tentar elencar alguns dos álbuns que causaram um rebuliço desses na indústria musical, álbuns que marcam a música como antes e depois dele. Muitos grandes veículos costumam fazer listas de 500, 100, 10 álbuns. Mas aqui, vamos falar sobre sete dos álbuns mais importantes da história da música!
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band – The Beatles (1967)
Na verdade, é até difícil escolher só um álbum dos Beatles para colocar aqui nessa lista. Praticamente todas as bandas e artistas que vieram depois beberam dessa fonte (ou de alguma fonte que bebeu dessa) - e não estou falando só de rock aqui.
"Lucy in the Sky with Diamonds' é uma das primeiras músicas psicodélicas do quarteto de Liverpool. (Reprodução: YouTube/The Beatles)
O “Sgt. Peppers” foi escolhido pois, apesar de ser o sucessor do também histórico “Revolver”, ele é aclamado por toda a inovação que ele representa na produção musical, escrita e design gráfico, o que revolucionou a forma como a arte popular e a arte “legítima” são entregues ao público.
Black Sabbath - Black Sabbath (1970)
Sabe tudo que você conhece de música pesada? Bem, foi aqui que começou. O álbum de estreia da banda de Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward pariu o heavy metal em suas primeiras notas, através do acorde do diabo na música homônima - que já foi incessantemente citada como influência por diversos artistas, entre eles James Hetfield, do Metallica.
O trítono. (Reprodução: YouTube)
Dark Side of The Moon – Pink Floyd (1973)
Você já ouviu falar que esse disco sincroniza perfeitamente com o Mágico de Oz, filme clássico de 1939? Bem, na verdade isso é uma lenda urbana. Mas o que é um fato é que o Dark Side of the Moon é um dos maiores álbuns da história da música e sinônimo de um álbum bem sucedido.
Sem mais apresentações, "Time" é um classico!. (Reprodução: YouTube/Pink Floyd)
Um álbum que deve ser ouvido do início ao fim, o Dark Side of The Moon se tornou um clássico instantâneo devido à sua temática, a conexão entre as músicas, a abordagem musical inovadora, a sonoplastia e masterização impecáveis, bem como seu nome, simbologia e capa icônicos.
London Calling – The Clash (1979)
No final dos anos 70, nascia outro estilo que chegava para romper com tudo que se conhecia de música até então. O álbum escolhido aqui para resumir o movimento punk poderia ser o “Never Mind the Bollocks Here’s the Sex Pistols”, do The Sex Pistols (1977), mas vamos de “London Calling”, o clássico do The Clash.
O Clash trouxe diversidade ao som do punk rock. (Reprodução: YouTube/The Clash)
Se os Sex Pistols eram mais agressivos, o Clash trazia músicas que iam do punk ao reggae, rockabilly, ska, R&B, pop, hard rock e baladas. Ah, e sua capa era uma clara referência ao também clássico homônimo de Elvis Presley (1956).
N.W.A. – Straight Outta Compton (1987)
Certo, vamos sair um pouco do rock e pular para o final dos anos 80. Se hoje o hip hop é, talvez, o estilo mais ouvido em todo o mundo, tudo começou por aqui. Em 1987, o NWA, grupo composto por Ice Cube, Dr. Dre, Arabian Prince, Eazy-E, MC Ren e DJ Yella lançava um dos discos mais influentes da história do hip hop: Straight Outta Compton.
O NWA, através da crua realidade. revolucionou o cenário da música mundial. (Reprodução: YouTube/NWA)
Cada faixa do álbum Straight Outta Compton contém letras explícitas que abordam a dura realidade dos guetos, tratando de temas como uso de drogas, prostituição e violência, especialmente em Compton, onde os membros do grupo moravam. Escolhemos esse álbum para simbolizar todo um movimento que desde então tomou o mundo.
Like a Prayer - Madonna (1989)
Para falar de revolução no pop, por que não pegar o “Thriller”, de Michael Jackson (1982)? Bem, ele pode ter sido o ‘Rei do Pop’, mas aqui vamos falar da primeira grande diva! Madonna é, até hoje, uma força da natureza.
Icônico até hoje! (Reprodução: YouTube/Madonna)
Em 1989, Madonna lançava o Like a Prayer, um álbum revolucionário que combinou pop e elementos de rock, abordando temas controversos como religião e sexualidade. Ele foi um marco na carreira de Madonna e desafiou normas sociais, influenciando profundamente a música pop e a cultura popular até hoje...
Nevermind - Nirvana (1991)
Qual é a cara da música nos anos 90? Dificilmente a primeira banda que alguém vai falar não é o Nirvana, a figura lembrada não será Kurt Cobain. O ano de 1991 é tido como um dos maiores anos da história da música. Mas entre todos os grandes lançamentos, vamos destacar o “Nevermind”.
Duvido que você conhece essa! (Reprodução: YouTube/Nirvana)
O segundo álbum da carreira do Nirvana era cru, pesado, simples, mas profundo. O álbum seminal que definiu o movimento grunge. Um ícone que dispensa apresentações e virou o mundo da música de cabeça pra baixo.
A verdade é que é impossível fechar essa lista em apenas sete álbuns. Esse artigo pede uma parte 2!
]]>Eu tenho certeza que mesmo que você, que está lendo esse artigo, nunca tenha ouvido Iron Maiden na sua vida, com certeza você já viu esse cara da foto. Aliás, cara não, zumbi, morto vivo, entidade… o que quer que seja Eddie, o mascote de banda mais famoso da história - ou seria a verdadeira força por trás do Iron Maiden?
A história de Eddie The Head (seu nome completo), começa em Londres, no fim dos anos 70, em pleno auge do movimento punk. Entre um dos personagens dessa história, estava Derek Riggs, um talentoso artista gráfico, que desenhou essa figura em busca de algo que combinasse influências de filmes de terror, histórias em quadrinhos e surrealismo para capturar a imaginação do público.
E assim foi feito, aquela figura que depois seria nomeada Eddie nasceu ali. Mas aqui uma curiosidade: ela NÃO foi feita para o Iron Maiden. Na verdade, Riggs desenhou o personagem pensando em vendê-lo para alguma banda punk que quisesse aproveitá-lo. Mas antes disso, outra pessoa viu essa arte e se apaixonou por aquele morto-vivo. Essa pessoa era Steve Harris. Sobre a verdadeira origem do Eddie, Riggs disse:
“Era para Eddie ser um punk. Era o fim dos anos 70, o metal tinha morrido, o rock progressivo tinha morrido e o punk era a única coisa que estava por aí. Eu queria pintar capas de discos, então ficava por aí tentando vender capas de jazz e outras coisas, sem saber realmente em que direção ir, porque de repente tudo estava mudando. Eu pensei ‘bem, talvez eu deva tentar pintar algo punk’.”
Eddie The Head
Depois do Maiden se apaixonar pela imagem daquele morto-vivo, então, Riggs foi contratado para fazer as capas de álbuns e singles da banda. Entretanto, não foi só isso que tornou Eddie (que ainda nem possuía esse nome) tão icônico. Na verdade, essa história também a por Dave Beasly, um cenógrafo amigo da banda que construiu uma cabeça gigante de sucata para ficar no canto dos shows do Iron Maiden.
Ah! E também foi daí que nasceu o nome. No inglês britânico, a pronúncia de “head” pode soar como ead. E daí para Eddie foi um pulo. Além disso, uma piada inglesa acabou por terminar de batizá-lo, conforme conta Dave Murray, guitarrista da banda:
"Eddie nasceu sem corpo, braços e pernas. Só tinha a cabeça. Mas seus pais o amavam muito. No seu 5° aniversário, eles foram a um médico que lhes disse que poderia dar um corpo ao garoto. Animados, os pais voltaram para casa e falaram para Eddie: 'Nós temos uma surpresa para você. É o melhor presente do mundo!'. E Eddie responde: 'Ah, não, a porra de outro boné!'"
Eddie Através das Eras
Eddie se tornou mais do que apenas uma imagem; ele se tornou um personagem em constante evolução, moldado pelas músicas e temas do Iron Maiden. Cada álbum apresentava uma nova versão de Eddie, às vezes heroico, às vezes monstruoso, sempre refletindo a narrativa temática de cada álbum.
A evolução contínua de Eddie não se limitou apenas às capas de álbuns. Ele se tornou uma presença dinâmica nos palcos, aparecendo como uma grande figura inflável durante os shows, e também na forma de um grande boneco no palco, que muitas vezes acaba se envolvendo em duelos com os membros da banda durante os shows.
A Loudwire listou 10 dos melhores momentos do Eddie no palco do Iron Maiden. (Reprodução: YouTube/Loudwire)
Hoje, Eddie já atravessou décadas de banda, tornando-se um ícone, não só da banda, mas um símbolo do heavy metal. Sua imagem é reconhecida por fãs e não fãs por todo o mundo e está presente em todo tipo de merchandising, pôsteres, camisetas e até mesmo em jogos de videogame inspirados no universo da banda (e aqui no Brasil até já se tornou mascote de torcida).
Eddie é eterno!
]]>Que a música é uma linguagem universal, todos nós já sabemos. Entretanto, o que muitas pessoas não sabem é que o heavy metal é um dos gêneros que mais transcende as fronteiras geográficas e culturais do mundo. Mesmo com grandes nomes vindo dos Estados Unidos e Europa, existe um verdadeiro tesouro escondido com bandas incríveis de países que normalmente não chegam aos nossos ouvidos.
Nesse artigo, vamos explorar algumas dessas bandas que desafiam o eurocentrismo e o imperialismo cultural que o Tio Sam nos impõe. Então, a regra nessa lista é: sem Europa e sem Estados Unidos. Portanto, para não ficarmos muito tempo nessa introdução, bora para as indicações!
The Hu (Mongólia)
'Wolf Totem' possui mais de 50 milhões de ouvidas no Spotify (Reprodução: YouTube/The Hu)
Começando bem longe nossa volta ao mundo, o The Hu (não confunda com os ingleses do The Who) é uma banda mongol que é conhecida por sua fusão única de música tradicional mongol com elementos de heavy metal. Para isso, eles utilizam instrumentos tradicionais como morin khuur e tsuur, e com seu som poderoso e distintivo, já até são mais conhecidos pelo mundo.
Rata Blanca (Argentina)
'Mujer Amante' é pura sofrência. (Reprodução: YouTube/Rata Blanca VEVO)
Bora falar dessa clássica banda dos nossos Hermanos? Formada nos anos 80, o Rata Blanca é uma das bandas mais famosas da América Latina e conhecida por suas letras em espanhol e as habilidades dos seus músicos. Possuem álbuns como "Magos, Espadas y Rosas" e "El Camino del Fuego" como destaques.
Ruff Majik (África do Sul)
Se você gosta de stoner, não tem desculpa. Pode dar play! (Reprodução: YouTube/Ruff Majik)
Ruff Majik é uma banda sul-africana de rock psicodélico e stoner. Com uma abordagem única e vibrante, eles mesclam influências do blues, rock e elementos do occult rock. Seus álbuns como "The Devil's Cattle" e "Tårn" demonstram sua energia crua e criatividade sonora. Se você é fã de Kyuss e Queens of the Stone Age, você tem que escutar!
Bloodywood (Índia)
Os elementos de música indiana tornam o som dessa banda único. (Reprodução: YouTube/Bloodywood)
Bloodywood é uma banda de metal indiana que é conhecida por sua fusão de elementos do metal com elementos de música indiana e letras que abordam questões sociais e culturais. Alguns de seus vídeos se tornaram virais, como "Jee Veerey" e "Machi Bhasad," e os destacaram internacionalmente.
Babymetal (Japão)
Elas já abriram shows pro Slipknot, Metallica, entre vários outros gigantes. (Reprodução: YouTube/Babymetal)
Essa talvez seja a mais conhecida dessa lista, pois já furou a bolha há muito tempo e muitas vezes já abriu shows de grandes medalhões do metal mundial. O Babymetal é grupo japonês de metal idol (uma mistura do J-pop com elementos de heavy metal). São conhecidas por suas performances energéticas e cativantes, atraindo fãs de todo o mundo.
King Gizzard & the Lizard Wizard (Austrália)
King Gizzard não é pra entender, é só sentir. (Reprodução: YouTube/King Gizzard & The Lizard Wizard)
Bem, o AC/DC é uma banda australiana, mas vamos fugir de medalhões aqui. O King Gizzard & the Lizard Wizard é uma banda de rock psicodélico que é conhecida por sua prolífica produção musical (às vezes mais de um álbum por ano) e experimentação sonora. Com uma mistura única de garage rock, jazz, e elementos de folk, eles têm uma ampla variedade de álbuns aclamados pela crítica.
Bônus: Black Pantera (Brasil)
Black Pantera merece um artigo só pra eles, uma das bandas mais importantes do cenário atual. (Reprodução: YouTube/Black Pantera)
As bandas brasileiras estão mais perto de nós por motivos óbvios, mas é sempre bom lembrar que não estamos no eixo e temos muitas bandas underground buscando um lugar ao sol. E falando em luta, bora falar do Black Pantera.
Os mineiros de BH são conhecidos não só pelo seu thrash metal e crossover, mas principalmente por sua energia explosiva e letras em português que abordam questões sociais e políticas - sobretudo pautas antirracistas.
]]>Essa até quem não é fã de rock e heavy metal talvez já saiba: o novo baterista de uma das maiores bandas de metal da história agora é brasileiro! O fenomenal músico Eloy Casagrande foi confirmado como o dono das baquetas do Slipknot - e a verdade é que, apesar da máscara, todos nós já sabíamos e nesse artigo vamos contar o por quê.
Antes disso, entretanto, temos que dar um contexto sobre a banda que ele acabou de entrar e a carreira do músico - considerado por muitos o melhor baterista do mundo. Isso tudo porque tudo que envolveu essa mudança na sua carreira foi muito polêmico, pois apesar de estar entrando em um dos maiores nomes do metal mundial, ele saiu simplesmente da maior banda da história do Brasil - e que é uma influência do próprio Slipknot.
Faustão, André Matos, Glória e Sepultura
Para falar um pouco sobre a trajetória de Eloy, temos que voltar uns bons anos, até 2003 no “Se Vira nos 30”, do Domingão do Faustão, quando um garoto de 12 anos impressionou o Brasil ao vencer o quadro tocando bateria e faturando 10 mil reais. Anos depois, Eloy, que sempre quis ser um músico profissional, seguiu com o seu sonho integrando diversas bandas.
O próprio Eloy contando sobre sua agem no Domingão do Faustão (Reprodução: YouTube/Eloy Casagrande)
Entre esses trabalhos, Eloy tocou em bandas como o Mr. Ego, Aclla e foi o baterista da carreira solo do Andre Matos, saudoso ex-vocalista do Angra. Posteriormente, ele fez parte da banda Gloria, que chegou a se apresentar no Rock in Rio e, finalmente, em 2011 chegou o convite para fazer parte da maior banda do Brasil, o Sepultura - onde gravou três dos melhores álbuns da história da banda.
Saída do Sepultura e rumores
Os anos de Eloy Casagrande no Sepultura foram, aparentemente, muito tranquilos. Andreas Kisser e os outros membros sempre citaram o baterista como uma força da natureza na banda. A habilidade de Eloy logo o colocou como um dos focos criativos da banda, culminando no super elogiado Quadra, último álbum da banda, que foi aclamado pela crítica e pelo público.
O trabalho de Eloy Casagrande no Sepultura trouxe à banda uma de suas melhores fases. (Reprodução: YouTube/Eloy Casagrande)
Mas, se a trajetória de mais de 10 anos de Sepultura foi de paz, os seus últimos momentos na banda foram muito conturbados. No final de 2023, após diversas conversas internas, Andreas e cia decidiram encerrar as atividades da banda, em uma super última turnê de despedida. Naquele momento, alguns teóricos da conspiração já tinham certeza do que estava por vir.
Acontece que, nas terras do norte, no Slipknot, o baterista Jay Weinberg tinha acabado de ser demitido. Essa lacuna logo começou a ser apontada como o novo emprego de Eloy - que na coletiva de imprensa do anúncio do fim do Sepultura fez questão de negar os rumores.
Treta!
O Slipknot sempre foi uma banda muito aclamada pelas suas linhas de bateria, do lendário Joey Jordison. Quando essa posição ficou vaga, todos imaginavam que o nome certo era o de Eloy, um dos nomes mais conceituados do mundo na arte das baquetas. Mas apesar de todos os rumores, nada nunca foi falado. Até que, às vésperas do início da turnê de despedida do Sepultura, um baque: a banda anunciou a saída de Eloy Casagrande, que logo seria substituído por outro prodígio, o americano Greyson Nekrutman.
Era o que faltava: o mundo do metal, principalmente na internet, ficou fervilhando com a possibilidade de Eloy realmente ser o novo baterista do Sepultura. E, entre as várias mágoas e polêmicas que essa saída traumática deixou, um silêncio tomou conta das redes do baterista. Ninguém falava nada. Mas a turnê do Slipknot estava começando a chegar perto. Logo eles começaram a anunciar algumas coisas, até que criaram um site…
Eloy.jpg
É isso, um arquivo foi a revelação de tudo. No final de abril, às vésperas dos primeiros shows do Slipknot no ano, um fã percebeu no código-fonte de um novo site que um dos arquivos de fotos dos integrantes tinha o nome “eloy.jpg”. Seria isso um bait? Bem, alguns dias depois descobrimos que não!
O Slipknot subiria aos palcos no dia 25 de abril em um show mais intimista no Pappy & Harriet's Palace, um bar no meio do deserto da Califórnia, na cidade de Pioneertown. E, na madrugada desse show, diversos vídeos começaram a aparecer e todos tinham certeza de que era ele na bateria. Com seu estilo brutal e inconfundível, não sobrou dúvida a nenhum dos fãs.
Imagens do primeiro show de Eloy. (Reprodução: YouTube)
E, para finalizar, um detalhe importante: o Slipknot nunca anuncia seus novos membros. Então, para os fãs aquilo tudo já era o bastante, estava tudo confirmado. E bem, eis que…
Como essa história ainda está sendo escrita, vamos encerrando o texto por aqui. Mas olha, se formos levar em conta as últimas entrevistas dos membros do Slipknot, as perspectivas são ótimas!
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