A cantora se apresentou no segundo dia do evento, no coração de São Paulo e reuniu um público fiel de 120 mil pessoas, no Vale do Anhangabaú. Ela que está em turnê com seu mais recente álbum “Caju”, demonstrou emoção ao receber a notícia, ainda quando estava no palco. 295p6b
Além de ser um número marcante de sua carreira, foi também para o próprio evento, de acordo com o secretário de cultura, em 20 anos, na sua 5ª edição, foi o maior público já reunido para celebrar a arte.
O impacto de um feito
Uma mulher trans, preta, que conquistou o seu lugar na música, carregar esse legado é algo surreal, ainda mais em um momento tão árduo que estamos lidando. Liniker veio em uma tarde de domingo de sol, com suas letras marcantes, sua paixão por cantar e como uma voz inigualável, para deixar nossa São Paulo mais bela.
Nascida em Araraquara, começou suas artes desde nova, a virada de chave foi quando começou a estudar teatro, para perder a vergonha mas desde pequena já se destacava no canto. Através das aulas e com o decorrer dos anos, começou a criar sua identidade única, marcante e incomparável.
Junto com seus amigos de turma, a cantora formou a banda “Liniker e os Caramelows”, onde de forma independente, lançaram o EP “Cru”, publicado no YouTube como uma forma de divulgação inicial, o que não esperavam eram os 5 milhões de visualizações, após uma semana do vídeo publicado. Uma banda formada por muita identidade, composta por músicas que dançam por gêneros, de forma despretensiosa, carrega brasilidade, deixa qualquer um que ouve leve. Foi assim, com seu flow gostoso, que conquistaram a mídia internacional.
Até chegar em um dos canais mais importantes da música norte-americana, a NPR Music, eles fizeram uma participação no programa. Após seu segundo álbum, em 2019 a banda foi indicada ao Grammy Latino. Mesmo depois que a banda se separou, a cantora foi conquistando seu público com hits como: “Baby 95” e “Psiu”. Após o lançamento de seu último álbum “Caju”, é inevitável não conhecer alguma música, alcançou ainda mais ouvintes e consolidou sua carreira.
Primeira mulher trans, preta, indicada em uma premiação importante, de reconhecimento mundial, Liniker ganhou a estatueta do Grammy em 2022, como Melhor Álbum de Música Popular Brasileira com "Indigo Borboleta Anil", celebrou a vitória e a alegria dominou a internet.
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Arte como forma de identificação
Entrevistamos algumas pessoas que estavam no show, podemos entender ainda mais, a força e resistência que Liniker significa, uma grande parte relatou que se sente representada por ela, pelas pautas que ela aborda, além de sua voz potente capaz de transmutar sua arte.
Conversamos com um grupo de jovens, que relataram estar felizes por essa atração, de graça em um domingo. Uma dessas pessoas, é Isabelli Moraes, de 24 anos, que nos contou que é muito fã da cantora, relatou empolgação em sua fala “Estou tão feliz por estar vendo ela aqui, junto com meus amigos, não sei nem descrever, ele é minha artista favorita, representa muitas coisas para mim, já que sou LGBT, me sinto acolhida”. Também entrevistamos Tiago Santos, de 27 anos: “Cara, ver uma artista preta com todo esse público, é algo que tem muito significado, olha quanta gente tem aqui, vou poder aproveitar esse clima romântico que a Liniker transmite, do lado da minha namorada, isso não tem preço” relatou irado.
A cantora chegou a se emocionar com a informação da quantidade de público no local, em meio de lágrimas e euforia, falou da emoção em estar ali “Essa é a minha maior plateia até hoje. Muito obrigada”, agradeceu.
]]>Derivado de outro grande sucesso do escritor George R.R. Martin, a série spin off de Game of Thrones, a série House of the Dragon já conta com duas temporadas e iniciou as gravações para a terceira, com direito a trailer para os fãs da Casa dos Dragões.
A série é derivada diretamente de outro livro do escritor. Fogo e Sangue é responsável por contar a trajetória da casa Targaryen, durante os 70 anos em que ficou no poder na região fictícia dos Sete Reinos. O livro conta desde a conquista de Aegon, o conquistador, até a queda do rei louco, e antes da mãe dos dragões.
Lançado em 2018, a parte que foi adaptada para a TV retrata a guerra civil familiar conhecida como a dança dos dragões, que em sua terceira temporada vai retratar o momento mais sangrento da luta. Porém, a série e o livro têm mais diferenças do que se espera, algumas bem importantes para a história e podem alterar o rumo da nova temporada. Conheça agora alguns deles,cuidado com os spoilers caso não tenha assistido tudo ainda:
Rhaenyra e Criston Cole
Na primeira temporada da série acompanhamos o reinado de Viserys e toda a questão da sucessão do trono. Com a escolha de Rhaenyra para ser a sucessora do rei e a pressão da corte para que ela escolha uma espada juramentada, ela escolhe um cavaleiro de uma casa menor e acaba tendo um romance com ele, fazendo com que ele quebre seus votos de permanecer puro.
Com o casamento da princesa chegando, Cole implora para que ela fuja com ele, o que é claramente negado por ela. Levando Cole a cometer um ato agressivo e injusto no dia do casamento, que causa o rompimento entre ambos, e o estremecimento entre Rhaenyra e Alicent.
Em “Fogo e Sangue” a relação entre Cole e a herdeira do trono não é romântica, porém Rhaenyra é sim apaixonada pelo cavaleiro. Que já era reconhecido pelo povo de Porto Real como um hábil combatente tendo lutado contra Daemon Targaryen em uma justa e vencendo. A fuga dos dois é proposta pela princesa e negada pelo cavaleiro que teria deixado Rhaenyra furiosa e a levou a se aproximar ainda mais de Daemon.
Além de não haver um romance escancarado, o ato de Cole no casamento nunca ocorreu nos livros, e nem os desdobramentos e consequência disso retratados na série aconteceram.
Outro relacionamento presente na série seria o da rainha Alicante e de Cole. Logo após o casamento e a mudança de Rhaenyra,o cavaleiro se torna um guarda leal ao grupo dos verdes, apoiando Alicent, e após a morte de Viserys se tornando amante da rainha.
O relacionamento de ambos causa mudanças significativas em alguns eventos em que a presença da rainha é importante, já que nesses momentos ela estaria tendo encontros secretos com o cavaleiro.
No livro esse relacionamento nunca foi mencionado, apenas a lealdade de Cole ao grupo dos verdes, porém pode não ser apenas uma mudança da série, já que o livro é escrito com base em fontes oficiais e esse caso secreto poderia ter ocorrido sem conhecimento do publico.
Filhos faltandoNa série, os verdes sofreram com a falta de alguns personagens importantes. Os fãs sentiram falta de Maelor e Daeron Targaryen, os filhos de Helaena e Alicent não estão presentes na série, embora tenham um papel muito significativo no decorrer da dança dos dragões. Daeron já foi mencionado na série, no último episódio da segunda temporada é possível ver o que seria a movimentação dele para a guerra, porém não há nenhum ator confirmado para o papel e nem confirmação de que aquele seria mesmo Daeron Targaryen.
Já Maelor foi totalmente apagado da série. Seu nascimento nunca aconteceu, deixando Aegon, o usurpador, como pai apenas dos gêmeos. Sua falta na série foi sentida em um dos momentos mais importantes e emblemáticos da série, deixando uma marca em acontecimentos futuros.
Sangue e QueijoUma das cenas mais esperadas da segunda temporada causou impacto em todos os outros acontecimentos posteriores. Também não foi retratada fielmente, influenciada pela falta de personagens ou mudanças de narrativa.
Na série, a invasão de Sangue e Queijo foi contratada diretamente por Daemon, para acabar com o sobrinho Aemond, gerando uma das frases favoritas dos fãs, um filho por um filho. O assassinato acontece à noite, onde ambos acabam encurralando a rainha Helaena e obrigando-a a indicar o filho homem do rei, logo após expulsando a rainha enquanto assassinam seu filho.
No livro, estão presentes no quarto durante o assassinato Healena e Alicent, que presenciam a morte do primogênito do rei. Além disso, Maelor também é vítima da emboscada, e foi escolhido por sua mãe para morrer no lugar do irmão, poupado por sangue que mata o outro filho. Com o romance secreto de Alicent e a falta de Maelor, o acontecimento foi menos traumático do que no livro. Além de não ser Daemon que diretamente contrata ambos. Outro fato importante é que sangue não era membro ativo da guarda da cidade, como mostrado na série.
Sendo a primeira aparição da fortaleza na série, a chegada de Daemon em Harrenhal é um dos pontos altos da série, embora polêmico entre os fãs. Ao chegar no castelo, ele encontra uma fortaleza destruída e escura, contrastando com a ideia que ele possuía de a fortaleza ter sido tomada pelos verdes.
No livro, o príncipe encontra o castelo no mesmo estado, porém a maior diferença tem a ver com a fortuna dos Strong, no livro Daemon toma controle de toda a fortuna deles, porém na série o dinheiro da família continua sob o controle de Larys Strong, que está apoiando os verde.
Em Harrenhal conhecemos ainda uma personagem, Alys Rivers, sendo formalmente apresentada em uma cena onde divide palco com Daemon. Ela é vista como uma bruxa e apoia Daemon, porém que causa alucinações no príncipe, onde ele confronta seu verdadeiro desejo pelo trono, sua relação com Rhaenyra e seu ado sangrento.
No livro, a jovem também é bem relevante para esse arco. Embora sua apresentação seja realizada de uma forma bem diferente, sendo uma ama de leite, apesar da aparência jovem, ela já tinha uma certa idade avançada na época da dança dos dragões.A maior diferença entre a série e o livro é que no livro não há nenhuma interação entre Daemon e Rivers, e que ele era imune aos poderes dela durante o tempo em que esteve no castelo.
A Semeadura
Um dos momentos mais aguardados da série sofreu modificações drásticas. A semeadura é uma forma que Rhaenyra encontra de utilizar outros dragões além da sua e de seus filhos. Convocando os nascidos bastardos da casa Targaryen para tentar reivindicar um dos dragões que não possuíam cavaleiros.
A primeira grande diferença seria a revolta do príncipe Jacaerys, já que no livro ele é o responsável por convocar a semeadura, prometendo terras e títulos a quem reivindicar um dragão de forma completa. Inclusive sem participação da rainha e de Mysaria.
No livro, como os dragões são reivindicados, é diferente, não há um momento em que um grupo seja levado para tentar reivindicar Vermithor, e sim idas de pessoas diferentes para dragões diferentes, todos os que se juntam aos pretos conquistam seus dragões dessa forma.
“House of the Dragon” está em processo de gravação no momento, com a estreia prevista para 2027. A adaptação da parte mais sangrenta da história está criando expectativas nos fãs que esperaram pelos reais impactos das adaptações realizadas pela série.
]]>O ator Wagner Moura, conhecido por seus papéis em Tropa de Elite e Narcos, mostrou mais uma vez sua versatilidade e talento em cena. O brasileiro venceu o prêmio de Melhor Interpretação Masculina no Festival de Cinema em Cannes, no litoral da França.
O Agente Secreto, filme do diretor Kleber Mendonça Filho, chega aos cinemas brasileiros em 6 de novembro. O thriller, ambientado no Recife de 1977, durante a ditadura militar brasileira, venceu dois prêmios no Festival de Cannes, no dia 24 de maio: Melhor Ator e Melhor Direção.
A história segue um homem em fuga, e o filme é conhecido por sua direção intensa e pela atuação carismática de Wagner Moura.
Em 1977, Marcelo trabalha como professor especializado em tecnologia. Ele decide fugir de seu ado violento e misterioso, mudando-se de São Paulo para Recife com a intenção de recomeçar sua vida. Marcelo chega à capital pernambucana em plena semana do Carnaval e percebe que atraiu para si todo o caos do qual sempre quis fugir. No entanto, ele começa a ser espionado pelos vizinhos. Inesperadamente, a cidade que ele acreditava que o acolheria ficou longe de ser o seu refúgio.
Com o Prêmio de Cannes, o longa desperta mais interesse e destaque no cinema nacional brasileiro, assim como a indicação do Oscar do filme Ainda Estou Aqui.
O filme, que foi gravado entre junho e agosto do ano ado, conta com a atuação dos atores Gabriel Leone (que já atuou na minissérie Senna), Maria Fernanda, Alice Carvalho, Carlos Francisco, Wilson Rabelo, Tomás de Aquino (Bacurau), Suzy Lopes, Laura Lufési, entre outros.
A trajetória do ator brasileiro Wagner Moura
Com uma carreira que abrange destaque no cinema nacional ao interpretar o Capitão Nascimento em Tropa de Elite e sucesso internacional como Pablo Escobar em Narcos, Wagner Moura viu sua carreira alcançar novos patamares. Além de ator, ele é diretor, produtor e roteirista brasileiro. Moura começou sua carreira no teatro em Salvador, Bahia, ainda na adolescência. Formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, mas nunca exerceu a profissão, focando na atuação.
Apesar da recente conquista do prêmio no Festival de Cannes por sua atuação como Marcelo em O Agente Secreto, ele já era bastante conhecido pelo público brasileiro por seu papel na novela Paraíso Tropical, interpretando o vilão Olavo Novaes.
Vencedor na categoria de Melhor Ator no Festival de Cannes 2025, o artista coleciona premiações não apenas no cinema, mas também na televisão e no teatro.
Em 2004, no Festival Internacional de Cinema de Cartagena, foi premiado como Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante por Carandiru. No mesmo ano,o ator levou o Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro como Melhor Revelação do Ano por Deus é Brasileiro.
Já em 2007, Moura conquistou o Prêmio Tudo de Bom do jornal “O Dia” como Melhor Ator pela novela Paraíso Tropical. Em 2008, venceu o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro como Melhor Ator em Filme por Tropa de Elite. E, em 2011, ganhou no Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa como Melhor Ator por Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro.
Em premiações mais recentes, o ator se destacou em 2022 como diretor no seu primeiro longa-metragem, sendo premiado no FestPunta 2022 como Melhor Diretor por Marighella.
O Agente Secreto, novo e premiado filme com a interpretação do ator, chega aos cinemas brasileiros em 6 de novembro.
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No começo de uma manhã, em Salvador, enquanto a cidade desperta, se estica e se espreguiça bem como um gato acordando, um assalto violento é cometido. Assim tem início ‘Todos se Lavam no Sangue do Sol’, o primeiro livro do escritor e editor Paulo Raviere, lançado pela editora Darkside Books em 2022.
Durante as primeiras horas do dia, uma joalheria na Rua Chile é assaltada e a partir deste ponto a história começa a ser traçada, caminhando com o leitor entre ado e presente durante os capítulos que são escritos cada um com um personagem diferente como protagonista, culminando em um final inesperado.
Em uma cidade tida como “Salvador de poucos e executor de muitos”, Raviere apresenta personagens únicos e profundos que convivem com uma cidade envolta nas ruínas e sombras de sua glória de outrora, revelando uma Salvador bastante crua e misteriosa. A atmosfera para a qual o leitor é transportado é cativante, e este é um livro que você vai querer devorar de vez, sem pausas.
Aqui, a construção dos personagens também auxilia e influência na construção da trama, uma vez que o livro não segue uma narrativa linear, de modo que o observador conecta as peças dispostas ao longo das 244 páginas para formar o enredo completo. Através desta característica marcante da obra, podemos notar claros toques de influência do renomado diretor Quentin Tarantino, especialmente do filme Pulp Fiction (1994), além de diversas pitadas de outros diretores e escritores.
Por falar em seus personagens, Raviere, com a habilidade precisa de alguém que sabe observar as pessoas que transitam pelas cidades, dá vida a uma constelação de criaturas que são fáceis de reconhecer em ambientes urbanos, mas concede para cada uma individualidade, densidade e um enredo interior e pessoal. Cada personagem presente na trama está ligado de maneira direta ou indireta com o crime que aconteceu, e cada uma delas terá de lidar com as consequências de suas ações.
Com histórias que se interligam, as camadas deste romance policial se constroem através de um religioso colecionador de obras de arte, um traficante orgulhoso, um estudante de cinema mimado pelos pais, um guitarrista frustrado, uma mulher misteriosa, um italiano esperto e um político em decadência.
Paulo Raviere costura uma trama muito bem trabalhada, misturando sangue, violência e um humor com bastante acidez e dendê, além de gírias, cenários e sotaques característicos da capital baiana. Para além do ambiente estabelecido pelas palavras, o livro também conta com ilustrações fascinantes de Alcimar Frazão, quadrinista e ilustrador formado em Artes Visuais pela ECA-USP, além de autor de alguns romances gráficos publicados, como Cadafalso (Mino, 2018) e Ronda Noturna (Zarabatana, 2014).
No mais, Todos se Lavam no Sangue do Sol é uma história que vai captar, divertir e surpreender o leitor, ainda que possua poucas páginas. Paulo Raviere finaliza, então, seu retrato desta cidade grandiosa no exato dia em que tudo começa, completando seu quadro caótico.
Sobre o autor
O escritor, nascido em 1986 na cidade de Irecê, Bahia, é editor da Darkside Books, onde já publicou traduções de mais de 10 obras – de nomes como Robert Louis Stevenson, Donald Ray Pollock e Clive Barker – e recentemente publicou seu romance de estreia, ‘Todos se Lavam no Sangue do Sol’, além de também já ter contribuído com diversas revistas, como a ‘Pesquisa FAPESP’, ‘Barril’, ‘Serrote’ e ‘Piauí’. Inclusive, Raviere é presença confirmada na Bienal do Livro Rio 2025!
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]]>Em 26 de maio, no fórum de criatividade Rio2C, no Rio de Janeiro, a Netflix anuncia suas 10 novas histórias brasileiras, entre séries, filmes, reality shows e documentários, a serem filmados até o fim do ano. Com projetos em alguns estágios de produção, as novidades trazem olhares inovadores sobre fatos reais, universos pouco explorados e gêneros inéditos, ampliando a variedade e a representatividade das narrativas brasileiras no audiovisual.
"Estamos produzindo histórias que só poderiam nascer aqui no país, por talentos brasileiros com um olhar ambicioso e sedento por novas maneiras de contar histórias", destaca Elisabetta Zenatti, VP de Conteúdo da Netflix no Brasil. Ela ressalta que cada produção carrega um diferencial, seja no tema, na abordagem ou no gênero, refletindo a potência criativa e a pluralidade da cultura brasileira.
Confira abaixo os detalhes dos 10 novos projetos nacionais ainda em produção para a Netflix:
SÉRIES
Emergência Radioativa
Minissérie inspirada no maior acidente radiológico da história fora de uma usina nuclear, ocorrido em Goiânia, em 1987, com o Césio-137. As gravações já começaram.
Criação: Gustavo Lipsztein
Direção: Fernando Coimbra
Produção: Gullane
Elenco: Johnny Massaro, Paulo Gorgulho, Bukassa Kabengele, Alan Rocha, Antonio Saboia, Luiz Bertazzo e Tuca Andrada
Fúria
A série mergulha no universo do MMA para retratar a trajetória de um jovem lutador em busca da sua identidade.
Criação: José Henrique Fonseca
Produção: Zola Filmes
Brasil 70 - A Saga do Tri (título provisório)
A minissérie revive a trajetória dos jogadores brasileiros de futebol no campeonato mundial de 1970.
Criação: Naná Xavier e Rafael Dornellas
Produção: O2 Filmes
Direção: Pedro e Paulo Morelli
FILMES
Fazenda Colonial
O filme de terror acompanha a viagem comemorativa de um grupo de amigos a uma antiga fazenda e que termina em um reencontro sinistro com o ado.
Produção: Kromaki e Panda Filmes
Direção: Marcela Mariz e Renata di Carmo
Filme de ficção inspirado no caso Elize Matsunaga (sem título)
O filme, um thriller com toques de melodrama, explora temas como classe social, ambição e violência de forma provocativa e faz uma reprodução fiel e detalhada do apartamento onde o casal Matsunaga vivia.
Produção: Direção de Vellas e roteiro de Raphael Montes, produção da Boutique Filmes
Spin-off de ‘Sintonia’ (sem título)
O filme dará continuidade à trajetória de Nando, personagem de Christian Malheiros na série.
Produção: Gullane
Direção: Johnny Araújo
DOCUMENTÁRIOS
Documentário sobre Ronaldinho Gaúcho (sem título)
O documentário narra com irreverência e leveza a trajetória do craque Ronaldinho Gaúcho a partir de histórias pouco conhecidas e depoimentos inéditos.
Produção: Canal Azul e Trailer Filmes
Santos, seus bastidores e a volta do Neymar Jr (sem título)
Documentário sobre o Santos, seus bastidores e o retorno de Neymar Jr.
Produção: Improbable Media e Ginga Pictures
Marcha das Onças
Meu primeiro documentário de natureza na América Latina acompanha a jornada de três onças-pintadas no Pantanal, revelando os desafios da espécie e a importância de sua preservação.
Produção: Duo2 e Bonne Pioche
Direção: Lawrence Wahba
REALITY
Meu Namorado Coreano
Cinco brasileiras, em diferentes níveis de relacionamento, desembarcam na agitada Seul para descobrir se as relações sobreviverão à distância, às diferenças culturais e à nova rotina.
Produção: Floresta
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Nova produção sobre o mundo das Gamers Girls
O longa-metragem de Saskia Sá, com produção executiva de Luciana Druzina, é uma coprodução entre as produtoras Horizonte Líquido e Druzina Content e teve sua estreia no dia 22 de maio de 2025. A apresentação inicial do longa é a do universo Gamer, como estratégia de mostrar a realidade vivida por mulheres e suas experiências inseridas dentro deste universo. Mega, apresentada como uma transumana que vive nesse “metaverso”, fica intrigada e ao mesmo tempo inspirada ao ouvir as histórias dessas depoentes.
A personagem apresenta um olhar atencioso a essas personalidades femininas que foram convidadas para compartilhar suas histórias. A equipe do longa contou com grandes nomes de desenvolvedoras, streamers, criadoras e jogadoras de esports, são elas: Anne Quiangala, Brenda Romero, Cara Ellison, Jane Jensen e Limpho Moeti.
Ao ser questionada sobre a narrativa por trás do interesse em fazer um longa dedicado a este assunto, Saskia Sá respondeu: “Dentro deste universo narrativo, meu interesse se direcionou para as formas como as mulheres se inserem nesse mundo, tanto as jogadoras quanto as profissionais da indústria".
A diretora também explica o fator considerado desigual no mundo do audiovisual, na qual mulheres são sempre minoria e não são reconhecidas neste meio: “A curiosidade aqui se deu na mesma medida com que me importo com o fato de nós sermos sempre uma minoria, geralmente, mal remunerada em relação aos homens no campo profissional do audiovisual, assim também, com as formas como as identidades femininas são construídas nas personagens dos filmes e produtos audiovisuais", resume Saskia.
A personagem de Mega
Na narrativa documental, Mega é um híbrido de animação 3D e está sendo simulada em ambientes de jogos eletrônicos que se inspira nas histórias através de sua interação com as personagens apresentadas no metaverso. Ela é intrigada com todas as questões pertinentes que a rodeia, sendo o machismo considerado uma dessas questões no mundo das Gamers.
Ao ser perguntada novamente sobre o mundo dos jogos feito por mulheres, a diretora do longa completa: “Acredito que o grande diferencial do mundo gamer feminino é a diversidade de identidades femininas que amam e se interessam por esse universo. Tanto nas questões de jogabilidade quanto nas conceituais, de narrativas, envolvendo pesquisa, temas, questões filosóficas, sociais ou políticas”.
Ela ainda destaca: “Apesar de ser um meio em que não se vê as mulheres como público prioritário, as mulheres estão na gênese histórica desse setor econômico, além de serem a maioria dos usuários, principalmente nos mobiles”.
Trailer do longa metragem “Game Girls” (Reprodução: YouTube/Horizonte Liquido)
Leia mais: METAVERSO: Utopia ou Distopia? - Lab Dicas Jornalismo
]]>Para os nordestinos, a chegada do mês de junho significa tradição. Durante trinta dias, o nordestino vive em seu auge, seja nas festas, nas comidas típicas ou nas orações. Em Sergipe, considerado por muitos o país do forró, não poderia ser diferente, os festejos juninos já começaram em maio e vão durar até o mês de julho.
No coração da capital aracajuana, em uma pequena rua, a festa dura o ano todo. O mês não importa, sempre vai ter um bom forró pé de serra tocando por lá, para orgulho dos moradores. A centenária rua de São João já faz parte da cultura e da tradição da capital sergipana, e garante que a festa nunca acabe.
O início da Tradição
Como um bom festejo junino, a festa começou com um propósito religioso. Segundo a historiadora sergipana Aglaé Fontes, a festa surgiu devido a duas irmãs, que rezavam para uma imagem de São João e realizavam uma novena em homenagem ao santo. As primeiras manifestações têm como data o ano de 1910, as famílias comemoram a data de forma muito simples, apenas com cantos e outro tipo de dança, o samba, que marca as festas para o santo em alguns locais do Brasil.
A comunidade que vivia ali teve um papel muito importante para fortalecer os festejos da rua de São João. Na década de 50, foram iniciados os festejos que conhecemos hoje em dia, a comunidade e alguns incentivadores da cultura local tiveram um papel muito importante na tradição da rua de São João. A professora relata ainda que foi uma festa que surgiu de forma espontânea, com o apoio da comunidade e, a mais importante, a participação dela.
Após o falecimento das duas irmãs que deram início à festa, quem começou a organizar os festejos foi o mestre Calazans. A festa já tinha alcançado proporções muito grandes e precisava de uma organização melhor, e com o surgimento das primeiras quadrilhas, a organização se tornou necessária. Foi nessa época que a rua recebeu o apelido de Rua de São João, pois a festa ficou tão popular e o povo gostou tanto que o nome pegou e até hoje é uma das festas mais tradicionais do estado.
As Quadrilhas da rua de São João
A rua São João é considerada o berço das quadrilhas juninas e um dos concursos mais antigos do estado. Algumas dessas quadrilhas surgiram da própria rua com os moradores dos arredores. O concurso acontece até hoje e é um dos primeiros do estado a escolher sua campeã.
Vamos conhecer a história de algumas dessas juninas clássicas:
Quadrilha Chapéu de Couro
Apesar de não ter sido criada na rua de São João, a junina Maracangaia é uma das quadrilhas clássicas de Aracaju. Com quarenta e dois anos de história a quadrilha já ganhou inúmeros títulos sejam nacionais ou estaduais e é consagrada como uma das quadrilhas mais clássicas do município
Quadrilha Assum Preto
A quadrilha que foi criada no bairro ponto novo, já tem mais de 35 anos de atividade é uma das mais tradicionais do estado ainda em atividade. Uma das primeiras quadrilhas a ser campeã brasileira, a junina já acumula títulos e é figurinha carimbada nas festas da rua.
Quadrilha junina século XX
A quarta quadrilha junina mais antiga do estado e a quarta mais antiga do Brasil, a junina é tetra campeão da Rua de São João. Foi reconhecida como um patrimônio imaterial do município de Aracaju no ano de 2020, a quadrilha acumula muitos títulos importantes e ainda continua em atividade até hoje, sendo atualmente Hexacampeão Estadual.
A rua hoje
A comunidade ainda é parte ativa dos festejos juninos da rua. Entretanto, hoje em dia, os responsáveis por organizar a programação são o Centro Cultural João de Deus, além de ser incluído no calendário junino do estado.
Toda segunda acontece a “segundona do turista”, promovida pelo governo do estado, que busca manter acesa a tradição dos festejos realizados ali. Além disso, a rua foi declarada patrimônio cultural do povo aracajuano pela Câmara Municipal de Aracaju.
A programação deste ano já começou com direito a tudo que representa esse ciclo, quadrilhas, trios de forró e coisas típicas. Marcando o começo dos festejos no estado, se depender da comunidade, o arraiá vai durar o ano todo.
A sequência simplesmente não chega aos pés do primeiro longa. Quem assiste esperando reviver o sucesso de Um Pequeno Favor (2018) inevitavelmente se decepciona. A trama gira em torno de uma suposta vingança de Emily Nelson (Blake Lively) contra Stephanie Smothers (Anna Kendrick), mas o filme patina durante boa parte da narrativa, prometendo mais do que entrega.
Cinco anos após a prisão de Emily, Stephanie lança um livro contando sua experiência com “a loira sem rosto” e continua famosa, mesmo tendo interrompido seu canal de investigações. A relação entre as protagonistas retorna com uma série de reviravoltas improváveis e tramas mirabolantes que tentam, sem sucesso, dar ritmo à história.
O filme Outro Pequeno Favor (2025) começa com a leitura do livro sendo interrompida por ninguém menos que Emily, que ressurge com um convite inusitado: quer que Stephanie seja madrinha de seu casamento com Dante Versano (Michele Morrone), na ilha paradisíaca de Capri, na Itália. A partir daí, os diálogos repletos de ironias e cinismo entre as personagens tentam resgatar o charme do primeiro filme, mas a repetição das mesmas fórmulas torna-se cansativa rapidamente.
A trama insiste em criar tensão e mistério, insinuando que algo grandioso está para acontecer, mas esse momento simplesmente nunca chega. Quando finalmente ocorre a morte de Dante, o filme parece ganhar fôlego. A partir daí surgem investigações, intrigas familiares, traições, segredos revelados (nem tão surpreendentes assim) e conspirações que mais confundem do que empolgam.
Apesar da tentativa de humanizar Emily, que deixa de ser apenas a figura fria e manipuladora do primeiro filme para se mostrar capaz de proteger e até se sacrificar por seus amigos, o roteiro se perde em reviravoltas forçadas, soluções absurdas e cenas que parecem saídas de uma novela mexicana com pitadas de máfia italiana.
Com direção de Paul Feig, Outro Pequeno Favor é uma produção da Amazon MGM Studios em parceria com Lionsgate e Feigco Entertainment, disponível na Prime Vídeo. O filme conta com um elenco talentoso e figurinos impecáveis, mas isso não é suficiente para salvar a obra de seu enredo frágil e cansativo. O final, confuso e sem impacto, só reforça a sensação de desperdício.
A recepção reflete esse descomo: 61% de aprovação no Rotten Tomatoes entre os críticos (de um total de 136 avaliações), mas apenas 37% de aceitação do público. Uma queda brusca que ilustra o descontentamento geral.
No fim das contas, o filme desperdiça o talento de um elenco carismático, abusa de reviravoltas mal elaboradas, e falha em trazer qualquer novidade relevante para a história. Trata-se de uma continuação desnecessária, que mais parece um capricho do estúdio do que algo realmente pensado para o público.
Uma comédia em formato de musical, capaz de ar por várias nuances, narra a história de dois palhaços amigos, que embarcam pelo picadeiro da vida, onde o autoconhecimento molda os cenários de introspecção das personagens. Com grandes nomes como Fafy Siqueira e Fernando Vieira, músicas originais e vozes impressionantes, venha conferir esse incrível espetáculo e ainda entrevista exclusiva,
Murmúrio e Risadinha nos levam para refletir a importância da amizade. Como a ótica pode mudar, quando se trata de enfrentar seus próprios medos e ainda deixa um quentinho no coração, ao arem uma mensagem de que cada jornada é única e não linear no grande circo da nossa existência.
O enredo
Com de direção de Hudson Glauber e com texto de Daniel Torrieri Baldi, acompanhamos dois palhaços, Risadinha (Fafy Siqueira), sempre com uma piada na ponta da língua, leva a vida de forma leve, até mesmo nos dias nublado encara sua jornada com seus óculos de sol. Já Murmúrio vem com seu semblante triste e cansado, pois as coisas não saíram como imaginava, agora ele se encontra sem ânimo.
O destino deles muda quando Murmúrio (Fernando Vieira), é levado para um mágico universo paralelo, o que podemos entender como seu subconsciente, para superar situações complicadas ainda quando era criança. E Risadinha também vem à tona mostrando que sua felicidade, não é apenas seu jeito de ser mas uma forma menos dolorida de encarar seus medos e que nem sempre foi assim, tudo é questão de aprender a se equilibrar na lira.
No decorrer do espetáculo também contamos com canções contagiantes, escritas por Thiago Gimenes, capaz de embalar o público em um clima gostoso de descontração, seja de forma leve em cenas mais alegres ou de suspense quando o momento pede mais seriedade. A forma como a música envolve os espectadores é algo único, em cada olhar do público vimos a fascinação por querer mais e mais, quando se começava as partes musicais da comédia.
Confira também: Volta de The Last Of Us: curiosidades e calendário de episódios nessa nova temporada
A vida é como um circo, temos que saber quando se equilibrar
De um jeito leve o espetáculo consegue ter nuances tão sutis ao ponto de você entrar achando que é apenas uma peça para crianças, e de repente se encontrar emocionado com a mensagem. Nos trás a reflexão que podemos comparar a vida com o circo, tudo depende da forma que vamos lidar, os rótulos que recebemos ao longo de nossa jornada não é como devemos nos enxergar, já que cada ótica é alterada por cada vivência, mesmo em situações mais complicadas podemos nos olhar com calma e carinho, entender que nunca é tarde para enfrentar nossos medos, principalmente quando temos pessoas que nos ajudam a ser quem somos, a vida se torna um grande picadeiro.
Um dia você está no alto se equilibrando na lira e no outro recebendo aplausos por fazer algo de coração, assim como os profissionais do circo, que mesmo com suas questões, em dias bons ou ruins, tiram parte da sua história para fazerem as pessoas mais felizes.
Entrevista exclusiva com os atores
E é claro que não podíamos perder a oportunidade de trazer para você, um pouquinho dos bastidores, por isso conversamos com alguns dos atores sobre como foi a experiência de cada um, nos ensaios, nas apresentações; Confira abaixo:
Para iniciar nossas entrevistas contamos com a renomada atriz, Fafy Siqueira, que interpreta a tão carismática “Risadinha”, conversamos sobre como foi o processo de lidar com uma peça que mexe tanto com a emoção do público, de risadas e lágrimas escorrendo pelo rosto.
“Foi difícil, não foi fácil, porque aqui eu faço as pessoas chorarem, foi barra pesada. Eu me inspirei em três pessoas para fazer essa peça, Carlos Ronald Golias, pela primeira vez na Dercy Gonçalves e na Denise Stoklos… Porque eu tinha que ter um trabalho de corpo sério, então foi muito difícil compor mas foi muito legal, a direção legal, a produção muito legal…”, diz a atriz.
Ainda complementa com iração ao elenco que trabalhou:
“O elenco são cinco sentimentos e três são estrelas do teatro musical, o ilusionista que quem faz é o Marcos Lanza, a cantora que faz quem faz é a Marilice Cosenza e o Danilo Moura, que foi nosso Tim Maia no teatro. Foi muito bom reencontrá-los e muito bom também poder estar com esses garotos que acabaram de se formar. Isso para mim é muito importante. O respeito que eles têm pela minha história, me senti muito acolhida nessa produção”. Finaliza Fafy.
Lucas Rodrigues, ator que interpreta o Malabarista, diz que o processo foi bacana, principalmente a questão da diversão durante os ensaios, completa:
“O tema do espetáculo se ar no circo foi um desafio, tem uma necessidade de ter um corpo preparado para isso e foi diferente por misturar drama com comédia e musical”
Conversamos também com os atores que fazem um importante papel no coro da peça, eles que são responsáveis pela ambientação das cenas e pela parte musical.
Pedro Lourenço, compartilha que interpretar um palhaço é uma sensação muito gostosa, pois também se divertem em fazer palhaçadas e tem margem para brincar:
“Se eu cair em cena, se tropeçar, se errar alguma coisa de dança está tudo bem, porque já estou vestido e caracterizado de palhaço”.
Falamos com Gabriella Piacentini, sobre como foi a experiência para ela:
“Foi a primeira vez que fiz algo voltado para arte circense, a sensação nos ensaios de criar uma trupe foi incrível… É um musical meio psicanalítico, como falei nos primeiros ensaios, você tem que ter coragem de mergulhar nas sombras do seu inconsciente e para resolver você tem que ter coragem”
Giovanne Lima completa as falas dos colegas:
“Quando eu estava desenvolvendo o personagem, estava me remetendo há várias coisas, mas a dedicação sempre vai te levar a algo”.
Pudemos embarcar em mais conversas com as atrizes Marjorie Veras, Isabella Votta e Clarah os que compartilharam os desafios, a novidade em atuar em uma comédia circense e ver a reação das diferentes faixas etárias do público, acrescenta ainda o carinho por todo o elenco.
Datas e local da peça
Local: Teatro Nair Bello
Endereço: Rua Frei Caneca, 569, Bela Vista – Shopping Frei Caneca – 3º andar
Data: 2 de maio a 6 de julho
Horário: sexta e sábado às 20h – domingo às 18h
Classificação etária: livre
Confira pelo site: Sympla
A Netflix investe cada vez mais em produções globais e “Realeza” (The Royal) marca um ponto de virada para o streaming na Índia. Lançada no dia 9 de maio na plataforma, a produção mistura o glamour das monarquias com o mundo coorporativo, entregando um drama que cativa tanto pelo enredo quanto pela riqueza visual.
Em “Realeza”, um príncipe que tenta salvar o palácio de sua família é forçado a se unir a uma executiva astuta para salvá-lo. À medida que o herdeiro real e a bem-sucedida CEO transformam a propriedade em uma luxuosa pousada, o relacionamento conflituoso deles se transforma em romance.
A série de 8 episódios é dirigida por Priyanka Ghose (O Gerente da Noite) e Nupur Asthana (Ingênuo no Amor), criada por Rangita Pritish Nandy (Modern Love Mumbai) e Ishita Pritish Nandy (Four More Shots Please!) e escrita por Neha Veena Sharma (Ziddi Girls).
Além dos protagonistas Bhumi Pednekar e Ishaan Khatter, o elenco inclui os nomes de Sakshi Tanwar, Zeenat Aman, Nora Fatehi, Milind Soman, Dino Morea, Chunky Panday, Vihaan Samat, Kavya Trehan, Sumukhi Suresh, Udit Arora, Lisa Mishra e Luke Kenny.
O príncipe falido e a CEO determinada
Aviraaj Singh (Aviraaj Singh) é o príncipe herdeiro da cidade fictícia de Morpur, mas assumir responsabilidades não é algo ao qual esteja disposto. Baladeiro, esportista e mulherengo são os atributos desse príncipe que adora ficar descamisado.
Depois do falecimento do pai, Aviraaj recusa o título de marajá, ele quer morar em Nova York e desfrutar do dinheiro da família e da liberdade fora de Mopur. Entretanto, o palácio está em ruínas, precisa desesperadamente de reformas, só que sua família não tem dinheiro. Até que uma oportunidade de negócios inesperada aparece diante dele.
Sophia Kanmani Shekhar (Bhumi Pednekar) é uma jovem executiva que trilhou seu próprio caminho sozinha com ousadia e criatividade. Como uma executiva de negócios experiente, ela quer encontrar um palácio e uma família real para fundar uma pousada diferente das demais, que aproxima pessoas comuns da realeza. E é em Mojur que ela encontra a família certa para seu empreendimento.
O primeiro encontro de Aviraaj e Sophia acontece no Siri Lanka, a atração e antipatia instantâneas entre eles, entrega flerte e estresse para todo lado. Mas quando se reencontram, uma oportunidade única aparece e os dois se unem para salvar a família disfuncional dele da ruína financeira e o cargo dela de CEO.
Família real e a equipe da CEO
A trama está dividida em dois núcleos. De um lado, a família de Aviraaj e os funcionários do palácio, e do outro lado, a equipe que trabalha com Sophia. Como a maior parte da história se a no palácio, podemos ver a interação de vários desses personagens secundários, que abrilhantam o enredo com outras histórias de amor, intrigas e segredos.
Na série, temos o príncipe Digvijay (Vihaan Samat) querendo ser reconhecido pelo seu talento com a culinária; a princesa Divyaranjini (Kavya Trehan) descobrindo sua sexualidade com Niki (Lisa Mishra); a assistente de Sophia; e a rainha Maharani Paja (Sakshi Tanwar) com seus relacionamentos amorosos e segredos há muito tempo escondidos sendo revelados. Também podemos conhecer os ex-namorados dos protagonistas, Kunal (Udit Arora), o atual sócio de Sophia e a princesa Ayesha (Nora Fatehi).
Com histórias próprias e o carisma dos atores, as tramas secundárias acrescentam o necessário para que esse conto de fadas moderno completo.
Beleza indiana
“Realeza” impressiona visualmente: cenários exuberantes, figurinos tradicionais e modernos deslumbrantes, e uma trilha sonora que mistura clássicos hindustanis com batidas contemporâneas que embalam as cenas de romance e de dança. Com certeza, aspectos que encantam fortemente com o público nacional e internacional.
Veredito final: vale a maratona?
Longe do clichê, do príncipe que salva a plebeia, o ponto mais forte de ‘Realeza” são os protagonistas. A série entrega um irmão mais velho imaturo, perdido no luto e na culpa, que quer ajudar sua família e que também precisa dos irmãos pra se fortalecer, mais não sabe muito bem que direção seguir. E também uma jovem executiva taxada de impulsiva, mas que na verdade é mulher obstinada, com uma personalidade calorosa e desenvolta que está longe da mesmice das mulheres de negócio frias e irritadiças de outras comédias românticas.
Sendo assim, “Realeza” é uma série com uma trama envolvente e produção luxuosa, com atuações carismáticas, que conquista quem procura romance, beleza, intrigas pelo poder, conflitos familiares e cenas de dança. Imperdível para os faz de comédias românticas.
Lançada originalmente pela NBC em 3 de outubro de 2023 nos Estados Unidos e disponível no Brasil pelo streaming Max, Found (Encontrados, em português) rapidamente se estabeleceu como um drama de suspense que prende a atenção do público. Criada por Nkechi Okoro Carroll, a série mergulha no universo complexo das pessoas desaparecidas, focando em casos que muitas vezes são esquecidos ou negligenciados pelas autoridades. Atualmente, a série conta com duas temporadas, com a segunda tendo estreado em 3 de outubro de 2024 e se estendendo até maio de 2025, totalizando 35 episódios entre as duas.
Found se destaca pela sua originalidade e um gancho principal magnético. A série gira em torno de Gabi Mosely (Shanola Hampton), uma ex-vítima de sequestro que agora dedica sua vida a encontrar os "desaparecidos esquecidos", aqueles cujos casos são ignorados pela polícia e pela mídia. O grande chamariz reside no segredo de Gabi: ela mantém seu próprio sequestrador, "Sir" (Hugh Evans), interpretado por Mark-Paul Gosselaar, cativo em seu porão, usando-o como uma espécie de "consultor" para seus casos. Essa premissa audaciosa e moralmente ambígua é a espinha dorsal da série, questionando os limites da justiça e da vingança. A temática central aborda a falha do sistema em proteger os mais vulneráveis e a busca desesperada por respostas e fechamento.
TRAMA E NARRATIVAA estrutura dos episódios de Found combina elementos de um drama processual, com um caso de desaparecimento sendo resolvido a cada semana, e um forte arco narrativo contínuo centrado na relação complexa entre Gabi e "Sir". O ritmo é ágil e mantém o espectador engajado, com reviravoltas que, embora por vezes previsíveis, conseguem impactar e mover a trama. A série é hábil em conectar os casos semanais com a trama principal de Gabi, utilizando-os como espelho para seus próprios traumas e dilemas. Temas como trauma, vingança, justiça, moralidade, ética e a resiliência humana são constantemente explorados.
DESENVOLVIMENTO DOS PERSONAGENSGabi Mosely é o coração da série. Sua complexidade é bem explorada, revelando as cicatrizes de seu ado e as motivações que a levam a cruzar fronteiras éticas. Sua luta interna entre o desejo de justiça e a escuridão de seus métodos é palpável. "Sir" não é um vilão unidimensional; sua dinâmica com Gabi é fascinante, misturando manipulação, dependência e uma estranha forma de cumplicidade. A equipe de Gerenciamento de crises, composta por Dhan, Lacey, Margaret e Zeke, embora por vezes com menos profundidade individual, complementa Gabi, trazendo diferentes habilidades e perspectivas para as investigações. A série faz um esforço para desenvolver seus ados e como isso os conecta à missão do grupo, mostrando uma evolução em suas interações e na forma como lidam com seus próprios traumas.
O elenco de Found é um dos seus maiores trunfos. Shanola Hampton entrega uma performance poderosa e convincente como Gabi Mosely, carregando a intensidade emocional da personagem com maestria. Sua capacidade de transitar entre a vulnerabilidade e a determinação é impressionante. Mark-Paul Gosselaar surpreende como "Sir", entregando uma atuação contida e assustadora, que dá vida à ambiguidade moral de seu personagem. O elenco de apoio, incluindo Kelli Williams (Margaret), Brett Dalton (Dhan), Gabrielle Walsh (Lacey) e Karan Oberoi (Zeke), complementa bem os protagonistas, trazendo credibilidade e nuances para seus papéis.
A sustentabilidade da trama de Found é um ponto crucial. O segredo de Gabi e a dinâmica com "Sir" são o motor da série, e será um desafio manter o frescor e a tensão dessa relação ao longo de várias temporadas sem cair na repetição. No entanto, o universo de casos de desaparecimento é vasto e permite a introdução de novas camadas narrativas. O impacto na carreira dos atores, especialmente de Shanola Hampton e Mark-Paul Gosselaar, é notável, com "Found" oferecendo a eles papéis complexos que exploram novas facetas de suas habilidades.
CURIOSIDADES E BASTIDORESA criadora Nkechi Okoro Carroll mencionou em entrevistas que a série foi inspirada pela ideia de que, em muitos casos de desaparecimento, o foco da mídia e das autoridades diminui rapidamente, especialmente quando as vítimas não se encaixam em certos perfis. Found busca dar voz a essas histórias. A recepção inicial nos EUA foi positiva, com a série sendo elogiada por sua premissa única e pela performance de Shanola Hampton, gerando um bom burburinho para sua chegada ao streaming.
ANÁLISE COMPARATIVAFound se alinha aos padrões de dramas de suspense da NBC/Max, que frequentemente exploram dilemas morais e investigações criminais com um toque emocional. A série pode ser comparada a The Blacklist pela dinâmica de um criminoso ajudando a justiça, mas com um toque mais sombrio e pessoal. Embora ficcional, a série ressoa com a complexidade e a dor de sagas criminais reais, ao retratar o desespero de famílias e a ineficácia, por vezes, do sistema legal.
A direção e a fotografia de Found contribuem para a atmosfera de suspense, utilizando uma paleta de cores que realça o tom sério da narrativa. A trilha sonora é eficaz em amplificar o suspense e os momentos dramáticos. O roteiro é geralmente bem construído, com diálogos afiados e uma boa progressão da trama, embora em alguns momentos os arcos de casos semanais possam parecer um pouco apressados.
CONTEXTO E RELEVÂNCIA CULTURALNo panorama de séries de desaparecimento na cultura pop, Found se destaca por sua perspectiva única de uma ex-vítima e pela exploração da dinâmica com o sequestrador. A série aborda a representatividade e a diversidade ao apresentar vítimas e uma equipe com diferentes origens, o que confere um impacto social significativo ao dar voz a histórias muitas vezes marginalizadas.
LEGADO DA SÉRIEO legado de Found pode ser o de uma série que ousou mergulhar nas profundezas do trauma de sequestro de uma forma inédita, ao mesmo tempo em que criticou as falhas do sistema e deu voz aos "desaparecidos esquecidos".
CRÍTICAFound acerta em cheio na sua premissa intrigante, nas performances magnéticas de Shanola Hampton e Mark-Paul Gosselaar, e na exploração de temas complexos como trauma e justiça. A série faz bem em manter o suspense e desenvolver a relação tóxica, porém cativante, entre Gabi e "Sir". No entanto, a série poderia melhorar ao aprofundar um pouco mais alguns personagens da equipe e evitar que certos casos semanais pareçam previsíveis. Sua originalidade reside mais na execução de uma fórmula conhecida, mas com um diferencial que a eleva.
RECOMENDAÇÃOFound é altamente recomendada para fãs de dramas policiais e thrillers psicológicos, especialmente aqueles que apreciam narrativas com personagens femininas fortes e complexas, e que não se intimidam com temas mais sombrios e moralmente ambíguos. É uma série para quem busca suspense, mistério e uma boa dose de drama psicológico.
Leia mais em: Homem com H: A História de Ney Matogrosso
Found é uma adição valiosa ao catálogo da Max. Com sua premissa audaciosa, performances sólidas e uma exploração instigante de temas como trauma e justiça, a série consegue capturar a atenção do espectador e mantê-la engajada. É um drama que provoca reflexão e entrega entretenimento de qualidade, consolidando-se como uma opção imperdível para os amantes do gênero.
Homem com H
Homem com H, a cinebiografia que retrata a vida do cantor Ney Matogrosso, ganhou vida e está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil. O longa mostra, por completo, os desafios enfrentados pelo cantor e os embates com sua família — especialmente com seu pai Antônio (Rômulo Braga), que tentava, a todo o custo, “moldar” seu filho com estigmas da masculinidade e padrões tradicionais impostos pela sociedade. A frase “Vira homem!”, repetida no filme, foi inspirada em uma das canções mais famosas de Ney, com composição de Antônio Barros.
O filme foi escrito e dirigido por Esmir Filho, e interpretado por Jesuíta Barbosa, que ou por uma longa preparação e por um intenso processo para alcançar o corpo e a aparência de Ney Matogrosso durante sua juventude — período em que o vocalista frequentemente se apresentava sem camisa nos shows da banda “Secos e molhados” , grupo que destacou ao mundo uma série de apresentações históricas.
Em entrevista ao Gshow, Jesuíta explicou como foi o processo para incorporar o cantor em sua própria persona. “A gente tentou ir por um caminho no sentido da construção não ser só uma silhueta, não ser só uma equiparação do que é a figura do Ney, aí a gente estaria pecando. Ele tem uma integridade e dignidade muito fortes.”
Ambientado durante a ditadura militar, o filme mostra como a vida de Ney Matogrosso se conecta com a história de um Brasil que vivia um período marcado pela opressão, mas que ainda aspirava à liberdade. Resistindo a toda forma de repressão — da família e da sociedade — o artista desafiou preconceitos e inaugurou um estilo próprio.
Durante a gravação do longa, Ney Matogrosso esteve presente e acompanhou de perto sua história tomando forma, para, então, ser apresentada ao público.
Ao ser perguntado sobre como foi a experiência de ter a inspiração de seu longa analisando as cenas e a produção, o diretor Esmir respondeu: “A gente terminou o primeiro take. Foi muito emocionante. Perguntei: ‘O que achou, Ney?’. E o Ney começou a chorar, descontroladamente. Foi muito forte, mexeu com todo mundo ali.”
Elenco do longa
- Jesuíta Barbosa como Ney Matogrosso;
- Caroline Abras como Yara Neiva;
- Hermila Guedes como Beíta;
- Bruno Montaleone como Marco de Maria;
- Rômulo Braga como Antônio;
- Lara Tremouroux como Regina;
- Mauro Soares como João Ricardo;
- Jullio Reis como Cazuza;
- Pedro Zurawski como Sd. Araújo;
- Jeff Lyrio como Gérson Conrad;
- Bruno Parmera como Luizinho;
- André Dale como Gonzaguinha.
Trailer Oficial de 'Homem com H'. (Reprodução: Paris FIlmes - Youtube).
Trilha sonora do filme
Músicas icônicas como "Rosa do Hiroshima", "Sangue Latino", "O vira", "Bandido Corazón", "Postal Amor", "Não existe postal ao Sul do Equador", "Encantado" e "Homem com H" foram escolhidas, diante de tantos outros sucessos, para representarem o repertório da vida de Ney Matogrosso em sua cinebiografia.
Leia mais: Homem com H: Filme sobre a Vida de Ney Matogrosso Ganha Trailer - Lab Dicas Jornalismo
]]>A Festa de São João, como geralmente são chamadas as festividades do período junino, trata-se de uma celebração tradicional e popularmente conhecida por mobilizar uma grande quantidade de pessoas.As manifestações oriundas dessa época do ano são sempre muito aguardadas, de modo que há uma certa preparação por parte dos maranhenses para a sua chegada.
Realizada no mês de junho, a Festa de São João reúne tradições de origem religiosa e folclórica. A festividade é marcada pela culinária típica, brincadeiras e fogueiras, que são tidas como símbolo de purificação e proteção contra os maus espíritos.
Santos homenageados no período junino
Apesar do nome da festividade fazer alusão ao santo São João, vale ressaltar que há outros que também são comemorados e homenageados nessa época. Devido a isso, é considerado uma data de extrema importância devido abordar a questão religiosa, cujo os devotos aproveitam para fortalecer a sua fé, realizar promessas ou até mesmo pagar promessas que foram concedidas.
Entre os principais santos reverenciados durante a festa junina, evidencia-se o Santo Antônio, São João Batista e São Pedro, que são comemorados nos dias 13, 14 e 29 de junho, respectivamente.
Comidas típicas
Pode-se dizer que durante o período junino é uma missão muito difícil resistir a variedade de pratos típicos, que incluem o arroz de cuxá, vatapá, torta de camarão e a caranguejada. Geralmente são expostos em barracas que, na maioria das vezes, são feitas de bambu ou palha, mas dependendo do arraial, é possível também encontrar de madeira, papel ou até mesmo materiais reciclados. Além dos pratos citados, nas festividades de São João, é comum saborear doces, cocadas, pamonhas e canjicas como opções de sobremesa.
Vale ressaltar que através da venda dessas especiarias gastronômicas, a economia local dessa época do ano tende a melhorar nos estados que aderem a essa celebração, como é o caso do estado da Bahia. Estima-se que no ano de 2022 os festejos juninos movimentaram cerca de 1,5 bilhão de reais nas cidades locais.
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Danças folclóricas do Maranhão
O estado do Maranhão é rico quando falamos em variedade de danças folclóricas. Esse fato influencia principalmente na parte turística, visto que por realizar uma das maiores celebrações do nordeste, atrai visitantes de vários lugares. Quando falamos sobre essas danças, não podemos deixar de mencionar o Bumba - meu - boi, que além de ser reconhecido como Patrimônio Imaterial da Humanidade, pela UNESCO e Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN, também é uma importante manifestação cultural devido unificar aspectos que envolvem religiosidade, musicalidade, teatro etc. Dito isso, nota-se que há muitas outras danças que também possuem as suas particularidades e relevância no processo histórico-social, como é o caso do Cacuriá, Quadrilha e o tambor de Crioula.
Importância Cultural e Religiosa da Festa de São João
Sabe-se que cada lugar contém elementos que contribuem para a formação de sua própria identidade cultural. Geralmente, são resultados de uma mistura que possui a influência de diferentes povos. Por esse motivo, cada uma dessas manifestações evidenciadas anteriormente possui a sua singularidade e importância.
As festividades recorrentes ao período junino é um grande exemplo dessa pluralidade existente nos estados brasileiros, pois essa celebra não ocorre somente no Maranhão, mas também em outras partes do Brasil, como em Paraíba, Pernambuco e Sergipe.
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Se você já assistiu ‘Matrix’, você com certeza já ouviu ‘Rage Against the Machine’ pelo menos uma vez. A banda californiana, criada em 1991, teve uma de suas músicas aparecendo ao fim do primeiro filme da trilogia, mas já era um sucesso desde seu surgimento. Composta por Zack de la Rocha como vocalista, o genial Tom Morello como guitarrista, Tim Commerford no baixo e Brad Wilk na bateria, a RATM conquistou seu lugar como uma das maiores bandas da história do rock, ainda que consideremos que seu período de atuação foi bastante curto.
É muito improvável que uma banda consiga alcançar tanto já no seu disco de estreia, mas foi justamente o que aconteceu com a RATM. Seu primeiro disco homônimo lançado em 1992 vendeu mais de 1 milhão de cópias, e integrou o Top 200 da Billboard por 89 semanas. O grupo trouxe de cara um manifesto, perceptível desde a capa do álbum até as músicas contidas nele, clássicos como ‘Killing in the name’ – que, em janeiro de 2025 alcançou o marco de 1 bilhão de streams no Spotify –, ‘Bombtrack’, ‘Bullet on the head’ e ‘Wake up’ (que posteriormente fez parte da trilha sonora de ‘Matrix’), que atacam temas como a violência do estado, a desigualdade social, o racismo, o moralismo e a hipocrisia.
Misturando ritmos como hip hop, hard rock, rap metal, funk e metal alternativo, o grupo consolidou uma musicalidade única, futuramente influenciando também o gênero nu metal, que surge em meados da década de 90.
Conhecida principalmente por sua vertente política de esquerda e extremamente ligada ao antiautoritarismo, a banda sempre deixou muito claro seus ideais através não só do seu próprio nome ou suas letras de música, mas também através de seus posicionamentos.
Dentre muitos acontecimentos, o Lollapalooza de 1993 se tornou um dos momentos mais emblemáticos, no qual, protestando contra a censura, os integrantes subiram no palco principal sem instrumentos, completamente nus, apenas com uma fita em suas bocas e as letras P (Tim), M (Zack), R (Brad) e C (Tom) pintadas no peito, sigla da ‘Parents Music Resource Center’, uma empresa que analisava músicas para “avaliar” conteúdo inapropriado para jovens da época. Após 15 minutos no palco em silêncio, a banda começou a ser vaiada pelo público, e algum tempo depois realizaram outro show gratuito para os fãs que ficaram decepcionados com a performance. Além disso, os membros da banda estavam sempre presentes em manifestações e protestos políticos que refletiam suas ideologias, longe de manterem a revolta e resistência limitada apenas às letras de suas músicas.
Outros álbuns da banda também contam com faixas ótimas, como ‘Bulls on parade’ e sua crítica ao governo estadunidense, ‘People of the sun’ e ‘Vietnow’ que integram o disco de 1996 bastante focado em questões de colonialismo, ‘Evil Empire’, e músicas como ‘Guerilla Radio’, ‘Sleep now in the fire’ e ‘Testify’, do álbum de 1999 ‘The Battle of Los Angeles’.
Infelizmente, em outubro de 2000 o vocalista Zack de la Rocha anunciou oficialmente que estava deixando a banda, em termos amigáveis, para seguir em carreira solo. Os demais integrantes se juntaram então a Chris Cornell, ex-vocalista do Soundgarden, para formar a banda Audioslave – a qual você, provavelmente, também já ouviu, seja através da famosa ‘Like a Stone’ ou de ‘Be Yourself’ –, que durou de 2001 até 2007.
Apesar de terem se reunido com a formação original para shows algumas outras vezes, como em 2011 e 2022, as chances de novas músicas são lamentavelmente baixas. Ainda assim, a RATM construiu um legado único que se manterá vivo para sempre na história do rock e da música.
O primeiro álbum
Também intitulado ‘Rage Against the Machine’, o álbum lançado em 1992 possui uma estética única e bastante característica do que era e o que viria a se tornar a banda. Já que comentamos bastante sobre as letras, vamos falar agora da capa, afinal, para combinar, nada mais justo do que uma imagem que também carrega história e protesto.
O pano de fundo por trás da foto escolhida era um conflito religioso no Vietnã que teve, sem nenhuma novidade, bastante intervenção do governo dos EUA. Em junho de 1963, o monge vietnamita Thích Quảng Đức realizou um ato extremo na esperança de pôr fim à perseguição de sua crença. Na posição de lótus, o monge ateou fogo à si próprio. As imagens desse protesto abalaram o mundo, e justamente uma delas estampa a capa do primeiro álbum da RATM. A foto, tirada pelo fotógrafo Malcolm Browne, foi também eleita a Melhor do Ano no prêmio ‘World Press Photo’.
O álbum também contém várias mensagens no encarte, dentre elas, uma nota da banda de que nenhum sample, teclado ou sintetizador havia sido utilizado na produção do disco, expressando o contentamento do grupo com a produção orgânica das músicas. Além disso, o álbum também recebeu o famoso selo ‘Parental Advisory’, o que só acabou contribuindo com sua popularização entre os jovens que queriam consumir músicas transgressoras.
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]]>Além do cantor ser uma figura notável no meio musical, The Weeknd volta aos holofotes com o último filme da trilogia que acompanha seus álbuns, a produção intitulada com o mesmo nome de seu mais recente lançamento, em janeiro deste ano, Hurry Up Tomorrow vêm para fechar esse universo, o fim da era After Hours está próxima e como data marcada. Vamos acompanhar!
Abel (nome do cantor) irá contracenar ao lado de grandes nomes como Jenna Ortega e Barry Keoghan. O roteiro foi trabalhado por Trey Edward Shults, que também assumiu a direção, Reza Fahim, além disso o cantor também fez questão de participar dessa etapa do longa, de criação de roteiro.
A inspiração do filme veio de uma situação real
Após um triste episódio em 2015, Abel perdeu a voz em um show, a situação foi tão séria, que o cantor não conseguiu se recompor e infelizmente teve que finalizar sua apresentação, para cuidar da saúde. Ele já mencionou como essa situação afetou não só o estado físico mas também mental, que o fez repensar sobre a carreira, sua identidade enquanto pessoa e figura pública, que às vezes se misturavam. A partir disso, a busca para se reencontrar é o foco de suas produções.
Um grande ponto a se lembrar é que em 2023, ele já havia dado uma entrevista para “W Magazine”, dizendo que estava trabalhando em sua última produção como The Weeknd, pois prosseguiria como seu nome verdadeiro, Abel Tesfaye, em futuros trabalhos.
“O álbum no qual estou trabalhando agora é provavelmente o último como The Weeknd. Isso é algo que eu tenho que fazer. Como The Weeknd, já disse tudo o que poderia ter falado”.
Ainda revelou: "Eu ainda quero fazer música. Talvez como Abel, talvez como The Weeknd. Mas ainda quero matar o The Weeknd. E vou, eventualmente", relatou.
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Narrativa do filme
A produção é categorizada como thriller psicológico, drama e com elementos musicais, um convite a ambiguidade de realidade e delírio.
Tesfaye é um músico que ao longo de sua jornada, é atormentado por uma insônia incessante todas as noites, seu destino se cruza com o de uma jovem, que é obcecada por seu trabalhado, na trama os dois se aventuram juntos. Porém, em algum momento, a relação dos dois faz Tesfaye chegar a um colapso mental.
Acompanhada de um visual mais sólido, a fotografia do filme trabalha a questão psíquica de modo mais sombria, pelo o que podemos enxergar nos trailers, há grandes promessas pela trilha sonora, já que envolvem músicas como: Timeless, São Paulo feat Anitta e Cry for me.
Pelos posters e imagens podemos perceber como é projetada essa angústia que ouvimos em algumas músicas dos três últimos álbuns, sempre trabalhada no jogo de sombras, entre o claro e escuro.
O fim de uma era
Como explicamos ao longo da matéria, Hurry Up Tomorrow vem como um ponto final, o início se dá por After Hours, seguido por Dawn FM. Após as várias demonstrações do próprio Abel, em diversas entrevistas podemos entender que o filme é uma maneira de explicar ou exibir o fim dessa era, que teve início em 2020.
Lançamento no Brasil
A partir do dia 15 de maio de 2025, o filme já estará nos cinemas brasileiros, pela produtora Paris Filmes.
]]>A exposição será organizada em cinco galerias, cada uma explorando um aspecto específico da carreira e vida de Paulo Gustavo.
Os visitantes da exposição poderão explorar uma variedade de itens, incluindo fotos inéditas da infância e vida adulta de Paulo Gustavo, figurinos icônicos de sua carreira, instalações interativas que homenageiam suas raízes no teatro e na comédia, e uma coleção de obras contemporâneas brasileiras de seu acervo pessoal.
Na Galeria 1, "Uma vida à luz", a história é contada por meio de fotos inéditas organizadas em uma linha do tempo que vai da infância à vida adulta. Episódios significativos se conectam a trajes e órios.
"O lúdico e o humor" (Galeria 2): o visitante se envolve com instalações interativas, peças e elementos simbólicos.
"A moda como expressão" (Galeria 3) apresenta projeções que alternam registros de arquivo com figurinos.
A Galeria 4 reúne obras contemporâneas do acervo particular de Paulo, incluindo nomes como Vik Muniz, Adriana Varejão, Os Gêmeos, Miguel Rio Branco, Nelson Leirner, Rodrigo Matheus, Marcus Galan, Roberto Magalhães, Cristina Canale e Cinthia Marcelle.
Já a Galeria 5, "Multishow apresenta 220 Volts de Humor", é feita em colaboração com a TV Globo e o canal Multishow, apresentando um inédito curta-metragem enfocando a carreira dele.
Na área externa do MAC, a escultura CDR-14, de Amilcar de Castro, com 2,5 metros de altura, será a primeira obra vista pelo público.
Carreira Artística
Paulo Gustavo foi um ator e humorista brasileiro que conquistou o coração do público com seu talento e criatividade. Nascido em 1978, começou sua carreira artística nos anos 2000 e rapidamente se destacou por seu humor inteligente e personagens icônicos.
Paulo Gustavo foi um artista multifacetado que trabalhou em diversas áreas, incluindo teatro, televisão e cinema. Ele foi conhecido por seus espetáculos de comédia, como "Minha Mãe é uma Peça", ''Minha vida em Marte'' e "Vai que cola", que se tornaram verdadeiros sucessos de bilheteria.
Pelo seu talento e amor à cidade fluminense, a Prefeitura de Niterói, através da Neltur – Niterói Empresa de Lazer e Turismo -, criou o Circuito Paulo Gustavo, que o eternizou na cidade, mostrando suas obras artísticas, num roteiro que o niteroiense ilustre, gostava de fazer e locais onde costumava frequentar.
Nascido em Niterói, o ator, humorista, roteirista, diretor e um dos maiores nomes da comédia brasileira, sempre destacou a cidade por meio de suas atuações, na televisão, no cinema e nos programas humorísticos.
Um dos seus principais filmes, “Minha Mãe É Uma Peça”, teve a maioria de suas cenas gravadas em locais de Niterói.
A exposição será do dia 13 de abril a 1° de junho de 2025 no MAC - Museu de Arte Comtemporânea.Em um cenário audiovisual saturado de opções, uma tendência peculiar vem ganhando força e remodelando o consumo de ficção seriada. Trata-se da crescente preferência por dramas de curta duração. Seja no formato dos populares doramas asiáticos, com seus episódios concisos e tramas envolventes, ou nas inovadoras séries verticais, otimizadas para o consumo em smartphones, o público parece cada vez mais atraído por narrativas ágeis e diretas ao ponto. Mas o que explica essa mudança de hábito?
A principal vantagem desses formatos curtos é a economia de tempo. Enquanto séries tradicionais podem se estender por temporadas com dezenas de episódios, doramas coreanos, por exemplo, geralmente são concluídos em 16 capítulos de cerca de uma hora, com começo, meio e fim bem definidos. Essa compactação narrativa permite ao espectador vivenciar arcos dramáticos completos, mais sucintos e objetivos, sem se importar tanto com enredos secundários.
Séries verticais e redes sociais
A ascensão das plataformas de streaming e das redes sociais também desempenha um papel fundamental nessa mudança de paradigma. A facilidade de o a conteúdo diversificado e a cultura de rolagem infinita nas redes sociais moldaram um público acostumado a consumir informações de forma rápida e fragmentada.
Segundo relatório do Data Insights Market, o mercado global de dramas curtos verticais está em franca expansão. Estimado em US$ 5 bilhões em 2025, projeta-se alcançar aproximadamente US$ 15 bilhões até 2033, com uma Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR) de 15% nesse período.
Essa expansão é alimentada pela crescente preferência por conteúdo facilmente consumível entre os grupos demográficos de jovens adultos, entre 18 a 35 anos, que possuem um alto nível de consumo de mídia digital. Além disso, o público feminino, com sua preferência por gêneros de romance e vida urbana, é a maior parte do público de dramas curtos.
Da China à ascensão Global
A China é atualmente o maior mercado consumidor e produtor de dramas curtos e verticais, impulsionada pela alta penetração de smartphones e internet móvel, além da demanda por conteúdo ível e envolvente. Segundo a plataforma de dados Statista, são mais de 576 milhões de pessoas assistem a microdramas, com uma taxa de penetração de 66,1% entre os usuários da internet. Estima-se que a China continue a dominar o mercado até 2033.
As séries verticais também conquistaram outro importante mercado, os Estados Unidos. O país é atualmente o maior consumidor de aplicativos de dramas curtos estrangeiros, representando 60-70% da receita total desses aplicativos fora da China. De acordo com o artigo do site Pulse, nos Estados Unidos, o aplicativo ReelShort superou 30 milhões de s no primeiro trimestre de 2024.
Nova tendência do audiovisual brasileiro?
O sucesso dos dramas curtos já está sendo notado no Brasil. No final de abril deste ano, foi divulgada pelo site Notícias da TV que a TV Globo pretende investir em um novo horário de novelas, no qual devem ser transmitidas novelas com formato mais curto, com até 60 capítulos de meia hora de duração cada, essas produções seriam inspiradas em doramas. Esse movimento da emissora carioca não é um fato isolado.
No dia 17 de maio, estreou no aplicativo ReelShort a primeira série vertical totalmente brasileira, “A Vida Secreta do meu Marido Bilionário”. A trama acompanha o casamento por conveniência entre o bastardo bilionário Sebastião Torres, interpretado por Victor Sparapane, e a jovem Nathália Queiroz, vivida por Jessika Alves, que busca recursos financeiros para o tratamento de saúde de sua mãe. Esse lançamento não apenas marca a estreia de uma produção nacional nesse formato, mas também evidencia o crescente interesse de empresas estrangeiras no potencial do mercado audiovisual brasileiro. Os números corroboram com essa crescente adesão do público brasileiro aos dramas curtos e verticais.
De acordo com dados da Sensor Tower, plataforma especializada em insights de aplicativos móveis, os aplicativos de dramas verticais alcançaram uma expressiva marca no Brasil. Durante o terceiro trimestre de 2024, eles representaram 50% dos aplicativos mais utilizados pelo público, superando até mesmo a popularidade dos aplicativos de jogos.
O Futuro é dos Conteúdos Rápidos?
Para a indústria, essa mudança de preferência representa um desafio e uma oportunidade. Produtoras e plataformas precisam adaptar suas estratégias, investindo em formatos que atendam a essa demanda por concisão e dinamismo. A produção de dramas curtos pode ser mais ágil e, potencialmente, mais econômica, permitindo um volume maior de lançamentos. No entanto, exige uma escrita e direção precisas para garantir que a história seja eficaz mesmo em um tempo reduzido.
Em suma, a atração do público por dramas curtos não é uma moda ageira, mas sim um reflexo das mudanças no estilo de vida, no comportamento de consumo e na própria paisagem midiática. A conveniência, a variedade, o ritmo acelerado e a adaptação aos novos dispositivos e plataformas estão impulsionando a ascensão de novos formatos no audiovisual. A tendência aponta para um futuro onde a flexibilidade e a eficiência narrativa serão cada vez mais valorizadas pelos espectadores em busca de entretenimento de qualidade que se encaixe em suas vidas.
Contudo, é importante ressaltar que a preferência por dramas curtos não significa o fim imediato das produções de longa duração. Ambos os formatos coexistem e atendem a diferentes necessidades e momentos do público. Enquanto as séries tradicionais oferecem a oportunidade de um mergulho profundo em universos complexos e personagens multifacetados, os dramas curtos proporcionam uma dose concentrada de entretenimento, ideal para quem busca agilidade e praticidade.
E você, prefere maratonar uma série longa ou se render aos dramas curtos?
Documentário é um gênero audiovisual que busca representar a realidade de uma maneira criativa, promovendo reflexões e evidenciando problemas cotidianos. É uma construção narrativa que traz fatos, personagens e acontecimentos, transformando-os em um produto cinematográfico. Essa produção pode ser feita de diferentes formas, com entrevistas, cenas cotidianas, imagens de arquivos, imagens montadas, sempre com o objetivo de informar, provocar e sensibilizar quem assiste. O documentário não é imparcial, é uma construção que envolve escolhas estéticas e narrativas, dando voz a pessoas e histórias que foram esquecidas e silenciadas pela mídia tradicional.
O Brasil é um país que apresenta uma tradição forte no audiovisual, principalmente em documentários, marcada por um olhar crítico e sensível diante de questões culturais, políticas e sociais, tornando-se uma ferramenta forte de denúncia e memória. Produtores têm buscado formatos inovadores, como animações, linguagem experimental, formato seriado, o que ajuda o gênero a se popularizar. Documentários não revelam apenas acontecimentos, mas ajudam a potencializar a escuta e a observação, contribuindo para a resistência e transformação social.
A seguir, preparamos uma lista com 20 documentários brasileiros.
Cabra Marcado Para Morrer (1984): dirigido por Eduardo Coutinho, retrata a trajetória de João Pedro Teixeira, líder camponês assassinado em 1962 na Paraíba. Inicialmente planejado como um filme de ficção com a participação de camponeses reais, o projeto foi interrompido pelo golpe militar de 1964. Anos depois, Coutinho retoma as gravações, agora em formato documental, investigando as transformações políticas e sociais ocorridas no período e acompanhando a vida dos envolvidos após a repressão. Disponível no CurtaOn.
Edifício Master (2002): documentário dirigido por Eduardo Coutinho que mergulha na vida dos moradores de um prédio residencial em Copacabana (Rio de Janeiro). Através de entrevistas íntimas e sensíveis, o filme revela histórias pessoais, sonhos, frustrações e o cotidiano de pessoas comuns, transformando o edifício em um retrato multifacetado da sociedade urbana brasileira. Assista no Globoplay.
Doméstica (2013): com direção de Gabriel Mascaro, oferece um olhar sensível e provocativo sobre a relação entre empregadas domésticas e as famílias para as quais trabalham. A partir de registros feitos por adolescentes, o filme expõe dinâmicas de poder, afeto e desigualdade presentes no cotidiano brasileiro, revelando camadas profundas dessa convivência muitas vezes invisibilizada. Disponível na Apple TV+.
Jogo de Cena (2007): dirigido por Eduardo Coutinho, é um documentário que parte de depoimentos de mulheres comuns sobre suas vidas, gravados em estúdio, e depois convida atrizes renomadas para interpretarem esses mesmos relatos. A proposta levanta questões sobre verdade, representação e o poder da narrativa, desafiando o espectador a refletir sobre o que é real e o que é performance no cinema e na vida. Assista na Netflix ou na Globoplay.
O Dia que Durou 21 Anos (2013): com direção de Camilo Tavares, revela a influência direta do governo dos Estados Unidos no golpe militar de 1964 no Brasil. Com base em documentos oficiais e gravações sigilosas liberadas pelo governo norte-americano, o filme expõe como a CIA e a Casa Branca atuaram para derrubar o presidente João Goulart e apoiar a ditadura que durou mais de duas décadas. Disponível na Apple TV+.
Ilha das Flores (1989): curta-metragem documental dirigido por Jorge Furtado que expõe as contradições do sistema capitalista e as desigualdades sociais no Brasil. A partir do percurso de um simples tomate, o filme constrói uma crítica sobre consumo, lixo e dignidade humana, chegando até a Ilha das Flores, local onde pessoas em extrema pobreza disputam restos de comida com porcos. Assista na Globoplay ou no Telecine.
Ônibus 174 (2002): dirigido por José Padilha, é um documentário que reconstrói o sequestro de um ônibus no Rio de Janeiro em 2000, transmitido ao vivo pela televisão brasileira. A partir de imagens reais e entrevistas, o filme mergulha na trajetória de Sandro do Nascimento – o sequestrador –, revelando como sua vida foi marcada por abandono, violência e exclusão social. Mais do que narrar um crime, o documentário levanta reflexões profundas sobre desigualdade, segurança pública e falhas estruturais no sistema penal e social do Brasil. Disponível na GloboPlay e no Telecine.
Elena (2013): com direção de Petra Costa, é um documentário íntimo e poético que acompanha a busca da diretora por sua irmã mais velha, Elena, que foi para Nova York com o sonho de ser atriz e acabou morrendo tragicamente. Misturando imagens caseiras, cartas, memórias e cenas oníricas, o filme mostra o ado e o presente em uma narrativa sensível sobre luto, memória e identidade. Ao revisitar a história da irmã, Petra também confronta sua própria dor, criando uma obra profundamente emocional e sensorial. Assista na Netflix.
Lixo Extraordinário (2011): dirigido por Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley, acompanha o artista plástico Vik Muniz em um projeto com catadores de material reciclável no aterro sanitário de Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro – um dos maiores do mundo. Ao transformar resíduos em arte, Muniz retrata os trabalhadores locais e revela suas histórias de vida, dignidade e resistência. Não está disponível em nenhum streaming, mas pode ser encontrado no YouTube.
Jango (1984): com a direção de Silvio Tendler, reconstrói a trajetória política de João Goulart, presidente do Brasil deposto pelo golpe militar de 1964. Através de imagens de arquivo, entrevistas e narração, o filme resgata os momentos decisivos do governo Jango, suas propostas de reformas de base e a crescente tensão política que culminou na sua queda. Assista na Box Brasil Play.
Serra Pelada, A Lenda da Montanha de Ouro (2013): dirigido por Victor Lopes, retrata um dos maiores garimpos a céu aberto do mundo, localizado no Pará, nos anos 1980. O documentário reúne imagens históricas, depoimentos de ex-garimpeiros e registros impressionantes da corrida pelo ouro, revelando o caos, os conflitos, os sonhos e as tragédias vividas por milhares de homens em busca de riqueza. Disponível na Apple TV+.
Estamira (2006): com direção de Marcos Prado, acompanha a vida de Estamira, uma mulher de 63 anos que vive e trabalha em um aterro sanitário no Rio de Janeiro. O filme revela a complexidade de sua vida através de conversas e reflexões profundas sobre sua condição de vida, saúde mental e a sociedade. Estamira compartilha suas percepções sobre o mundo, misturando filosofias pessoais com críticas à realidade em que está inserida. Assista na Globoplay ou no Telecine.
O Mercado de Notícias (2014): documentário dirigido por Jorge Furtado que explora a crise e as transformações no jornalismo brasileiro, abordando o impacto das novas tecnologias, mudanças econômicas e o papel dos grandes meios de comunicação na sociedade. Através de entrevistas com jornalistas, empresários e especialistas, o filme examina como a convergência digital e a busca por novos modelos de negócios afetam a produção e o consumo de notícias. Disponível no CurtaOn.
Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos (1999): dirigido por Marcelo Masagão, retrata a vida de ex-presidiários, abordando suas experiências e a relação com o sistema carcerário brasileiro. O filme é uma reflexão profunda sobre o ciclo da violência e da criminalidade, oferecendo um olhar íntimo sobre a trajetória de pessoas que estiveram presas e agora enfrentam as dificuldades de reintegração à sociedade. A obra também coloca em evidência questões sobre a violência estrutural e os desafios da recuperação social, enquanto explora a experiência de estar “fora” da prisão, mas ainda preso a um estigma. Não está disponível em nenhum streaming, mas pode ser encontrado no YouTube.
Pro Dia Nascer Feliz (2007): é um documentário dirigido por João Jardim que acompanha a vida de adolescentes em diferentes escolas públicas do Brasil, capturando o cotidiano de jovens que enfrentam desafios relacionados à educação, violência e desigualdade social. O filme oferece uma visão sensível e crua das realidades dessas escolas, mostrando como os jovens lidam com seus sonhos, inseguranças e a pressão para se adaptar ao sistema educacional. A obra foca nas experiências de estudantes em contextos diferentes, mas todos marcados pela mesma luta por oportunidades e pela busca de um futuro melhor. Não está disponível em nenhum streaming, mas pode ser encontrado no YouTube.
Raul - O Início, o Fim e o Meio (2012): com direção de Walter Carvalho, retrata a vida e carreira do cantor e compositor Raul Seixas. A obra é uma homenagem ao artista, mergulhando em sua trajetória desde os primeiros os na música até seu legado como um dos maiores nomes do rock brasileiro. O filme mistura imagens de arquivo, entrevistas e depoimentos de pessoas próximas a Raul Seixas para explorar não apenas sua carreira musical, mas também sua personalidade, crenças e a maneira única de se relacionar com a vida e com o público. Assista na Apple TV+.
Cássia Eller (2015): documentário dirigido por Paulo Henrique Fontenelle que retrata a vida e a carreira da cantora Cássia Eller, uma das artistas mais irreverentes e talentosas da música brasileira. Através de depoimentos, imagens de arquivo e entrevistas com pessoas próximas, o filme revela as diferentes facetas de sua personalidade e trajetória, abordando sua ascensão ao estrelato, sua voz marcante e seu legado no cenário musical. O documentário também explora os desafios que Cássia enfrentou, tanto na vida pessoal quanto na profissional, incluindo seu relacionamento com a fama, sua identidade e a luta pela aceitação em uma sociedade conservadora. Não está disponível em nenhum streaming, mas pode ser encontrado no youtube.
Meninas (2006): dirigido por Mariana Caltabiano, acompanha a vida de três adolescentes de diferentes partes do Brasil, oferecendo uma visão íntima e sensível sobre o universo feminino na adolescência. O filme segue as protagonistas enquanto elas enfrentam os dilemas e desafios próprios dessa fase da vida, como a busca por identidade, os conflitos familiares, as primeiras experiências afetivas e a pressão social para atender às expectativas de gênero. Também aborda temas como o lugar da mulher na sociedade e as dificuldades que as jovens enfrentam para conquistar seu espaço e voz. Disponível no canal Looke.
Holocausto Brasileiro (2016): é um documentário dirigido por Daniela Thomas e Maurício Lima que revela a história do Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais, um dos maiores manicômios do Brasil. O filme expõe as condições desumanas a que foram submetidos os pacientes internados durante décadas, muitos dos quais foram diagnosticados com doenças mentais, mas que, na realidade, muitas vezes foram vítimas do estigma social ou de outros fatores, como pobreza e marginalização. O documentário investiga o que ficou oculto por anos, com um olhar crítico sobre o sistema de saúde mental no país e a crueldade com que esses pacientes foram tratados. Assista na Netflix.
MC Daleste - Mataram o Pobre Loco (2024): é uma série documental que investiga o assassinato do MC Daleste, um dos maiores nomes do funk paulista, morto em 2013 durante um show em Campinas, São Paulo. Com quatro episódios, o documentário explora sua ascensão na música e os mistérios que cercam sua morte, que permanece sem solução apesar de mais de 900 páginas de investigação. A série reúne depoimentos de familiares, amigos, celebridades e policiais, tentando desvendar os detalhes do crime e suas possíveis motivações. Disponível na Globoplay.
O documentário é, antes de tudo, uma forma de escuta – uma escuta atenta, sensível e provocadora. Mais do que registrar acontecimentos, ele ilumina o que foi esquecido, dá espaço ao que foi silenciado e nos convida a enxergar o mundo com outros olhos. No Brasil, essa linguagem encontra força justamente na mistura entre crítica, afeto e invenção. Aqui, o documentário resiste, se reinventa e segue como ferramenta potente de memória, denúncia e transformação.
A primeira segunda-feira de maio faz com que todas as pessoas do mundo voltem seus olhos para uma escadaria. Com direito a tapete “vermelho”, uma multidão de fotógrafos e estrelas de Hollywood, essa data marca o evento que ficou conhecido como o Oscar da moda. O MET Gala, que acontece todo ano no Metropolitan Museum of Art, procura angariar fundos para o Costume Institute, área do museu que tem um dos maiores acervos de moda do mundo.
Longe de ser um evento como o Oscar, O Globo de Ouro e o Super Bowl, no baile, o foco são as roupas. Sendo muitas vezes mais valorizado que as semanas de moda, pois uma aparição no Met pode alavancar nomes tanto de estilistas como de celebridades. Da mesma forma o evento se tornou um marco cultural e representativo, não só para a história da moda, mas também para resgatar movimentos sociais que impactaram a história, como a moda punk, ou o camp, bem como estéticas culturais riquíssimas como o tema deste ano, Superfine: Tailoring black style, que buscava homenagear a cultura preta e de resistência das comunidades americanas.
Como começou?
Na década de 20, a produtora de teatro Irene Lewinsohn e a designer de palco, Aline Bernstein, decidiram começar uma coleção de figurinos de teatro que serviria como uma forma de auxílio para os profissionais da área. Com o ar dos anos, esse acervo foi aumentando, e no ano de 1946 a coleção já contava com mais de 8000 itens, e no mesmo ano ela ou a integrar o Metropolitan Museum of Art de Nova York.
Com a chegada dessa coleção, foi criado o Costume Institute, um espaço de acervo do museu voltado exclusivamente para a área de moda e de preservar peças de roupa que impactaram na história da moda. Segundo o próprio instituto, eles contam atualmente com mais de 33 mil peças de roupa e órios, que remontam há sete séculos de trajes e órios femininos, masculinos e até infantis, desde o século quinze até os dias atuais.
Dois anos depois, em 1948, a relações-públicas Eleanor Lambert, responsável pela criação da NYFW, da lista internacional de mais bem-vestidos e do CFDA. Foi responsável também por idealizar o primeiro baile do MET, chamado na época de Costume Institute Benefit, com o intuito de arrecadar fundos para essa nova área do museu e ajudar a sustentar as operações do departamento, já que o museu não conseguia mantê-lo sozinho.
Ao contrário do que ocorre atualmente, a festa ocorria em dezembro à meia-noite e não ocorria no museu, sendo um baile itinerante já realizado desde o Central Park ao Rainbow Room. Lambert usou sua extensa lista de convidados, que incluía a nata da sociedade de Manhattan, e os convites para a festa custam menos de 50 dólares. Hoje, um convite individual para o baile pode chegar a custar 50 mil dólares, já a reserva de mesas, geralmente feita pelas grandes marcas, pode chegar a 300 mil dólares.
A festa como conhecemos hoje começou a ser realizada somente em 1973, com a chegada da lendária editora de moda Diana Vreeland, que tinha recém-saído do cargo de editora chefe da Vogue US. Responsável por grandes mudanças na estrutura do baile, foi ela que levou o baile para dentro do Metropolitan Museum e começou a servir de chamariz para a exposição temporária que tinha a curadoria dela mesma, como mais uma forma de arrecadação. Ela foi a responsável pelos famosos temas do baile do Met que conversam com o tema das exposições, além de adicionar na lista de convidados artistas, políticos e celebridades, tudo para popularizar o evento.
Vreeland também foi responsável por instaurar a tradição dos co-hosts, sendo que uma das primeiras a receber essa função foi Jackie Kennedy, papel que já foi desempenhado por grandes nomes. Com Diana, a organização era coisa séria, o tema era levado à risca, desde a decoração temática até o perfume do local era alterado.
Com a morte de Diana, o baile ou a ser organizado pela socialite Pat Buckley e ou por alguns anos bem parados. Até a chegada da sucessora de Diana, outra icônica editora chefe da Vogue US, Anna Wintour. Em 1995, ela assumiu a produção do evento e foi responsável pela mudança da data da festa. O primeiro baile a ocorrer na nova data foi a edição de 2001. Desde que chegou à posição, Wintour já angariou mais de 50 milhões de dólares para o museu. Seu grande trunfo foi unir o glamour da Vogue com a tradição da festa.
Os temas marcantes
Os temas do evento estão ligados ao tema da exposição atual do Costume institute. O atual curador das exposições é Andrew Bolton, que assumiu o cargo em 2002 e desde então quebrou recordes de público com exposições bem elaboradas que abordam os mais diversos temas. Desde estilistas renomados a culturas de outros países. De acordo com Bolton, sua principal proposta é variar os assuntos e experimentar um olhar novo sobre alguns temas que aproximem o grande público da moda.
Os temas do baile são o ponto-chave para quem espera para acompanhar os famosos que sobem a escadaria do Metropolitan. A lista de temas varia desde mono temas que celebram designers como Dior e Alexander McQueen, até conceitos do mundo da moda como o Camp, o movimento cultural Punk, o Surrealismo, até a arte religiosa já foram tema do evento. Sempre que é anunciado o tema do próximo baile, é comum que os apaixonados pelo evento procurem compreender do que se trata o tema da exposição e o dress code da noite para observar dentre os convidados quem estava ou não no tema.
Um baile como esse já tem seu espaço garantido entre os fãs de moda, por isso o apelido de Oscar da moda. Entretanto, alguns dos temas foram muito marcantes e entraram para a história da moda:
Heavenly Bodies: Fashion and the Catholic Imagination (2018)
Um dos bailes mais comentados da última década, teve um verdadeiro desfile de momentos marcantes. O tema utilizava imagens religiosas, principalmente o Catolicismo, para explorar sua estética do ponto de vista da moda. Dentre os looks mais marcantes estão Rihanna usando um vestido John Galliano que fazia referência ao Papa, Zendaya, com um vestido-armadura da Versace que remetia à Joana d’Arc; e Ariana Grande, com um vestido que remete ao afresco do juízo final pintado na Capela Sistina. Para a decoração do salão de baile, foi utilizada uma grande coroa que lembra a utilizada pelos Papas, no meio do salão.
China: Through the Looking Glass (2015)
Quando se fala desse tema, os fãs de moda provavelmente vão se lembrar de Rihanna usando uma criação amarelo-gema assinada por Guo Pei, um estilista chinês pouco conhecido no ocidente. O baile também foi tema para o documentário “The First Monday in May”, dirigido por Andrew Rossi, que mostra o trabalho de Andrew Bolton em realizar a curadoria da exposição e organizar o baile. Contando com a aparição de grandes figuras do nome da moda, o documentário ressalta a importância do MET como uma forma de resgatar elementos culturais e temas que merecem ser observados através do olhar da moda.
Camp: Notes on Fashion (2019)
O MET de 2019 propôs para os convidados que representaram o Camp da melhor forma, e acabou se tornando um dos tapetes mais comentados do evento, sendo lembrado nas redes sociais até hoje. O tema foi inspirado no ensaio Notes on Camp, da escritora Susan Sontag, de 1964. E tinha como proposta discutir como a origem da estética Camp e como ela evoluiu de um lugar de marginalidade para ser uma grande influência cultural. Um dos looks mais marcantes foi a interpretação literal feita por Lady Gaga, que trocou de roupa quatro vezes durante o tapete, usando peças assinadas pelo estilista Brandon Maxwell.
Looks iconicos
Nem todos os temas do MET ficaram marcados na história, mas alguns looks conquistaram seu espaço por serem muito marcantes, e polêmicos às vezes.
Cher (1974)
Uma das grandes divas da música, era uma presença comum nos bailes do MET. Como sempre esteve muito ligada ao cenário da moda, era de se esperar que tivesse um look icônico em suas aparições na festa. O tema do ano era Romantic and glamorous Hollywood design, o nude Dress adornado por cristais e plumas, assinado por Bob Mackie, entrou para a lista dos mais icônicos do baile.
Princessa Diana (1995)
A princesa de Gales fez uma única aparição no baile do MET. Recém divorciada do então príncipe Charles, Diana compareceu usando uma peça que inspiraria outras até hoje, em um slip dress criado por John Galliano para a Christian Dior. A primeira missão do designer, que havia acabado de deixar a Givenchy para assumir a direção criativa da Dior, cujo fundador era o tema da noite.
Além de ser o centro das atenções e dos fotógrafos da noite, Diana ainda modificou a peça sem avisar ao estilista, deixando de usar o corpete que compunha o vestido, e subiu a escadaria para entrar para a história do MET
Alexander McQueen e Sarah Jessica Parker (2006)
Com o tema do ano sendo “Anglomania”, Sarah Jessica Parker foi uma das co-anfitriãs da noite ao lado de Alexander McQueen e chegou ao MET com o estilista, se tornando um dos looks mais icônicos do Met.
Met Gala de 2025 e a cultura preta
O tema da exposição desse ano foi “Superfine: Tailoring Black Style”. Teve como base o livro “Slaves to Fashion: Black Dandyism and the Styling of Black Diasporic Identity” de Monica L. Miller, que foi curadora convidada da exposição. O livro discute o cotexto histórico e cultural do Dandismo Negro, sendo conceituado como algo “inicialmente imposto aos homens negros do século XVIII, quando o comércio de escravos no Atlântico e uma cultura emergente de consumismo criaram uma tendência de servos elegantemente vestidos”.
Segundo Miller, “o dândi negro atravessa fronteiras de raça, classe e gênero, permitindo que as roupas criem uma brecha da liberdade através da ambiguidade.” Ou seja, o dandismo negro servia como uma ferramenta para reimaginar a si em um contexto diferente do que a população negra e marginalizada vivia na década de 20. O objetivo da exposição é mostrar como essa estética saiu de escravizados e estilizados como itens de luxo, adquiridos como qualquer outro símbolo de riqueza e condição, para uma forma de expressar individualidade e autonomia, se tornando uma criadora de tendências globais.
Andrew Bolton disse que, ao perceber a precariedade de artigos e peças de criadores negros no acervo, resolveu adquirir mais alguns e produzir essa exposição. Sendo somente o segundo tema voltado para a moda masculina, mais de duas décadas depois do primeiro tema. Bolton disse ainda “que os homens negros e os designers negros estão na vanguarda deste novo renascimento da moda masculina.”
Se relacionando diretamente com o tema, o Dress code da noite foi “Tailored For You”. Ou seja, tivemos muitas peças inspiradas em alfaiataria, ternos principalmente, porém houve quem buscasse ainda mais inspiração no tema da exposição e realizou uma homenagem à cultura negra. Um dos co-anfitriões da noite, o cantor e desiniger da Louis Vitton Pharrell Williams, disse o que esperava da noite: “Quero que pareça uma noite de poder mais épica, um reflexo de resiliência negra em um mundo que continua a ser colonizado”. Ele e seus outros anfitriões, o rapper A$AP Rocky, o piloto de F1 Lewis Hamilton e o ator Colman Domingo, conseguiram o que esperavam, a noite foi épica e com looks que deixaram as redes sociais impactadas.
Um dos mais comentados da noite coincidentemente foi um dos primeiros a chegar, a atriz e cantora Teyana Taylor chegou cedo ao tapete, que esse ano era azul, com um custom Ruth Carter e sapatos Marc Jacobs. Com um look vermelho com elementos como o durag que compunha uma capa e uma bengala, ela homenageou a evolução da moda negra e entrou para a lista de looks icônicos do baile do Met.
Sempre tem alguém que surpreende o mundo de uma forma que ninguém esperava, ou seja, um look perfeitamente no tema que não foi usado por uma celebridade. Nessa edição, esse posto foi para o influenciador Khaby Lame, famoso apenas por um levantar de ombros nas redes sociais. Lame chegou ao baile com um terno BOSS que homenageava diretamente os dândis negros, além dos relógios que serviram para representar a agem do tempo.
O MET Gala já é um evento marcado na agenda de qualquer fã de moda e das pessoas em geral. Sendo assim, a missão de suas fundadoras e das organizadoras foi, sim, lembrada e cumprida, além de o baile ter ultraado sua função original de arrecadar fundos e ter se tornado uma porta para expressar sua cultura, individualidade e força, reforçando o papel da moda através das eras.
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