Em mais um ano acontecerá o Círio de Nazaré, celebrado no segundo domingo de outubro. A celebração católica acontece desde 1700, com o achado da imagem de Nossa Senhora de Nazaré, pelo caboclo Plácido, às margens do riacho localizado onde hoje é a Basílica Suntuária de Nossa Senhora de Nazaré.
Com o ar do tempo, a devoção à virgem de Nazaré aumentou e, em 1793, foi organizada a primeira procissão em homenagem à imagem. Desde então, o Círio acontece anualmente, sempre aumentando o número de fiéis.
Em anos pré-pandemia foram contabilizados 2 milhões de pessoas, no entanto, por conta da pandemia, a procissão foi suspensa por dois anos: 2020 e 2021. Voltou a ser realizada em 2022 e contou 2,5 milhões de fiéis nas ruas de Belém, segundo a Secretária de Segurança Pública do Pará.
No ano seguinte não foi diferente e, para esse ano, a expectativa é que os fiéis em novamente dos 2 milhões, com cerca de 89 mil turistas, o que deve render à cidade 34,5 milhões de dólares, cerca de 189 milhões de reais, de acordo com a cotação atual.
Antes da procissão principal, existem várias romarias, que são celebrações que abrem a quadra nazarena. Entre elas há o translado, que é o primeiro percurso feito pela imagem peregrina. Ela segue em cima de um automóvel, que parte da Basílica de Nazaré até a Igreja de Nossa Senhora das Graças, que fica em Ananindeua, município vizinho à Belém, onde a imagem a a noite.
Após a vigília noturna em Ananindeua, a imagem da santa segue para a Vila de Icoaraci, distrito de Belém, e é acompanhada por ambulâncias e carros de autoridades oficiais, como polícia, bombeiros, etc.
No Círio fluvial, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré segue de barco pela Baía do Guajará, de Icoaraci até o cais do porto da cidade de Belém, e é acompanhada por canoas, Jet Skis, barcos e iates enfeitados para homenagear a santa.
Depois há a moto-romaria, que ocorre logo depois do Círio fluvial. Nela, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré parte da Estação das Docas, rumo ao Colégio Gentil Bittencourt, acompanhada por um grande número de motos, muitas delas enfeitadas, que ao som da buzina anunciam a agem da santa.
E a trasladação, que é uma procissão que acontece uma noite antes do Círio propriamente dito. Durante o seu percurso, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré é conduzida em uma berlinda atrelada a uma corda de cerca de 400 metros.
Na trasladação, a santa segue do Colégio Gentil Bittencourt para a Catedral da Sé, em uma berlinda carregada por pessoas, ou seja, sem auxílio de nenhum automóvel. O percurso da trasladação ocorre no sentido oposto ao do percurso da Procissão do Círio e é uma boa opção pra quem não pode ir à procissão, tanto pelo horário, quanto pelo número de pessoas, que é menor, mas que também conta com muitos fiéis.
Recírio é uma procissão de despedida que ocorre duas semanas depois do Círio. A romaria inicia com a celebração de uma missa, que termina com o arcebispo de Belém retirando a imagem original da santa de dentro da berlinda e a erguendo para abençoar os devotos.
A santa é então colocada em uma redoma de cristal no altar principal da Basílica, e permanece no local até o Círio do ano seguinte.
Uma imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré segue em romaria rumo ao Colégio Gentil Bittencourt, ficando lá até o Círio do ano a seguir.
Há vário símbolos que fazem parte do Círio, entre eles, a Berlinda, que é uma espécie de pequeno santuário onde é transportada a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.
É um símbolo que ou a fazer parte do Círio em 1882 e costuma ser decorada com belíssimos arranjos de flores naturais.
Também temos o Manto. A cada ano, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré é envolta por um novo manto, um dos símbolos mais importantes da romaria.
O manto que adorna a santa já foi confeccionado por diferentes pessoas. Dentre elas, está uma irmã da Congregação das Filhas de Sant’Ana, uma ex-aluna do Colégio Gentil Bittencourt (local que abriga a imagem peregrina) e também famosos estilistas.A confecção é toda feita com base em doações e costuma ser inspirada em trechos do Evangelho.
E a Corda, que foi utilizada pela primeira vez em 1885, para puxar a berlinda que havia ficado atolada após uma enchente ocorrida no momento da procissão. Desde então, ou a integrar a procissão.
