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Correspondências: A vida e obra de Clarice Lispector

Juliana Oliveira - Revisado por Maria Victória
13/12/2024 21h42 - Atualizado em 02/12/2024 às 16h14
5 Min
Correspondências: A vida e obra de Clarice Lispector
A Escritora Clarice Lispector faria 104 anos, no dia 10 de dezembro. (Foto: Reprodução/ Folha de Pernambuco).
“Não escrevo para agradar ninguém”, repetiu Clarice Lispector inúmeras vezes. Graças ao seu estilo que transita entre a prosa e a poesia, ela é conhecida por ser uma das principais representantes da literatura intimista brasileira, ao lado de Guimarães Rosa.
 
Chaya Pinkhasovna Lispector foi o nome que recebeu ao nascer, em 10 de dezembro de 1920, na localidade ucraniana de Chetchelnik. De origem judaica, foi a terceira filha dos judeus Mania e Pinkhas Lispector. Quando a filha nasceu, estavam saindo do país em busca de um lugar melhor para viver. Assim, eles e suas três filhas chegaram ao Brasil em 1922, em Maceió. Escritora, jornalista e filósofa brasileira, Clarice é considerada uma das maiores escritoras da língua portuguesa.



No Brasil, Clarice ficou amiga do escritor Érico Veríssimo e estudou Direito na Universidade Federal de Pernambuco. 
Paralelamente aos estudos, escrevia e trabalhava como redatora na Agência Nacional, iniciando assim sua carreira de jornalista em 1940. No mesmo ano, se apaixonou pelo escritor Lúcio Cardoso. Ele, porém, era homossexual e, assim, se tornaram grandes amigos e correspondentes assíduos.
 
Logo depois, trabalhou no Correio da Manhã e no Diário da Noite. Como escritora, lançou seu primeiro conto, ‘O Triunfo'. Além de publicar seu primeiro romance ‘Perto do Coração Selvagem’, em 1944, Lispector conseguiu obter a naturalização como brasileira.
 
Mais tarde, Clarice casou-se com Maury Gurgel Valente, um diploma brasileiro, e juntos tiveram dois filhos: Paulo Gurgel Valente e Pedro Gurgel Valente. Após a separação, em 1959, dedicou-se intensamente à sua carreira de escritora. Muitos dos seus escritos têm a capital carioca como cenário literário. Em seu livro, ‘A Hora da Estrela’ (1977), os dois cenários principais são Rio de Janeiro e São Paulo. Há detalhes dos bairros do Rio em que Clarice morou e trabalhou. A cidade é o lugar central da história, com foco nas áreas marginalizadas e pobres, como as ruas esquecidas e os cortiços.
 
Uma obra póstuma
 
‘Correspondências’ de Clarice Lispector é uma obra póstuma, publicada depois de sua morte, que reúne cartas escritas para amigos, familiares e autores. Inclui textos autobiográficos e reflexivos, entrevistas concedidas a jornalistas e críticos literários, além de fragmentos de diários. Lançado em 2002 pela editora Rocco, o livro traz à tona os enfrentamentos cotidianos da autora e abrange quatro décadas da vida de Clarice Lispector, da década de 1940 até pouco antes da sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro. 

A obra aborda temas pessoais e profundos, oferecendo uma visão íntima da autora e, pincelando, em suas correspondências, o contexto histórico do tempo que viveu, incluindo aspectos de sua experiência de imigração.  

Aos 21 anos, ela enviou uma carta ao então presidente Getúlio Vargas, pedindo a efetivação de sua cidadania: "Quem lhe escreve é uma jornalista, ex-redatora da Agência Nacional ( Departamento de Impressa e Propaganda [...].  Uma russa de 21 anos de idade e que está no Brasil há 21 anos, menos alguns meses".
"Que, se fosse obrigada a voltar à Rússia, lá se sentiria irremediavelmente estrangeira, sem amigos, sem profissão, sem esperanças, Senhor Presidente. Não pretendo afirmar que tenho prestado grandes serviços à Nação – requisito que poderia alegar para ter direito de pedir a V. Ex.ª a dispensa de um ano de prazo, necessário à minha naturalização."

 A coletânea, idealizada pela família de Clarice e organizada por Teresa Montero, também autora de uma biografia da escritora, reúne cartas, inéditas em sua maior parte, que permitem a compreensão da produção literária da escritora, assim como um encontro com sua intimidade.
 
Entre seus correspondentes estão o marido, Maury Gurgel Valente, os amigos Bluma Wainer e Fernando Sabino, com quem manteve uma rica e frutuosa correspôndência, até trocas mais pontuais, como as de Manuel Bandeira e Fernanda Montenegro.



O livro 'Correspondências' tem um estilo de linguagem poética e intensa, proporcionando uma compreensão mais profunda da vida e da obra de Clarice. Com uma visão única da história cultural e social brasileira, bem como relatos pessoais da experiência feminina, 'Correspondências' é uma obra essencial para estudantes de literatura brasileira.

A escritora que transformou a literatura brasileira com seu estilo poético e introspectivo

Conhecida por um estilo literário introspectivo e experimental, sua escrita é marcada por uma linguagem poética que reflete o fluxo e a consciência dos seus personagens. Com uma prosa rica em metáforas, ela frequentemente utiliza monólogos interiores e pessoal. A jornalista rompe com as convenções das narrativas tradicionais.

A escritora, que pertence à terceira geração do modernismo (ou pós-modernismo), apresenta suas obras com características de estruturas não convencionais, fragmentação do texto, monólogo interior, reflexões existenciais e temas universais. Algumas de suas principais obras são: Perto do Coração Selvagem (1943), O lustre (1946), A Hora da Estrela (1977) e Felicidade clandestina (1971).

Clarice também tem livros voltados para a literatura infantil, como  'O Mistério do Coelho Pensante' (1967) e 'Como Nasceram as Estrelas' (1987).

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