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A fórmula para vender superheróis negros; o que eles tem em comum?

Marvel, DC, porque todas elas apostam num padrão quando se fala de negritude, e qual padrão é esse que não foge do habitual clichê?

Isabelle Lima - Editado por Letícia Nunes
19/10/2024 18h28 - Atualizado em 19/10/2024 às 18h21
6 Min
A fórmula para vender superheróis negros; o que eles tem em comum?
Foto e Reprodução: DC / MARVEL / Divulgação


Muito provavelmente se juntarmos as palavras herói e negro numa frase, você deve pensar em personagens como Pantera Negra, Super-Choque, Ciborgue, Tempestade, Raio Negro ou Adão Negro. Se obeservamos bem o que ambos tem em comum (alguns com o adjetivo ‘negro’ em seus nomes) é possivel ver que a base dos poderes desses heróis mescla a eletricidade com a tecnologia. Eis que uma questão vem à tona: por qual motivo, a maioria desses personagens possuem apenas poderes relacionados a ondas elétricas?

Acredito que existam ramificações de poderes, mas todos sempre levam ao uso de coisas eletromagnéticas ou eletromecânicas. Podemos inserir numa linha temporal como esses poderes evoluíram: de eletrocinese para poderes mecânicos para altas tecnologias, até um ponto que os criadores e roteiristas não tiveram mais opção a não ser mesclar tudo num só (até por que dar outros tipos de poderes parece ser meio impossível, não é?)

Como pioneiro no ramo de ser um herói negro, temos o ilustre Pantera Negra. Mesmo que não sua origem, seus poderes venham de uma erva mágica, a sua terra natal, Wakanda, ainda é mostrada como uma nação que desenvolve altas tecnologias. No filme mais atual, também vemos a utilização de trajes cibernéticos, armas elétricas e tudo que envolve esse meio de raios e afins.

A maioria desses heróis são criados por uma visão estadunidense racista de se ver africanos e afrodescendentes: ao mesmo tempo que trazem uma premissa de misticismo para justificar o surgimento de poderes (faço uma menção ao meu vilão favorito da Disney, Dr. Facilier, cujo poderes vem do Voodoo), também trazem o uso de tecnologias operacionais como a única coisa que eles podem utilizar, uma vez que exista todo um contexto histórico norte-americano, envolvendo milhares de afro-americanos que encontraram no trabalho operacional de veículos e máquinas, uma forma de ganhar a vida.

Um dos criadores de Super-Choque, Matt Wayne, acha que os poderes de eletrocinese foram o jeito perfeito de conseguir um herói negro que pode participar de uma briga, mas não ser necessariamente quem vence a luta. Em suas palavras, “Os poderes de Super-Choque eram para ser uma extensão de sua personalidade geek e todos os tipos de projetos de feira de ciências que ele gostava de trabalhar.”

Isso faz questionar, já que, onde os roteirirstas e criadores estavam com a cabeça quando decidiram transformas personagens negros com base para se tornar grandes superheróis, em baterias portateis andantes e falantes que apenas descarregam energia ou mecânicos que só sabem construir coisinhas?

Nos anos 60/70 surgem dois personagens que trazem dois pontos distintos: como eles ainda se prendem nesse clichê de raios, mas também como eles mudam um pouco essa fusão do elétrico com o mecânico. Raio Negro surge trazendo novamente a visão racista como um personagem ativista, ligado ao suburbio, com gingado, gírias, marrento e com roupas caracteristicas da época, mas que ao mesmo tempo inovou com o movimento blaxploitation.


Quem cresceu assistindo ou lendo as histórias dos Jovens Titãs, recorda do Ciborgue. Trazendo particularidades do seu veterano Raio Negro, como a malandragem das ruas e as gírias, mudou o ponto de vista pois supostamente, começa com ele uma evolução do conceito de negros usando tecnologia para virarem heróis, e tudo isso servido ao tempero de revoltas e dramas pessoais. Se antes eles controlavam a eletricidade ou usavam itens mecânicos tecnológicos para lutar, agora tudo isso se ligava completamente aos seus corpos. Eles eram a própria energia. A DC Comics trouxe uma ideia de simbiose. Simbiose essa que a Marvel também se apropriaria.

 

Eis que a Marvel surge com o conhecido Máquina de Combate (que eu carinhosamente chamava de Homem de Ferro 2). Ainda nessa visão meio elitizada teve uma evolução, já que começou como um fiel empregado, ou para coadjuvantes até ganhar espaço tendo pequenas participações no universo Vingadores.

 

Por último, mas não menos importante, vamos falar da participação feminina nesse ramo. Dois exemplos que eu trago alternam entre o começo e a atualidade no quesito super heroínas. Tempestade, pioneira feminina e uma das principais dos X-Mens, teve ao longo do seu surgimento diversos visuais, e diversas estéticas. Ela a um sensação de que ao mesmo tempo que pode ser uma deusa mortal, também a um ar de humana vulnerável, mas infelizmente, também foi restrita apenas a eletrocinese, já que apesar de ter poderes climáticos, seu nome e seus poderes consistem em raios e tempestades.

 

Atualmente, temos uma heroína promissora, Ironheart ou Coração de Ferro, é a personagem cotada para suceder o legado de Tony Stark. Teve participações no filme do também veterano Pantera Negra, apresentada como uma gênia adolescente, capaz de construir uma imitação da tecnologia Stark. Assim como alguns adoraram a nova personagem, tem quem ache que ela é apenas uma personagem que está ali para cumprir a cota de representação racial e se aproveitar da ‘justiça social’ que de uns tempos para cá tem sido levada em conta.

 

O fato é: esses super-heróis negros pode existir preconceito, racismo, estereótipos, e entre eles há algo que acaba por levar a industria a atribuir, eletricidade, dispositivos, trajes e cibernética como forma de disponibilizar poderes aos personagens negros. É inegavel que existem sim muitos outros super heróis negros que não estão nesse padrão de superpoderes, onde podemos dizer que um exemplo de herói que foge dessa generalização é Luke Cage, com seus poderes de superforça e sua pele impenetrável, além de uma menção honrosa ao antes Falcão e agora o novo Capitão América, um exemplo de personagem negro que superou esses estereótipos. A única crítica aqui é as grandes industrias, que erram ao mesmo tempo que acertam nesses quesitos.
 

 

REFERÊNCIAS:

REDDIT. Why do so many Black superheroes have lightning/electric powers?. 2023. Disponível em: < https://www.reddit.com/r/comicbooks/comments/12vrtcr/why_do_so_many_black_superheroes_have/?rdt=60735 >. o em: 15 out. 2024.

PULLIAM-MOORE, C. Por que tantos super-heróis negros têm poderes de eletricidade. Giz Modo, 2017. Disponível em: < https://gizmodo.uol.com.br/super-herois-negros-poder-eletricidade/ >. o em: 15 out. 2024.

MORAIS, J. Super-herói negro tem de ser high-tech? (Parte 1). Arte Final HQ, 2018. Disponível em: < https://artefinalhq.com.br/wp/2018/07/17/super-heroi-negro-tem-de-ser-high-tech-parte-1/ >. o em: 15 out. 2024.

MORAIS, J. Super-herói negro tem de ser high-tech? (Parte 2). Arte Final HQ, 2018. Disponível em: < https://artefinalhq.com.br/wp/2018/07/18/super-heroi-negro-tem-de-ser-high-tech-parte-2/ >. o em: 15 out. 2024.

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