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A psicologia por trás do Halloween no cinema e na literatura

Uma imersão no universo psicológico do terror, em suas representações culturais e em como os sentimentos são explorados

Juliana Valillo - Revisado por Vanessa Maria
15/10/2024 14h16 - Atualizado em 07/10/2024 às 17h01
10 Min
A psicologia por trás do Halloween no cinema e na literatura
Festa do Halloween ou 'Dia das Bruxas' (Foto: Reprodução/Pexels)

A ORIGEM DO HALLOWEEN
 
A tradição do Halloween, com suas fantasias assustadoras e o popular “doces ou travessuras”, é uma celebração fascinante e que entretém milhões de pessoas ao redor do mundo, durante o mês de outubro. 

As raízes do Halloween remontam a mais de 3.000 anos atrás quando os celtas, um povo que habitava as Ilhas Britânicas e partes da Europa continental, celebravam o festival de Samhain. Essa festividade marcava o fim do verão e o início do inverno, sendo considerada uma época de transição entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Os celtas acreditavam que, nessa noite, a fronteira entre os dois mundos se tornava mais tênue, permitindo que os espíritos dos falecidos retornassem à Terra.

 

Para apaziguar esses espíritos e proteger suas casas, os celtas apagavam seus fogos, usavam máscaras e fantasias para disfarçar sua identidade e ofereciam sacrifícios. A crença era que, ao se parecer com os espíritos, eles não seriam reconhecidos e, consequentemente, não seriam perturbados.
 
Com a chegada dos romanos às Ilhas Britânicas, suas tradições se misturaram com as celebrações celtas. O dia 1º de novembro, por exemplo, ou a ser celebrado como o "Dia de Todos os Santos", uma data cristã para homenagear os mártires e os santos. A véspera desse dia, ou seja, dia 31 de outubro, ficou conhecida como All Hallows' Eve, que com o tempo foi abreviada para Halloween.
 
A cristianização da Europa transformou o significado original do Samhain. As práticas pagãs foram, em grande parte, banidas ou adaptadas para se encaixarem nos dogmas da Igreja Católica. No entanto, muitas das tradições populares persistiram, mesclando-se aos costumes religiosos.
 
No século IX, surgiu na Europa a prática do "souling", na qual as pessoas pediam por orações pelos seus falecidos em troca de comida. Essa tradição evoluiu para o “doces ou travessuras" que conhecemos hoje, onde as crianças se vestem com fantasias e saem pedindo doces de porta em porta.
 
Posteriormente, o Halloween foi levado para os Estados Unidos por imigrantes irlandeses no século XIX que fugiam da Grande Fome. A celebração ganhou popularidade e se espalhou por todo o país, tornando-se também um evento comercialmente lucrativo.
 
Hoje, o Halloween é comemorado em diversos países do mundo, com diferentes costumes e tradições. A festa, que começou como uma celebração pagã para honrar os mortos, tornou-se uma oportunidade para as pessoas se divertirem, se fantasiar e compartilhar momentos com amigos e familiares.
 
A história do Halloween é um bom exemplo de como as tradições podem se transformar e se adaptar ao longo do tempo, mesclando elementos de diferentes culturas e crenças. A celebração que conhecemos hoje é resultado de um longo processo histórico, que envolve desde os antigos celtas até os imigrantes irlandeses que levaram a tradição para os Estados Unidos.

A PSICOLOGIA DO HALLOWEEN
 
O Halloween é uma celebração que transcende fronteiras culturais e oferece um rico terreno para a exploração da psique humana. Essa festividade, que combina elementos aparentemente opostos como a violência e a fantasia, tem sido um tema recorrente no cinema, proporcionando ao público uma ampla gama de experiências, desde o susto até a reflexão. Clássicos como "Halloween", de John Carpenter, e animações como "O Estranho Mundo de Jack", de Tim Burton, demonstram a versatilidade do tema, que abrange desde o terror mais visceral até a fantasia mais lúdica.
 
A convergência das mídias ampliou ainda mais o universo do Halloween. A franquia "Halloween", por exemplo, se expandiu para além das telas, com livros que aprofundam a história dos personagens e dos eventos, criando um universo narrativo mais rico e completo. Essa interação entre cinema e literatura demonstra o poder da convergência das mídias em criar comunidades de fãs e fortalecer o engajamento com as marcas.
 
A relação entre a violência e a fantasia no Halloween é complexa e ambígua. A violência, muitas vezes exagerada e irreal, pode ter um impacto psicológico significativo, especialmente em crianças e adolescentes. No entanto, quando utilizada de forma consciente, pode servir como um veículo para abordar temas sociais relevantes, como a desigualdade e a discriminação. A fantasia, por sua vez, atua como uma válvula de escape, permitindo que as pessoas confrontem seus medos de forma simbólica, em um ambiente seguro. Essa dualidade entre violência e fantasia é um reflexo da própria natureza humana, que é marcada por contradições e complexidades.
 
É fundamental entender que a fantasia do Halloween é um reflexo da sociedade, refletindo seus valores, medos e desejos. Ao explorar essa relação entre violência e fantasia, podemos apreciar a riqueza e a complexidade da cultura popular, ao mesmo tempo em que somos críticos em relação à representação da violência na mídia. A cultura popular, principalmente, a apresentada através de filmes, séries e jogos, exerce uma forte influência na forma como percebemos a violência, especialmente durante o Halloween. A representação estereotipada de vilões como seres monstruosos e diferentes da norma, a violência como solução para problemas e a glorificação da violência em geral contribuem para a normalização desse comportamento.

 

Além disso, ao apresentar mulheres como vítimas indefesas e associar a violência a determinados grupos sociais, a cultura pop perpetua estereótipos que podem levar à justificação de atos violentos. A exposição constante a essa representação violenta pode dessensibilizar o público, gerar medos infundados e influenciar o comportamento, especialmente em crianças e adolescentes. No contexto do Halloween, a cultura pop molda um imaginário repleto de estereótipos, popularizando figuras como assassinos em série e explorando temas como violência doméstica e cultos satânicos. Por isso, é fundamental que a sociedade seja crítica em relação a essa representação, questionando os estereótipos e buscando uma cultura que valorize a vida e a igualdade.
 
O Halloween, com sua atmosfera macabra e misteriosa, explora temas como violência e morte que, apesar de suscitar repulsa, também exercem um fascínio sobre as pessoas. Através de uma análise psicológica, podemos compreender por que celebramos e exploramos esses temas de forma tão intensa. A violência, presente em filmes e histórias de terror, serve como uma válvula de escape para as tensões e frustrações do dia a dia, permitindo que as pessoas experienciem emoções intensas em um ambiente seguro. Além disso, a violência desafia limites e questiona normas sociais, permitindo que exploremos nossos próprios medos e desejos.
 
A morte, por sua vez, é um tema universal que causa angústia. No Halloween, ela é celebrada de forma simbólica, permitindo que confrontemos esse medo e encontremos um novo significado para a vida. As histórias de terror, explorando medos profundos como o desconhecido e a perda de controle, proporcionam catarse ao permitir que nos identifiquemos com os personagens.
 
Dessa forma, o Halloween, além de ser uma festividade divertida, serve como uma rica fonte para a exploração da mente humana. Através do cinema e da literatura, essa celebração nos permite adentrar em um universo de mistério e medo, onde temas como transformação, dualidade entre o bem e o mal, e a própria natureza da existência são explorados. Personagens como bruxas, vampiros e zumbis, que povoam o imaginário popular do Halloween, são arquétipos que representam nossos medos mais profundos e nossas ansiedades. A atmosfera sombria, os sustos inesperados e as criaturas monstruosas presentes em filmes de terror, por exemplo, são ferramentas utilizadas para provocar reações emocionais intensas e explorar os limites da mente humana.
 
Na literatura, o Halloween também serve como um cenário ideal para a construção de narrativas que nos levam a refletir sobre a natureza humana. Romances e contos de terror exploram a psicologia dos personagens, revelando seus traumas, obsessões e desejos mais profundos. Ao analisar a representação do Halloween na cultura, podemos identificar padrões recorrentes que revelam as angústias e as aspirações da sociedade. A figura do monstro, por exemplo, pode ser interpretada como uma projeção de nossos próprios medos e inseguranças. Já a busca por identidade e pertencimento, frequentemente explorada em histórias de Halloween, reflete a necessidade humana de encontrar seu lugar no mundo.
 
Ao analisar a forma como essa festividade é representada na cultura, também podemos compreender melhor a mente humana, nossas emoções e os mecanismos que moldam nossa percepção da realidade. O fascínio por filmes de terror é um fenômeno universal que intriga pesquisadores e amantes do cinema há décadas. A atração por histórias macabras, personagens assustadores e sustos inesperados pode parecer contra intuitiva, mas a psicologia nos oferece algumas explicações para esse fenômeno. Uma das principais razões é a busca por emoções intensas, como foi dito anteriormente. Ao assistir a um filme de terror, nosso corpo reage com a liberação de adrenalina, proporcionando uma sensação de excitação e alerta. Essa descarga de adrenalina pode ser viciante, levando muitas pessoas a buscarem repetidamente essa experiência. Além disso, os filmes de terror, de certa forma, nos permitem confrontar nossos medos. Ao nos expor a situações assustadoras na tela, podemos processar e entender melhor nossas próprias angústias. Essa catarse emocional pode ser extremamente libertadora.

Outra explicação reside na natureza social da experiência. Assistir a um filme de terror em grupo pode fortalecer os laços sociais, pois compartilhamos as mesmas emoções e reações. A sensação de perigo compartilhado cria um senso de comunidade. Por fim, os filmes de terror também podem ser uma forma de explorar temas universais como a morte, o desconhecido e o mal. Ao confrontar esses temas de forma simbólica, podemos obter insights sobre a condição humana e nosso lugar no mundo. O fascínio pelos filmes de terror é multifacetado e envolve uma complexa interação de fatores psicológicos e sociais. Logo, a busca por emoções intensas, a possibilidade de enfrentar nossos medos, a experiência social e a exploração de temas universais são algumas das razões que nos levam a buscar essas histórias assustadoras.

A representação de monstros, a exploração de temas como a morte e a violência, e a busca por identidade são elementos que refletem as angústias e aspirações da sociedade. Ao analisar a representação do Halloween na cultura, podemos compreender melhor os mecanismos psicológicos que nos levam a buscar experiências extremas e a construir nossa identidade, pois a
 cultura popular, através do Halloween, molda nosso imaginário coletivo, influenciando a forma como percebemos o mundo e a nós mesmos.

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